quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A NOSSA MÚSICA


 
Sequiosa trafega a noite
Por entre meus dedos
Ao tocar a incisiva curva
Diametral do vento numa
Hesitante canção cuja melodia

Não comoverá a aurora.

Aniquiladora é a tempestade
De silencio que se insinua
À noite num epílogo que traz
A limpidez de um sonho dorido
Esmagado como a flor

Pela chuva de primavera.

Resta a convergência
Da esperança intacta
Apontada para a lonjura
Da manhã que se expande
Sob os polens solares

Quando prefaciarei o dia.

Eu me tecerei de sol
E te tocarei a mão

Aí, ouviremos a nossa música
Nítida e infinita.