sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SOLIDARIEDADE


Solidariedade vem de unidade sólida.
Solidariedade é comunhão de atitude e de sentimentos
Solidariedade não se coaduna com individualidade.

Para muitos, o Brasil é um país cujo povo é solidário.
Porém, poucas são as circunstâncias que levam a tal constatação.
Tem sido necessário a ocorrência de tragédias naturais para ter-se a ilusão de que somos, de fatoo, um povo espiritualmente impregnado de solidariedade.

As enchentes anuais de Santa Catarina e os desabamentos dos morros na região serrana do Rio, mais do que fazer despertar em nós o sentimento de solidariedade, têm sido usadas como dantesca espetacularização pela mídia sedenta de audiência.
A desgraça e a tragédia exploradas sob o disfarce de cobertura jornalística.

A imprensa nacional é vampiresca.
Vive e alimenta-se de sangue.
E de explorar a miséria social.

Isto não é solidariedade.
É oportunismo.
Casuísmo.

Solidariedade não é o “Criança Esperança” do Globo.
Aquilo é um engodo.
A Globo não é solidária com a criança brasileira.
Basta ver sua programação.

Desenhos infantis, filmes e novelas.
Na Globo tudo gira em torno da violência. Da corrupção de valores éticos e morais, de traições conjugais e da degradação da família.
A criança aprende na Globo que a norma é matar... que para ser mocinho é preciso eliminar o bandido.
Isso em um desenho que vai ao ar após o Mais Você da Ana Maria Braga.

A Ana, por sinal, não ensina nada além de receitas caseiras.
A Ana Maria só não teve mais casamentos do que o Fábio Jr.
A Ana tem um marido novo – ou um novo marido – a cada 24 meses.
Ela já casou com o vigia da casa dela, com o motorista, com o cozinheiro e com o seu segurança...

Isto dá uma desesperança...

As novelas da Globo são os contos dos trios amorosos. Se não tiver ao menos três casais onde cada casal se relacione com três pessoas entre eles, a novela não tem nem três meses de duração.
Novela na Globo onde a mocinha não se transforme em vilã e assassina não é novela da Globo.

Isto não é solidariedade.
Não ajuda, não forma, não informa nada nem edifica ninguém.
Muito menos a criança.

Isto dá uma desesperança...

A solidariedade não está necessariamente nos arroubos das grandes ações ensaiadas.
A solidariedade não está no espetáculo pago.
Nem na demagógica coleta de alimentos e cobertores.
A solidariedade está no gesto simples de um sorriso.
Na energia e na cumplicidade de um olhar terno.
Num bom dia dado com ternura de voz.
Na mão estendida.
No calor do abraço.
Na risada partilhada.
Na piada contada.

Solidariedade é comunhão de sentimentos.
Tristes e alegres.
Solidariedade é partilha de idéia e vivência em comum.
É lida diária, lições que se reparte todo dia.

Solidariedade não pode ser demagogia.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

VOCÊ ESTÁ


VOCÊ ESTÁ
No murmurar do vento
Na suavidade da brisa

VOCÊ ESTÁ
Na calidez da fonte
No silêncio das sombras

VOCÊ ESTÁ
No farfalhar das folhas
Na exigüidade do tempo

VOCÊ ESTÁ
Na lágrima efêmera
No cripitar da chama

VOCÊ ESTÁ
No fragmento da saudade
Na imobilidade da espera

VOCÊ ESTÁ
Na melodia da música
No amor adjetivado

VOCÊ ESTÁ
No despetalar da flor
Na relva frugal

VOCÊ ESTÁ
Na dimensão imedida
No meu começo e fim

VOCÊ ESTÁ...
Em MIM...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FAZ TEMPO



Faz tempo que o tempo
Me deu um tempo
E nesse tempo te encontrei

Faz tempo que desencontros
Marcam nosso tempo

Sem tempo passo o tempo
Pensando no tempo
De encontrar com tempo
O tempo para vivermos
Um tempo somente nosso

Faz tempo que descobri, porém
Que não opero o tempo
Mas posso fazer de todo o tempo
Uma móvel espera
Porque o tempo é
Imóvel como a eternidade

E, ainda que nela, haverei
De ter tempo para viver
O tempo todo contigo

SADDAN LEÃO


A vida conta a história do homem escrita pelo homem.
O homem é o escritor da sua história.
Não estou certo se ao escrever sua própria história o homem dá a esta o final que lhe aprouver.
Mas não duvido do fato de que seja possível alterar as rotas e desviar de percursos.
Uma história é feita de intervalos que a permeiam.

Os intervalos guardam detalhes.
São os detalhes que fazem a diferença.
Os detalhes contam muito.
Quando não contam tudo.

Esta semana foi marcada por uma data muito especial.
O dia 5 de setembro não celebra somente o Dia da Raça.
Mas lembra que nesta data nasceu um homem que precisou de muita raça para escrever a sua história.
A vida lhe agraciou com momentos emocionantes e que se eternizaram nas retinas de suas lembranças.

E muitos entre nós compartilhamos desses momentos memoráveis.

Num dia 5 de setembro o mundo conhecia um certo Saddan – que não era o Russein.
Um Leão – que não era o Rei dos desenhos da Disney.
Num dia 5 de setembro nascia Paulo Roberto Alexandre da Silva

Que cresceu e casou com a Astézia.
Pai, empresário, foi Prefeito, virou avô.
E hoje é o Paulo Barros.
Deus o presenteou com a vida ao ajudá-lo a transpor uma grave barreira.

Não é difícil imaginar o sentimento de gratidão que o Paulo tem para com Deus por isso.
Quero, nesta pequena crônica, prestar a minha homenagem ao Paulo Barros.

Deixar aqui o meu abraço de carinho para ele.
E tenho certeza de que sou mensageiro de muitos que desejariam fazer o mesmo.

Paulo, a vida lhe reservou um tempo.
E ele (este tempo) foi por você aproveitado.
A história concedeu a você um espaço no palco da vida.
Você, como cada um, escreveu sua história.
Você fez – e continua compondo – a história de sua vida.

Rogo que de ti Deus faça uso para espalhar em nosso meio os sentimentos de paz, perdão e fé.
Acreditar no amor e na sua capacidade de começar a cada dia uma nova história é sabedoria fecunda.

E toda sabedoria é uma bênção.
Não há sabedoria que não provenha de Deus.
Que Deus te dê a sabedoria necessária para descobrir a felicidade nas pequenas coisas da vida.

Um grande abraço.
Parabéns pelo seu aniversário!

(Homemagem ao ex-prefeito de Santa Maria, Paulo Barros)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

TRIBUTO A LEONARDO ARAÚJO


E lá se vai um anjo
Fazendo zig-zag entre as nuvens
Num céu azul de setembro
Faz dois anos que é assim
De óculos escuros no rosto
Ele dribla os raios ultravioletas
Do sol que lhe deu cor às asas
Dourou-lhe o sorriso ledo
E lhe crispou o olhar silente
E lá se vai um anjo saltitante
Ora numa moto voadora
Ora num carro alado
Faz dois anos que é assim
Ele vai em traje esporte
Sofrendo com o Flamengo
Bailando entre as estrelas
E contando piadas pra elas
Fazendo rir os planetas

E lá se vai um anjo
Sem cerimônia
Levando a minha saudade
Faz dois anos que é assim
Sem avisar se foi de repente
Botou a alegria sob as asas
E partiu pra aquela abóboda blue
Tão longe e tão aqui dentro
O vejo com olhos da alma

E lá se vai um anjo
Livre, lépido, ditoso
Tomando coca-cola
Faz dois anos que é assim
Seus olhos são um colírio
Duas estrelas azuladas
Sinais de um anjo bom
Saudades por ti deixadas
Leonardo, meu querido Leonardo

(Leonardo Mota Araújo nos deixou no dia 06 de setembro de 2009)











terça-feira, 6 de setembro de 2011

GUARDE-ME


Eu vou estar sempre aqui
Com você ou
Onde quer que você esteja

Guarde-me
Assim como
O fruto guarda a semente
E o dia as estrelas

Guarde-me
Pois eu sorrirei quando você sorrir
E se você partir
Eu vou estar presente
Na sua ausência e na dor
Na distância inclemente
Na atemporalidade do amor

Guarde-me
Porque viajarei nas asas do vento
E nascerei de um sonho
Materializado de luz
Numa manhã azul de sol
Na criança de olhar risonho

Guarde-me
Na chuva que canalizará meus sussurros
E na metamorfose da folha onde respirarei

Guarde-me
Na brisa noturna que orvalheia os campos
No principiar de cada dia
Eis que quando a aurora se fizer passar
Lá estarei

Guarde-me
Em cada gotícula de cristalina alegria
E na alvura da paz
No silêncio das horas e no
Alvoreço do tempo
Na paixão tão fugaz

Guarde-me
Como a rocha esconde
O diamante nela incrustado

Guarde-me
No abraço apertado
No beijo dado
No olhar trocado

Guarde-me
E não duvide
Nem aposte para ver
Em qualquer dimensão
Eu vou estar no seu coração
Sem trauma e sem alarde

Guarde-me


sábado, 3 de setembro de 2011

SANTA MARIA É UMA FESTA

Nosso coração está em festa

Em tradução literal, festa é uma reunião para fim de divertimento.
Festa é solenidade.
Festa significa comemoração.
Regozijo.
Festa é alegria.

Santa Maria vive sua mágica quadra festiva.

Onde momentos solenes são celebrados, ao ensejo das festividades de nossa padroeira.
O Círio transcorrido no último domingo de agosto teve a equivalência de uma elevação a Deus de nossas orações em forma de pedidos e agradecimentos à Nossa Senhora que jamais deixou de ser a Auxiliadora nossa.
Uma das mais belas festas que se deu aqui cujas ondas de alegria tiveram ressonância lá no céu.
A festa tem o inexplicável poder de mascarar nossas tristezas.
Em geral, trocamos a lágrima pelo sorriso em uma festa.
A alegria é o sentimento imperativo, a marca registrada em toda festividade.

Estou certo de que pouco haverá a possibilidade de duvidarmos que aqui não esteja ocorrendo, efetivamente, uma grande festa.
A programação cívico-escolar do 7 de Setembro com o desfile de alunos num esbanjamento da mais jovial e contagiante alegria.
Os brinquedos no parque, os jogos, as guloseimas que fazem a alegria da criançada.
A igreja que fica lotada, a noitada social na Barraca, idem.
E o padre é todo alegria!

O comércio promove descontos.
As pessoas trabalham e ganham melhor e recebem seu salário religiosamente em dia.
E por ganharem mais e melhor, compram mais e vivem melhor e mais felizes.
Assim, Santa Maria vai sendo minada pela alegria, esquecendo suas dores.

A alegria de quem paga e de quem recebe.
De quem compra e de quem vende.
A alegria de quem reza junto, e rezando junto são juntamente abençoados por Deus através daquela que é também a Mãe de todos os homens.

Santa Maria vive também a alegria da reconstrução.
Ruas esquecidas e que agora são lembradas.

Ruas destruídas e o povo as vêem ser reconstruídas.
Escolas, praças e quadras esportivas surgem e alegram a vida das pessoas.

Santa Maria nasceu sob a égide da alegria.
Há 50 anos atrás.
Nossa gente tem muito a comemorar.
Motivos de regozijo abundam.

Sejamos gratos a Deus e a Ele façamos festa!
A festa não pode acabar...