sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DO JEITO QUE VAI, O PIG VAI DEMITIR A DILMA



Todo os prognósticos apontam para isso.
Jamais se viu antes um governo tão refém de uma mídia fétida e corrosiva como o da Presidenta Dilma.
Ela superou em muito seu antecessor.
E se supera em matéria de mediocridade e covardia a cada nova capa de "Veja" ou reporcagem do Jornal Nacional.
Dilma vai apenas carimbar a demissão do Lupi.
Porque quem o demitiu foi o PIG.
A Dilma não demite ninguém.
E, se não reagir, vai acabar sendo demitida.
Pelo Pig.
Quando - e se o - PIG assim o desejar.

Do imbatível Paulo Henrique Amorim, no insuperável Conversa Afiada.

Por que o PT não defendeu Lupi ?
Porque tem medo do PiG
Se depender dele, coitada ...

Que o senador Cristovão Buarque, do partido de Lupi, tenha feito o jogo do PiG, não surpreende: Buarque foi o primeiro traíra da era Lula.
Demitido do Ministério da Educação, mudou-se para a pseudo oposição e atrapalhou a re-eleição de Lula em 2006.

Ajudou a levar a eleição para o segundo turno, com a decisiva ajuda do jornal nacional do Ali Kamel – clique aqui para ler “O primeiro golpe já houve – falta o segundo”.

Buarque abriu a porta para Bláblárina Silva, que, demitida, aderiu ao Cerra, com a roupagem do Verde (que mais tarde abandonou, também).

Também não surpreende que Eduardo Suplicy tenha feito o jogo do PiG, e tentar levar Lupi ao cadafalso: Suplicy é um tucano tipicamente paulista, ainda que filiado ao PT.

Não se tem notícia de nenhum ato de Suplicy, em sua longa carreira política, que despertasse apreensão na elite paulista.

Agora, amigo navegante, por que o PT não foi ao Senado defender enfaticamente o Ministro Lupi, do Governo Dilma ?

Porque o PT tem medo do PiG.
Especialmente da Globo.
E, de todas as crises de ministros da Presidenta, em nenhuma ficou tão claro que se tratava de uma batalha entre o Ministro e o PiG.

Inicialmente a Veja, esse detrito de maré baixa, e, depois, todo o PiG e seus colonistas.
O PiG queria a cabeça do Lupi.
E, pouco a pouco, se aproximar da cabeça presidencial.
O “crime” do Lupi é uma irrelevância.
Não caracteriza um “malfeito”.

É, sim, uma demonstração de que o Ministro é um mau administrador e se deixou enredar num episódio condenável.
O Ministro achou que podia enfrentar o Golpe do PiG com meia duzia de bravatas.
E não se preparou para enfrentar a grave crise em que meteu o Governo.
Mas, e dai?

Nada disso justifica a demissão, nas circunstâncias em que o PiG determinasse.
E por que o PT se omitiu ?
Porque o Ministro Bernardo é do PT !
Porque, diante da batalha PiG x Lupi, o PT do Bernardo piscou e fugiu.

Coragem teve o senador Inácio Arruda, que convidou o Lupi para integrar o movimento do Congresso pela Ley de Medios.
O PT enfiou a Ley de Medios no programa do Partido.

Mas, na hora de entrar na jaula, com a Globo … bem, aí, prevalece a oratória de Cícero: a do senador Suplicy.
É o que de melhor tem o PT para enfrentar o Golpe.
Se depender do PT-Suplicy, o PiG derruba a Dilma fácil, fácil.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O BRASIL ESTÁ CANSADO DO CANSEI

Quantos segundos o jn deu para a multidinha?

Do Conversa Afiada, do incansável Paulo Henrique Amorim - PHA

Mais uma vez Kotscho desmascara o Cansei

O Conversa Afiada reproduz post do Balaio do Kotscho:

Por que os protestos fracassam em todo o país?
O que houve? Ou melhor, por que não houve?
Apareceram apenas 150 “protestantes” na Cinelândia, Rio de Janeiro, na manifestação anticorrupção organizada por cinco entidades em redes sociais.
Em São Paulo, na avenida Paulista, outros cinco movimentos (Nas Ruas, Mudança Já, Pátria Minha, Marcha Pela Ética e Lojas Maçônicas) juntaram apenas 200 pessoas. Na Boca Maldita, em Curitiba, o grupo Anonymous reuniu 80 pessoas.

A maior concentração de manifestantes contra a corrupção foi registrada na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, calculada em 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar. E, a menor, ocorreu em Brasília, onde 30 gatos pingados se reuniram na Esplanada dos Ministérios.

Será que a corrupção é maior em Minas do que em Brasília? Juntando tudo, não daria para encher a Praça da Matriz da minha querida Porangaba, cidade pequena porém decente.

Desta vez, nem houve divergências sobre o número de manifestantes. Eram tão poucos no feriadão de 15 de novembro que dava para contar as cabeças sem ser nenhum gênio em matemática.

Até os blogueiros mais raivosos que, na véspera, anunciaram “protestos em 37 cidades de todo o país”, com horário e local das manifestações, parecem ter abandonado o barco. Não se tocou mais no assunto.
Parece que a sortida fauna que organiza protestos “contra tudo o que está aí” desde o feriadão de 7 de setembro já se cansou.

Os organizadores colocaram a culpa na chuva, mas não conseguem explicar como, no mesmo dia, sob a mesma chuva, 400 mil pessoas foram às compras na rua 25 de Março e 40 mil fiéis se reuniram a céu aberto no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, numa celebração evangélica.
Nem se pode alegar falta de assunto, já que a velha mídia não se cansa de dar manchetes todos os dias sobre os “malfeitos” do governo, com destaque no momento para o Ministério do Trabalho do impoluto Carlos Lupi.

Na minha modesta opinião, o fracasso destas manifestações inspiradas na Primavera Árabe e nos protestos contra o capitalismo selvagem nas capitais européias e nos Estados Unidos, reside na falta de objetivos e de sinceridade dos diferentes movimentos que se apresentam como “apartidários” e “apolíticos”, como se isto fosse possível.

Pelo jeito, o povo brasileiro está feliz com o país em que vive _ e, por isso, só vai às ruas por um bom motivo, não a convite dos antigos “formadores de opinião”.

Afinal, todos somos contra a corrupção _ até os corruptos, para combater a concorrência, certamente _, mas esta turma é mesmo contra o governo. Basta ver quem são seus arautos na imprensa, que hoje abriga o que sobrou da oposição depois das últimas eleições presidenciais.

Dilma pode demitir todos os ministros e fazer uma faxina geral na máquina do governo que eles ainda vão querer mais, e continuarão “convocando o povo” nas redes sociais. Valentes de internet, não estão habituados a enfrentar o sol e a chuva da vida real.

Ao contrário do que acontece em outros países, estes eventos no Brasil são mais um fenômeno de mídia do que de massas _ a mesma grande mídia que apoiou o golpe de 1964 e escondeu até onde pode a Campanha das Diretas Já, em 1984 (com a honrosa exceção da “Folha de S. Paulo”, onde eu trabalhava na época).

Eles não enganam mais ninguém. O povo não é bobo faz tempo.

domingo, 13 de novembro de 2011

NINGUÉM PODE DIVIDIR UMA ESTRELA

Diga "não" ao latifúndio

Nas tabelas aritméticas ou nos teoremas que fundamentam as teorias numéricas, verifica-se a existência da indivisibilidade de um número.

O primo.

Tal qual um número primo, uma estrela também é indivisível.
Quem tentar decompô-la, o mínimo que conseguirá será apagar seu brilho e incandescência.
Uma estrela até poderá queimar todo seu hidrogênio, mas levará bilhões de anos para se condensar e se transformar em anã branca.
Mesmo que insistam em dividi-la, ela ainda continuará emitindo luz e sendo vista por muito tempo.

Assim são as estrelas.
Assim é o Pará – a maior estrela da Bandeira Nacional.
A maior e mais resplandecente.
A mais incandescente.
A mais linda e fulgurante da nossa “galáxia azul ”.

Há quem afirme que as estrelas são feitas de gás e poeira cósmica.
E que a energia gravitacional transformou tudo quimicamente em matéria de calor e luz.
De certa forma – asseguram – nós somos formados das e pelas estrelas.
Partículas de suas partículas, matérias de suas matérias.

O que sei é que a Estrela chamada Pará é formada de gente.
Do trabalho, do suor e do sangue que a une.
O sangue que lhe corre nas veias está no vermelho da sua majestosa bandeira.
Ali temos a vida, a honra e a glória de sermos um povo indivisível.

No Pará o que se divide são o sorriso e a solidariedade dos paraenses.
A fartura da chuva que se divide ao cair em gotas para irrigar os teus açaizeiros e açaizais - fonte de energia que alimenta.

O Pará divide com o mundo o aroma e o inigualável sabor do seu cupuaçu – o divino manjar dos deuses que se espalha pelas suas feiras.
No Pará o Sol sedutoramente divide seus raios para aquecer nossos equatoriais e contínuos invernos.
O Pará é a unidade-mãe gentil de sete milhões de filhos entre naturais e “adotivos” - berço acolhedor daqueles que para aqui migram em busca de riqueza e felicidade.

O Pará é uma nação onde cabem duas Franças.
Uma nação apaixonada pelo Pará.

Integralmente.
Literalmente.

Somos um povo guerreiro e defensor até o instante derradeiro da integralidade de nosso Estado.

Isso é amor pelo Pará.
Dividi-lo é falta de amor, é mero interesse político, aliado à ganância econômica.
Dividir o Pará não é apenas torná-lo menor, mas enfraquecê-lo em todos os níveis e sentidos.
É colocá-lo à vexatória condição de um dos menores e mais pobres estados da federação.

Alagoas, Piauí e Maranhão ganharão, em uma eventual divisão do Pará, um novo e pobre “irmão”.

Estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) apontam que os dois novos estados seriam economicamente inviáveis.
Ambos se comparariam à crianças famintas de bocas abertas esperando que lhes dessem de comer.
A União teria que repassar a cada um algo em torno de R$ 3 bi por ano.
E somados, os dois gerariam um déficit que andaria pela casa dos 7,5 bi.

Pra se ter uma idéia, em 2008 o Pará gastou 16% do seu PIB com a manutenção da máquina.
O estado do Tapajós, se criado, gastaria para manter a máquina funcionando, 51% do seu PIB, e o do Carajás, 23%.
A média nacional é de 12,72%.

Isso sem falar nos gastos com a eleição plebiscitária que importará em mais de R$ 12 mi.

No dia 11 de dezembro os paraenses decidirão através do voto se querem um “Pará-mirim” e esquartejado.
Para dizer NÃO ao esfacelamento do Pará que o deixaria pobre e minguado é preciso que todos votem.
A abstenção pode ser a arma dos que interessam a divisão do nosso Estado.

Da nossa estrela azul.
Da estrela indivisível que brilha no ponto mais alto da Bandeira Brasileira.

Vote não.

Vote pela indivisibilidade do Pará.
Porque ninguém pode dividir uma estrela.
















sexta-feira, 4 de novembro de 2011

BANCO DO BRASIL: LUCROS E A QUALIDADE DE SEUS SERVIÇOS



Há vinte e três meses – mais precisamente em janeiro de 2010 – eu falava numa crônica do quanto salutar é a concorrência de mercado.

Não importa o produto ofertado.

Refletia ali os malefícios antagônicos que se sobrepõem ao cliente ou consumidor quando uma empresa monopoliza o bem ou serviço que oferece.

O monopólio se caracteriza na e pela falta de concorrência.

E obriga as pessoas ao uso daquilo que lhe é oferecido pela simples falta de opção na escolha de algo que lhe satisfaça.

A agência do Banco do Brasil de Santa Maria era o mote daquela crônica.

Passados quase dois anos, constata-se a gritante escassez de mudanças no Banco do Brasil.

A não ser a sucessão de suas gerências – três, salvo engano – que na prática pouco benefício trouxe ao cliente.

A qualidade dos serviços prestados pelo Banco do Brasil em nossa cidade não condiz com a lucratividade obtida pela instituição no último trimestre deste ano.

O lucro líquido do Banco do Brasil de R$ 2,89 bilhões entre julho e setembro.

Pode parecer utópico, irresponsável e até irônico.

Mas tamanha lucratividade não é o suficiente para o Banco cuidar de suas agências e valorizar sua clientela.

A ocupante da cadeira de gerente em 2010, deixou a sua memorável marca: ela tirou as cadeiras da agência e deixou os idosos e aposentados em pé.

Na fila de espera de atendimento que no Banco do Brasil nunca é inferior a uma hora de tempo.

Ela também mandou retirar o cafezinho...

Hoje as cadeiras voltaram.

O cafezinho também.
Todavia, a espera é a mesma.

O auto-atendimento não passa de aporrinhação.

Com três bilhões de reais em caixa, o Banco do Brasil não compra uma turbina de papel para a impressão de recibos bancários.

Três bilhões não dá para o Banco do Brasil adquirir um caixa de auto-atendimento que funcione.

De cada dez terminais do Banco do Brasil, ao menos sete apresentam um problema.

E deixam o cliente na mão.

A agência de Santa Maria é um horror!

Está há três semanas às escuras.

Quem precisar fazer uma operação bancária após as dezoito horas recomendo levar uma vela.

Um candeeiro, ou uma caixa de fósforo.

A central de ar é barulhenta, mas nada faz além de barulho.

O calor é sufocante e infernal.

Não gela!

O cliente que entra no Banco do Brasil é que acaba entrando numa gelada.

O Banco do Brasil continua precisando de uma coisa chamada concorrência.

Sozinho, o Banco do Brasil faz o que bem entende com seus clientes.

Atende pessimamente mal e fica tudo por isso.

Como se não bastasse, o Banco do Brasil se isola ainda mais no papel monopolista que exerce em Santa Maria.

Ele ganhou a concorrência de banco postal e substituirá o Bradesco no serviço que este oferecia junto aos Correios.

Por outro lado, a mini-agência do Bradesco não está à altura da demanda.

O Bradesco chegou pequeno em Santa Maria e optou por não crescer.

Continua pequeno, frágil e ineficiente.

O Bradesco acabou por tornar fácil o monopólio do Banco do Brasil.

O Banco do Brasil tem um caixa abarrotado de dinheiro.

Ele pode ser o maior banco da América Latina e um dos maiores do mundo.

Mas o Banco do Brasil continua a não ter uma coisa bem básica para quem opera no mercado.

Algo que seria essencial para quem vive a partir do lucro e do seu desempenho na relação com o consumidor – razão maior de sua existência.

O Banco do Brasil não tem o menor respeito por seus clientes.

domingo, 30 de outubro de 2011

OPERADORES DE MÁQUINAS


Esta crônica tem a pretensão de fazer uma homenagem a todos que exercem um cargo ou função em favor da sociedade.
Independente da classe ou da hierarquia e da área de atuação.
Em qualquer esfera de governo.

Falo do servidor público.
Ou do agente público, como queiram.

28 de outubro é o Dia do Funcionário Público.
A data foi instituída pelo então Presidente Getúlio Vargas, em 1939.
Pelo Decreto 1.713, o Governo Vargas instituía o estatuto dos funcionários públicos.
Antes, em 1937, na mesma data, Getúlio já havia fundado o Conselho Federal do Serviço Público Civil.
E em 1938, foi criado o Departamento do Serviço Público do Brasil.
É o servidor público o que há de mais fundamental, a peça insubstituível na engrenagem da máquina estatal.

Sem ele esta máquina não anda.
A sociedade - à qual sua principal atribuição é bem servi-la – pára.
O estado – cuja gestão sem a eficiente e dedicada ação do servidor público – não funciona.
Não se pode falar de gestão pública sem que se pense no servidor público.
Ele é a razão da coisa pública.
A Nação muito deve ao servidor público e, por seu lado, é à Nação, a sociedade brasileira, a razão maior e imprescindível do existir do servidor público.
O servidor público faz a diferença na reconstrução de um país com desenvolvimento e justiça social.

Para tanto, porém, é necessário que lhe sejam assegurados o valor e respeito merecidos.
E que este, por sua vez, se faça valorizar e respeitar.
Outubro – e não apenas o dia 15 – é o Mês do Professor.
Como maio é mês das mães e das noivas...

Que me desculpe os demais.
Mas o Professor é o maior dos servidores.
O primeiro.
O mestre de todos.

Se o servidor público fosse uma flor, o professor seria o seu néctar.
A sua seiva.
A essência.

Não há como fugir dessa lógica inequívoca e inegável.
Nunca houve, nem haverá jamais um profissional que não tenha passado e que não passará pelas mãos laboriosas do professor.

Do médico ao engenheiro.
Do Guarda de Segurança ao ocupante do mais alto posto no escalão administrativo do Estado.
Todos levam consigo, na sua mente e no mais íntimo do esconderijo de suas memórias intelectivas as insignes lições assinaladas por um professor.

Um ensinamento, um aprendizado de vida, na vida e para vida.
Uma marca.
Uma saudade.
Uma lembrança.

Por isso, a minha insipiente, modesta e inexpressiva homenagem ao Professor pelo seu dia.
Nele e por ele, estende-se esta deferência, a todos os servidores públicos brasileiros e paraenses e, de modo (muito) particularíssimo, aos da nossa querida Santa Maria do Pará.



























quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A FOLHA E AS FALHAS


O ALMANAQUE da crônica republica postagem do incomparável Conversa Afiada.
E com as esperanças renovadas pelos ares de mudança que andaram soprando pelo Congresso, acha que as máscaras da Folha podem, mesmo, está começando a cair...

Folha x Falha: Caiu a máscara do Otavinho
O Conversa Afiada reproduz press release que recebeu do deputado Paulo Pimenta:

Decisão da justiça no caso Folha x Falha pode criar jurisprudência perigosa sobre liberdade de expressão, avaliam parlamentares
Na tarde desta quarta-feira (26), a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados promoveu audiência para debater o silêncio da mídia no caso de censura imposto pelo jornal Folha de São Paulo ao blog Falha de S. Paulo. Parlamentares de diversos partidos políticos compareceram à sessão, em uma demonstração de que essa não é uma discussão partidária, conforme tentou induzir o diário paulista nos últimos dias. Os deputados alertaram para um precedente perigoso que pode ser criado no país, dependendo da compreensão da justiça sobre o episódio.

Autor do requerimento para o debate, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) enfatizou que a linha adotada pela Folha põe em risco um direito constitucional. “Estão corretos os que entendem que esse episódio não é algo menor. Como essa é uma ação inédita no Brasil, a decisão da justiça em favor da Folha de S. Paulo criará uma jurisprudência de restrição à liberdade de expressão. Qualquer blog ou veículo alternativo que utilizar da sátira para criticar poderá ser processado e tirado do ar. No futuro, os próprios meios de comunicação serão julgados com base nesse entendimento”, frisou o parlamentar.

“É muito bom quando temos o dono do jornal deixando cair sua máscara, o jogo fica mais claro”

Criador do blog Falha, Lino Bochini criticou, por um lado, a ausência da Folha, mas por outro, afirmou que o jornal paulista “mostrou sua verdadeira face”. Ele, que classificou a ação da Folha com “absurda” e “truculenta”, rebateu as alegações do proprietário e diretor de redação, Otávio Frias Filho, de que o blog Falha não seria sátira nem independente. “É muito bom quando temos o dono do jornal deixando cair sua máscara, o jogo fica mais claro. A Folha mente, o nosso blog era sátira e era independente! A Folha é um jornal que cobra transparência, responsabilidade dos órgãos públicos – o que está correto – mas que foge do debate por meio de uma carta autoritária”, contestou Lino, desafiando que não há na blogosfera nenhum site defendendo a Folha, além do portal do próprio jornal.

“Folha tem pouco a acrescentar no debate sobre liberdade de expressão. Isso explica a ausência de seus representantes”
O 1º Secretário da Federação Nacional dos Jornalistas, Antônio Paulo Santos, que também compôs a mesa de trabalho, afirmou que o que os grandes grupos de comunicação querem é a “liberdade de empresa”. O dirigente da Fenaj criticou, e não isentou o Congresso, pelo fato de no Brasil o setor de comunicação não ter regulação nenhuma. “As tradicionais famílias que dominam a mídia em nosso país trabalham unidas pela desregulamentação do setor. Conseguiram, a partir de muita pressão, que o Congresso arquivasse o projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo, e, por fim, há dois anos, derrubaram o diploma de jornalismo”, resumiu.

A Folha, por meio de nota, já havia antecipado que “declinaria” do convite por “discordar da temática da audiência”. Sobre ausência do jornal paulista, o deputado Pimenta disse que a “Folha de S. Paulo tem pouco a acrescentar no debate sobre liberdade de expressão”, o que, segundo ele, explica a ausência de seus representantes. Ivan Valente (PSOL-SP) considerou que a Folha desrespeitou o Legislativo ao contestar na carta a temática da audiência. “O jornal pode fazer o juízo de valor que quiser sobre o fato, mas não pode deslegitimar a atuação da Comissão de Legislação Participativa e do Poder Legislativo”, criticou.

Parlamentares condenam Folha e apóiam blog Falha

Ao todo, 16 deputados registraram presença no debate. Todos dividiram da mesma preocupação, levantada no início do debate, sobre uma jurisprudência perigosa a ser criada pela justiça no caso de uma decisão favorável ao jornal Folha de São Paulo.

“Se um jornal quiser ter respeito pelo seu público, deveria ter o rabo preso com a verdade”
“A estrutura das empresas de comunicação no Brasil é familiar e secular, isso é ruim para a democracia brasileira. A propriedade cruzada, essa concentração da informação que em outros países não existe, aqui no Brasil pode! A Folha erra ao fazer a defesa da liberdade de expressão, ao mesmo tempo em que não consegue suportar as críticas de um blog. Se um jornal quiser ter respeito pelo seu público, deveria ter o rabo preso com a verdade, e não com o leitor (referindo-se ao antigo slogan da Folha ‘de rabo preso com o leitor’). Lamento que a justiça brasileira, às vezes, tenha definições impróprias sobre alguns temas, daí a necessidade da regulamentação dos meios de comunicação, para não termos um vazio legislativo, que possa, de alguma forma, ameaçar a liberdade de expressão no país”. Ivan Valente (PSOL-SP)

“É errado minimizarmos essa ação de censura, porque ela é muito grave”

“Esse tema não se esgotará, pois não há, aqui, a outra parte. Se não pudermos usar a marca para satirizar, como defende a Folha, o Zorra Total deveria sair do ar, pois faz uma sátira a Presidente Dilma. Se, por acaso, a Presidente pedisse para tirar o quadro do ar, certamente, a Rede Globo reagiria, e a Folha e os grandes jornais do país dariam capa para o assunto. O PCdoB, meu partido, poderia processar a revista Época que trouxe em sua edição desta semana uma montagem com nossa bandeira. Esse episódio criará um parâmetro para as decisões judiciais. Não podemos tratar o caso como se fosse algo isolado, um processo da Folha contra um blog. É errado minimizarmos essa ação de censura, porque ela é muito grave”. Manuela d´Ávila (PCdoB-RS)

“Chama a atenção que a Folha diz que a decisão da justiça de primeira instância é soberana e que o assunto está superado. Não está e o parlamento tem o dever de acompanhar os próximos desdobramentos”. Luiz Couto (PT-BA)

Universitários de Brasília, representantes do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social também acompanharam a audiência.

“Está claro que, quando o espaço para os dois lados estão garantidos, a Folha prefere silenciar. Liberdade de expressão e liberdade de imprensa têm que conviver com as demais liberdades. Assistimos a grandes grupos fazendo mau uso da liberdade de expressão, o que não se configura no caso do blog Falha de S. Paulo. São os blogs, hoje, que nos garantem a pluralidade da informação, e mesmo assim os gigantes se insurgem contra os pequenos que exercem o direito à crítica”. Mariana Martins – Grupo Intervozes

Convidadas, Associação Nacional dos Jornais (ANJ) não compareceu e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que havia confirmado o nome de Claudismar Zupirolli, Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina (OAB-DF), não enviou representante, pois hoje no Supremo Tribunal Federal estava em julgamento a constitucionalidade do exame da ordem dos advogados.

Deputados presentes à audiência:

Dr. Grillo (PSL-MG)
Paulo Magalhães (DEM-BA)
Paulo Pimenta (PT-RS)
Roberto Britto (PP-BA)
José Stédile (PSB-RS)
Miriquinho Batista (PT-PA)
Pedro Uczai (PT-SC)
Vitor Paulo (PRB-RJ)
Weverton Rocha (PDT-MA)
Luiz Fernando (PSDB-SP)
Vaz de Lima (PSDB-SP)
Ivan Valente (PSOL-SP)
Luiz Couto (PT-PB)
Manuela d´Ávila (PCdoB-RS)
Nelson Marchezzan Jr (PSDB-RS)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

AS DIFERENÇAS NOS TORNAM IGUAIS


Normalidade é um termo conceitual estabelecido pela sociedade.
Um modelo social que configura uma agressão à natureza humana.

Cada um de nós é um ser único.

Logo, somos desobrigados a sermos iguais sob toda e qualquer forma de expressão.
E isto é de caráter antropológico bem como biológico.
A individualidade pessoal flui como o fio de água que jorra da fonte direto da nossa alma.

Quem sabe conviver com as diferenças é porque soube vencer as barreiras do preconceito que escraviza.

O preconceito é pai da intolerância.
Os intolerantes são avessos às diferenças e a estas, indiferentes.
Do seu dicionário riscaram o vocábulo “fraternidade”.

Somente os espíritos fraternos têm a faculdade de apreciar as diferenças.
O que importa não é querer, mas ser diferente.
Porque ser diferente é ser verdadeiro.
Quem conhece a verdade é capaz de priorizar as coisas espirituais.

É do e no espírito que eclodem as coisas e os valores eternos, o essencialmente belo – mesmo e, sobretudo, – que não seja o material, físico e o aparente visto pelos olhos.
Nossas mesquinharias é que nos levam a imaginar que somos diferentes dos diferentes.

Bobagem!

Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais, dizia o fenomenal e inspiradíssimo Bob Marley.

A venda do preconceito obstrui de nós a visão, impossibilitando-nos de perceber que somos, de fato, todos iguais.

Iguais na indiferença.
Iguais em pobreza de espírito.

Quiséramos descobrir a substanciosa essência de sermos normais nas diferenças.
E aceitássemos de bom grado que o bem da coletividade reside nas nossas individualidades e delas dependem, por mais paradoxal que pareça.

Não é que você seja diferente, mas é que ninguém consegue ser igual a você.", nos ensinou Shakespeare.
É no diferente, no pensar, no agir, no ser diferente onde se encontra o direito a termos os mesmos direitos.

Sem diferenças.
Mesmo que na adversidade.
Mas respeitando a diversidade.

Concluo com o lapidar pensamento do grande Fernando Pessoa: “Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.”

Isso é pensar diferente.

A diferença não torna ninguém nem melhor nem pior que ninguém.
Contudo, seremos melhores à medida que soubermos aceitar as diferenças.

sábado, 1 de outubro de 2011

BRILHOU, DE NOVO, A ESTRELA DO PARÁ


Não tem jeito.
Morra quem quiser de inveja.
Na Bandeira Brasileira o Pará é a estrela que brilha lá em cima.
A estrela maior, a mais radiante e a mais bela de todas.
A maior estrela do Pará é o seu povo.

O povo do Pará tem no sorriso o brilho contagiante das estrelas.

Na acolhida e na receptividade o calor das constelações estelares.
Nesta semana, a estrela do Pará mostrou ao universo esportivo todo seu fulgor.
Todas as lentes telescópicas se voltaram para Belém.
E captaram as impressionantes imagens de um Mangueirão em completo delírio.
E descobriram, extasiados, o pulsar de quarenta mil corações apaixonados por futebol.
Loucos de amor pelo Brasil.

Os olhos do mundo viram oitenta mil estrelas na forma de olhos que só tinham olhares para uma bola.
O jogo Brasil e Argentina foi um dos mais belos eventos já realizados no nosso Estado.

E no Brasil.

Talvez nem tanto pelo espetáculo jogado, mas pelo espetáculo da torcida que transformou o que seria apenas um jogo de futebol numa festiva e comovente demonstração de civilidade, civismo e patriotismo.

O Hino Nacional cantado em uníssono por um coro de quarenta mil vozes foi inesquecível.
No campeonato paulista o Hino Brasileiro é vaiado.

Uma vergonha.

A ordem, a organização, a disciplina.
A alegria, a emoção e o entusiasmo do torcedor do Pará é uma lição deixada para aqueles que discriminam o Pará.

O Brasil precisa descobrir que o futebol brasileiro precisa do Pará.

Aqui, a despeito do desmantelamento dos nossos clubes, temos as maiores rendas e a melhores médias de público por partida nos campeonatos nacionais em qualquer divisão.
Por isso, é possível afirmar que todas as estrelas iluminaram quem escreveu esta frase lapidar: “O Pará não perdeu a Copa. A Copa foi quem perdeu o Pará”.

Não é difícil imaginar o que o Pará não proporcionaria ao mundo se Belém fosse Manaus.
Eles ganharam de nós o direito de ser cidade-sede da Copa.
Mesmo que o melhor time de lá seja muito pior do que o Remo...

Belém não merecia ficar fora da Copa.
Ficou porque os homens da Copa estão por fora do Pará.

Para eles o eixo do mundo passa por Rio e São Paulo.
Certamente jamais olharam a Bandeira do Brasil.
E não sabem que o Pará é uma estrela de primeira grandeza, revelada na grandeza da alegria da sua gente.

Salve o Brasil! Viva Belém!
Viva o Pará.









sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SOLIDARIEDADE


Solidariedade vem de unidade sólida.
Solidariedade é comunhão de atitude e de sentimentos
Solidariedade não se coaduna com individualidade.

Para muitos, o Brasil é um país cujo povo é solidário.
Porém, poucas são as circunstâncias que levam a tal constatação.
Tem sido necessário a ocorrência de tragédias naturais para ter-se a ilusão de que somos, de fatoo, um povo espiritualmente impregnado de solidariedade.

As enchentes anuais de Santa Catarina e os desabamentos dos morros na região serrana do Rio, mais do que fazer despertar em nós o sentimento de solidariedade, têm sido usadas como dantesca espetacularização pela mídia sedenta de audiência.
A desgraça e a tragédia exploradas sob o disfarce de cobertura jornalística.

A imprensa nacional é vampiresca.
Vive e alimenta-se de sangue.
E de explorar a miséria social.

Isto não é solidariedade.
É oportunismo.
Casuísmo.

Solidariedade não é o “Criança Esperança” do Globo.
Aquilo é um engodo.
A Globo não é solidária com a criança brasileira.
Basta ver sua programação.

Desenhos infantis, filmes e novelas.
Na Globo tudo gira em torno da violência. Da corrupção de valores éticos e morais, de traições conjugais e da degradação da família.
A criança aprende na Globo que a norma é matar... que para ser mocinho é preciso eliminar o bandido.
Isso em um desenho que vai ao ar após o Mais Você da Ana Maria Braga.

A Ana, por sinal, não ensina nada além de receitas caseiras.
A Ana Maria só não teve mais casamentos do que o Fábio Jr.
A Ana tem um marido novo – ou um novo marido – a cada 24 meses.
Ela já casou com o vigia da casa dela, com o motorista, com o cozinheiro e com o seu segurança...

Isto dá uma desesperança...

As novelas da Globo são os contos dos trios amorosos. Se não tiver ao menos três casais onde cada casal se relacione com três pessoas entre eles, a novela não tem nem três meses de duração.
Novela na Globo onde a mocinha não se transforme em vilã e assassina não é novela da Globo.

Isto não é solidariedade.
Não ajuda, não forma, não informa nada nem edifica ninguém.
Muito menos a criança.

Isto dá uma desesperança...

A solidariedade não está necessariamente nos arroubos das grandes ações ensaiadas.
A solidariedade não está no espetáculo pago.
Nem na demagógica coleta de alimentos e cobertores.
A solidariedade está no gesto simples de um sorriso.
Na energia e na cumplicidade de um olhar terno.
Num bom dia dado com ternura de voz.
Na mão estendida.
No calor do abraço.
Na risada partilhada.
Na piada contada.

Solidariedade é comunhão de sentimentos.
Tristes e alegres.
Solidariedade é partilha de idéia e vivência em comum.
É lida diária, lições que se reparte todo dia.

Solidariedade não pode ser demagogia.