Há vinte e três meses – mais precisamente em janeiro de 2010 – eu falava numa crônica do quanto salutar é a concorrência de mercado.
Não importa o produto ofertado.
Refletia ali os malefícios antagônicos que se sobrepõem ao cliente ou consumidor quando uma empresa monopoliza o bem ou serviço que oferece.
O monopólio se caracteriza na e pela falta de concorrência.
E obriga as pessoas ao uso daquilo que lhe é oferecido pela simples falta de opção na escolha de algo que lhe satisfaça.
A agência do Banco do Brasil de Santa Maria era o mote daquela crônica.
Passados quase dois anos, constata-se a gritante escassez de mudanças no Banco do Brasil.
A não ser a sucessão de suas gerências – três, salvo engano – que na prática pouco benefício trouxe ao cliente.
A qualidade dos serviços prestados pelo Banco do Brasil em nossa cidade não condiz com a lucratividade obtida pela instituição no último trimestre deste ano.
O lucro líquido do Banco do Brasil de R$ 2,89 bilhões entre julho e setembro.
Pode parecer utópico, irresponsável e até irônico.
Mas tamanha lucratividade não é o suficiente para o Banco cuidar de suas agências e valorizar sua clientela.
A ocupante da cadeira de gerente em 2010, deixou a sua memorável marca: ela tirou as cadeiras da agência e deixou os idosos e aposentados em pé.
Na fila de espera de atendimento que no Banco do Brasil nunca é inferior a uma hora de tempo.
Ela também mandou retirar o cafezinho...
Hoje as cadeiras voltaram.
O cafezinho também.
Todavia, a espera é a mesma.
O auto-atendimento não passa de aporrinhação.
Com três bilhões de reais em caixa, o Banco do Brasil não compra uma turbina de papel para a impressão de recibos bancários.
Três bilhões não dá para o Banco do Brasil adquirir um caixa de auto-atendimento que funcione.
De cada dez terminais do Banco do Brasil, ao menos sete apresentam um problema.
E deixam o cliente na mão.
A agência de Santa Maria é um horror!
Está há três semanas às escuras.
Quem precisar fazer uma operação bancária após as dezoito horas recomendo levar uma vela.
Um candeeiro, ou uma caixa de fósforo.
A central de ar é barulhenta, mas nada faz além de barulho.
O calor é sufocante e infernal.
Não gela!
O cliente que entra no Banco do Brasil é que acaba entrando numa gelada.
O Banco do Brasil continua precisando de uma coisa chamada concorrência.
Sozinho, o Banco do Brasil faz o que bem entende com seus clientes.
Atende pessimamente mal e fica tudo por isso.
Como se não bastasse, o Banco do Brasil se isola ainda mais no papel monopolista que exerce em Santa Maria.
Ele ganhou a concorrência de banco postal e substituirá o Bradesco no serviço que este oferecia junto aos Correios.
Por outro lado, a mini-agência do Bradesco não está à altura da demanda.
O Bradesco chegou pequeno em Santa Maria e optou por não crescer.
Continua pequeno, frágil e ineficiente.
O Bradesco acabou por tornar fácil o monopólio do Banco do Brasil.
O Banco do Brasil tem um caixa abarrotado de dinheiro.
Ele pode ser o maior banco da América Latina e um dos maiores do mundo.
Mas o Banco do Brasil continua a não ter uma coisa bem básica para quem opera no mercado.
Algo que seria essencial para quem vive a partir do lucro e do seu desempenho na relação com o consumidor – razão maior de sua existência.
O Banco do Brasil não tem o menor respeito por seus clientes.
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