quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SERRA E GILMAR DANTAS: O CALDO PODE ENTORNAR PRO LADO DELES

Do do Escrevinhador, o blog do Rodrigo Viana: Maierovitch e o impeachment de Gilmar Mendes


Reproduzo texto do brilhante jurista Walter Maierovitch, publicado no blog dele, no Terra.


NOS CORREDORES DO SUPREMO, FALA-SE EM IMPEACHMENT DE GILMAR MENDES

por Walter Maierovitch

A matéria apresentada pelo Jornal Folha de S. Paulo é de extrema gravidade. Pelo noticiado, e se verdadeiro, o ministro Gilmar Mendes e o candidato José Serra tentaram, por manobra criminosa, retardar julgamento sobre questão fundamental, referente ao exercício ativo da cidadania: o direito que o cidadão tem de votar.
Atenção: Gilmar e Serra negam ter se falado. Em outras palavras, a matéria da Folha de S.Paulo não seria verdadeira.
Pelo que se infere da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes interrompeu o julgamento do recurso apresentado pelo PT. Pela ação proposta, considera-se inconstitucional a obrigatoriedade do título eleitoral, acrescido de um documento oficial com fotografia.

O barômetro em Brasília indica alta pressão. Pressão que subiu com o surpreendente pedido de “vista” de Mendes. E que chegou no vermelho do barômetro com a matéria da Folha. Ligado o fato “a” (adiamento) com o “b” (pedido de Serra), pode-se pensar no artigo 319 do Código Penal: crime de prevaricação.
Já se fala entre políticos, operadores do Direito e experientes juristas, caso o fato noticiado na Folha de S.Paulo tenha ocorrido e caracterizado o pedido de Serra para Gilmar “parar” o julgamento, em impeachment do ministro.

O impeachement ecoa na “rádio corredor” do Supremo. E por eles circulam ministros e assessores.
Com efeito. O julgamento da ação proposta pelo PT transcorria sem sobressaltos. Não havia nenhuma dificuldade de ordem técnica-processual. Trocando em miúdos, a matéria sob exame dos ministros não tinha complexidade jurídica. Portanto, nenhuma divergência e com dissensos acomodados e acertados.

Sete ministros já tinham votado pelo acolhimento da pretensão apresentada, ou seja, ao eleitor, sem título eleitoral, bastaria apresentar um documento oficial, com fotografia. A propósito, a ministra Ellen Gracie observou que a exigência da lei “só complica” o exercício do voto.
O que surpreendeu, causou estranheza, foi o pedido de vistas de Gilmar Mendes. Como regra, o pedido de vistas ocorre quando a matéria é de alta complexidade. Ou quando algum ministro apresenta argumento que surpreende, provocando a exigência de novo exame da questão. Isso para que quem pediu vista reflita, mude de posição ou reforce os argumentos em contrário.

Também causou estranheza um pedido de vista de matéria não complexa, quando, pela proximidade das eleições, exigia-se urgência.
Dispensável afirmar que não adianta só a decisão do Supremo. É preciso tempo para a sua repercussão. Quanto antes for divulgado, esclarecido, melhor será.
Terceiro ponto: a votação no plenário do STF se orientava no sentido de que a matéria era de relevância, pois em jogo estava o exercício da cidadania. A meta toda era, como se disse no julgamento, facilitar e não complicar o exercício da cidadania, que vai ocorrer, pelo voto, no próximo domingo, dia das eleições.

Um pedido de vista, a esta altura, numa questão simples, em que os sete ministros concluíram que a lei sobre a apresentação de dois documentos para votar veio para complicar, na realidade, dificultava esse mencionado exercício de cidadania ativa (votar).
O pedido de vista numa questão que tem repercussão, é urgente e nada complexa, provocou mal-estar.
Os ministros não querem se manifestar sobre a notícia divulgada pela Folha, uma vez que, tanto José Serra quanto Gilmar Mendes negaram. Mas vários deles acham que a apuração do fato, dado como gravíssimo, se for verdadeiro, é muito simples. Basta quebrar o sigilo telefônico.

Pano rápido. Como qualquer toga sabe, a matéria da Folha de S.Paulo é grave porque envolve, caso verdadeira, uma tentiva de manipulação que prejudica o direito de cidadania. Trata-se de um ministro do Supremo, que tem como obrigação a insenção. Serra e Mendes desmentiram. A denúncia precisa ser apurada pelo Ministério Público e, acredita-se, que a dra Cureau não vai deixar de apurar e solicitar, judicialmente, a quebra dos sigilos telefônicos de Serra e Mendes.

A única forma de se cassar um ministro do Supremo, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem poder correcional sobre eles, é o impeachment. Ministros do Supremo só perdem o cargo por impeachment.
O único caminho, quando se trata de grave irregularidade, de crime perpetrado — e esse caso, se comprovado, pode ser caracterizado como crime —, é o impeachment.

Na historiografia judiciária brasileira nunca houve impeachment de ministro do STF. Já houve cassação pela ditadura militar, e por motivo ideológico.

A FARSA ANUNCIADA

Paulo Henrique Amorim: A testemunha-bomba do PiG (*) é para associar Dilma ao PCC


O Conversa Afiada reproduz texto que recebeu de amigo navegante.
Perceba a possível conexão entre o teor do texto e a notícia veiculada em Brasília:

A “bala de prata” é a maior fraude da história política do Brasil.
Indivíduos do Capital e da região de Sorocaba, com diversas passagens pela polícia (roubos, receptação, assaltos à mão armada, seqüestros etc.) foram contatados por políticos ligados ao PSDB local através de um elemento intermediário com trânsito mútuo;

Foram informados de que “prestariam serviços” e levados até um shopping da cidade de São José do Rio Preto;
Lá mantiveram encontro com outras três pessoas, descritas como “muito importantes”, e receberam um adiantamento em dinheiro vivo;

Não se tratava de qualquer encomenda de morte, assalto ou ato criminoso tão comum para os marginais recrutados;

Imediatamente, tais bandidos foram levados até o Rio de Janeiro, a um bairro identificado como Jardim Botânico, onde ficaram confinados por dois dias;

Uma equipe de TV, num estúdio particular, gravou longa entrevista com os bandidos. O script era o seguinte: “somos do PCC, sempre apoiamos o governo Lula e estamos com Dilma”. Não fugiu disso, com variações e montagens em torno de uma relação PCC/Lula/PT/Dilma;

Os bandidos recrutados também foram instruídos a fazer ligações telefônicas para diversos comparsas que cumprem penas em penitenciárias do Estado de São Paulo. A ordem era clara: simular conversas que “comprovassem” a ligações entre o PCC e a campanha de Dilma;

Tudo foi gravado em áudio e vídeo;

A farsa começou a ser desmontada quando o pagamento final pelo serviço veio aquém do combinado;

Ao voltarem para São Paulo, alguns dos que gravaram a farsa decidiram, então, denunciar o esquema, relatando toda a incrível história acima com riqueza de detalhes;

As autoridades já estão no encalço da bandidagem. De toda a bandidagem;

A simulação seria veiculada por uma grande emissora de TV e por uma revista depois do término do horário eleitoral, causando imenso tumulto e comoção, sem que a candidata Dilma Rousseff, os partidos que a apóiam e o próprio governo Lula tivessem o tempo de denunciar a criminosa armação;

Essa é a “bala de prata”. Já se sabe seu conteúdo, os farsantes e o custo, além dos detalhes. Faltam duas peças: quem mandou e quem veicularia (ou ainda terá o desplante de veicular?) a maior fraude da história política brasileira;

Com a palavra, as autoridades policiais.

A propósito, o amigo navegante enviou essa “nota” extraída da imprensa de Brasilia:

29/09/2010
00:00 – www.claudiohumberto.com.br

Almoço global

A Rede Globo oferece em São Paulo almoço vip, nesta quinta, data do último debate presidencial, a Leandro Daiello, superintendente local da Polícia Federal – que anda atarefada com inquéritos de Erenice & cia.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

JOGUE O DATAFOLHA NO LIXO

Ibope e Sensus: Dilma mantém vantagem e venceria no primeiro turno

Esta é para as olheiras do Serra atingirem de uma vez por todas o contorno de sua horrenda bocarra.

CNI/Ibope: com 50%, Dilma venceria no primeiro turno


Pesquisa do Instituto Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quarta-feira (29) liderança da candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, com 50%. O tucano José Serra aparece na segunda colocação, com 27%, seguido da senadora verde Marina Silva, que tem 13% das intenções de voto.

Com esse cenário, se as eleições fossem hoje, a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, estaria eleita no primeiro turno. A margem de erro da pesquisa CNI/Ibope é de dois pontos percentuais. 

PS do Viomundo: Em relação à pesquisa anterior do Ibope (neste caso, encomendada pelo Estadão), do dia 24, Dilma manteve os 50%, Serra caiu um (tinha 28%) e Marina subiu um (tinha 12%).

Vejam também que, embora Serra invista no antipetismo, a pesquisa diz que o PT é o partido preferido dos brasileiros, com 27%, contra 5% do PSDB.
CNT/Sensus: Dilma tem 54,7% dos votos válidos e Serra, 29,5%

29 de setembro de 2010 • 10h46 • atualizado às 10h54


A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a corrida pelo Palácio do Planalto com 54,7% dos votos válidos, segundo pesquisa do instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT)e divulgada nesta quarta-feira (29). O tucano José Serra aparece na segunda colocação, com 29,5%%, seguido da senadora verde Marina Silva, que tem 13,3%% das intenções de voto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e, com este cenário, a petista seria eleita ainda no primeiro turno.

Votos brancos e nulos somam 3,6% e 9,5% dos entrevistados disseram estar indecisos. Desta forma, na pesquisa estimulada Dilma tem 47,5%, Serra 25,6% e Marina 11,6%.

O levantamento, realizado entre os dias 26 e 28 de setembro em 24 estados, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 33103/2010.

Do Viomundo.




AS TENDÊNCIAS DO DATAFOLHA

Coimbra: nenhuma pesquisa apontou as tendências do Datafolha

Marcos Coimbra, do Vox Populi, não conseguiu identificar as tendências que o Instituto Datafolha diz ter percebido no eleitorado. O Vox Populi tem uma enorme quantidade de tracking (pesquisas rápidas diárias) e pesquisas em diversos estados.

Para o iG/Band, sua pesquisa buscar 500 novos pesquisados diariamente. Para partidos políticos, 3 mil. Faz tracking em Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina.

Nenhuma de suas pesquisas apontou as tendências divulgadas pelo Datafolha.

Nele, há uma queda discreta de Dilma, Serra se estabilizando no patamar de 28% e Marina subindo.

Nas pesquisas do Vox, não se observou nenhuma tendência de queda de Dilma – que nunca fica abaixo de 49%. Em geral, oscila entre 49 ae 51%. Serra permanece na faixa de 20 a 25% - no momento está em 22%.

Se descontar os 12 a 14% de Marina, sobram de 10 a 12 pontos para Dilma vencer no primeiro turno.

A única tendência nova detectada é de um leve crescimento da Marina, mas restrito aos grandes centros do sudeste.

Coimbra explica que uma pesquisa apenas não pode se pretender identificar o todo. As análises precisam ser feitas em cima do conjunto de pesquisas de todos os institutos. Mas o Datafolha continua considerando seus dados os únicos capazes de refletir a realidade.

Coimbra lembra que nessas eleições, durante todo o tempo o Datafolha correu atrás dos demais institutos. Jamais conseguiu antecipar uma tendência sequer. Seria surpresa se conseguisse agora.


Do Vermelho, com fonte do Blog do Nassif

sábado, 25 de setembro de 2010

O AMOR VENCENDO O ÓDIO – DE NOVO

O último comício de Dilma Rousseff em Porto Alegre foi um espetáculo impactante.

Que marcou não só pela quantidade de pessoas como também pela qualidade dos discursos.

Mais de 35 mil fãs estiveram presentes no maior ato cívico dessa eleição.

Nem somando todas as caminhadas e reuniões – ele não faz comício – realizadas pelo Serra e a Marina se chegaria a um ajuntamento popular dessa magnitude.

Como os votos dos dois, adicionados aos do Plínio, ainda assim não superam os da candidata de Lula.

Por isso ela vai ganhar já no 1º Turno.

O Presidente Lula estava descontraído.

E Dilma inspirada.

Ela destacou a diferença entre o Governo Lula e o de Serra/FHC.

Eles venderam parte da Petrobras e tentaram até mudar seu nome para Petrobrax.

Com a venda das ações da ex-quase Petrobrax tucana foram arrecadados míseros 7 bilhões de dólares.

Sem vender se quer um pedacinho da empresas Lula arrecadou 70 bilhões de dólares e a Petrobras se tornou a segunda maior companhia de petróleo do mundo , assegurou Dilma Rousseff.

Imaginem que a Petrobras era chamada de dinossauro pela direita pigo-demotucana.

Dilma lembrou que quando Lula assumiu a Presidência ele fez mais do que os tucanos.

Eles não fizeram nada quando podiam ter feito.

O tempo deles era o tempo em que o Brasil vivia preso à coleira do FMI.

Os tucademos quebraram o Brasil.

O FMI dava as ordens.

E determinou que O PSDB não daria aumento no salário mínimo.

E o PSDB não deu.

Agora o Serra vem com a mais deslavada das promessas eleitoreiras de toda a campanha: o aumento para 600 reais no salário mínimo.

Nem o Sérgio Guerra acredito nisso.

Não somos bobos, disse.

Dilma conclamou os brasileiros a responder com amor e esperança ao ódio de seu adversário.

A oposição baixou ao esgoto o nível da campanha e disseminou ódios e ataques contra o PT e sua candidata.

A ponto de ter tido a reprovação até de membros da própria coligação demotucana.

Dilma fez referências aos 28 milhões de pessoas que o Governo Lula tirou da miséria.

E dos 36 milhões que entraram na classe média, além dos 14 milhões de empregos criados com carteira assinada.

Mas a mensagem principal deixada por Dilma foi a de que na luta contra o ódio o amor vencerá.

O povo vencerá.

O Brasil vencerá.







BALA VERDE

Portal Carta Maior: FALTAM OITO DIAS


A BALA DE PRATA ERA VERDE


A direita brasileira raspou o fundo do tacho e chegou à seguinte conclusão: Marina é o último cartucho de Serra. Todas as pesquisas divulgadas até a 6ª feira convergem para um ponto de equilíbrio sedimentado: Dilma tem 50% das intenções de votos (oscilou apenas um ponto depois de toda fuzilaria das últimas duas semanas).
 
Serra patina em torno de 25%. Parece difícil ir além por suas próprias 'qualidades'. Depois de tudo o que tentou, a boa vontade estatística, leia-se, o versátil Ibope do transformista Carlos Montenegro, lhe deu uma oscilação de amigo do peito de 3 mais pontos.
 
Anima a militância da página 2 da Folha, mas é insuficiente. Para levar a eleição ao 2º turno, resta ao conservadorismo nativo pintar-se de verde e bombar Marina Silva pelo ar, por terra e por mar, 24 horas por dia nos próximos oito dias.
 
O mutirão já começou.
Faz parte desse tour de force, por exemplo, a retardatária adesão do neoecologista Pedro Simon à candidatura do PV, nesta 6ª feira.
 
O movimento ambientalista brasileiro encontra-se diante de uma encruzilhada histórica: tem oito dias para decidir se integra o campo de forças que lutam pela transformação do Brasil numa sociedade mais justa e sustentável, ou, ao contrário, como lamentavelmente sugere o comportamento de alguns de seus porta-vozes e lideranças lambuzadas com a atenção da mídia, se assume a condição subserviente de pé-de-palanque da direita e da extrema direita unidas no interior da coalizão demotucana.
 
Chico Mendes por certo não hesitaria em escolher seu lado se na reta final de uma disputa política, como agora, tivesse objetivamente duas opções de poder: um governo amarrado em torno dos compromissos históricos de Dilma e Lula ou um Brasil submetido ao comando da alarmante dupla Serra e Índio da Costa. Resta saber qual será a escolha de Marina Silva.
A ver.
 
(Carta Maior, 25-09).

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O GOLPISMO ESTÁ NO AR

Surpreso, descobri a matéria abaixo publicada no Estadão sobre o ato realizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, no auditório do Sindicato dos Jornalistas, na noite desta quinta feira, em SP.

Estadão: Entidades e partidos criticam 'golpismo midiático' e defendem controle social da mídia

Para jornalista, imprensa é parcial ao cobrir as eleições; ex-prefeita Luiza Erundina vê 'macarthismo' na ação da mídia

Em ato realizado no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo nesta quinta-feira, 23, partidos e entidades criticaram o que chamam de 'golpismo midiático' e defenderam o 'controle social' da mídia. Estiveram presentes ao ato representantes da coligação que apoia a candidata Dilma Rousseff (PT) e de centrais sindicais, além de outras entidades.

Para ela, o 'golpismo midiático' se explica porque "deu certo o governo do primeiro presidente operário e porque vamos eleger a primeira mulher presidente do Brasil". E acrescenta "vamos ficar vigilantes, eles vão tentar tudo."

Cobertura 'enviesada'

Altamiro Borges, que preside Centro de Estudos de Mídia Independente Barão de Itararé, entidade que organizou o ato, esclareceu confusão que teria ocorrido na divulgação do evento. Segundo ele, o ato não foi contra a mídia. Segundo ele, parte da imprensa (os debatedores, em geral, citavam o Estado, a Globo, a Folha e a Abril), faz uma cobertura 'enviesada' "Claro que tem que apurar o caso da Erenice Guerra, mas não falam dos problemas da filha do Serra. Porque isso não dá manchete?", diz referindo-se à denúncia feita pela revista Carta Capital, que acusa Verônica Serra de ter violado o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros.
Ele afirma que não está sendo proposto um "controle de mídia, termo já estigmatizado", mas sim "que a sociedade possa participar democraticamente na construção de uma comunicação mais democrática e pluralista."

Para ele, quem é contra a imprensa "são os donos das empresas, como já foram no passado ao defenderem o golpe, ao defenderem a ditadura. Continuam sendo ao defenderem golpe na Venezuela, em Honduras." Além disso, "eles fazem uma confusão grotesca, ao confundir liberdade de expressão com liberdade de imprensa e liberdade de imprensa com liberdade de empresa. Então o monopólio tem liberdade para mentir, para dissimular, para caluniar e nós não podemos fazer nem uma manifestaçãozinha?", questiona.

Ele teme que as denúncias surtam efeito no processo eleitoral. "A eleição não está decidida, quem colocar salto alto pode se arrebentar. Acaba surtindo efeito no setor médio da sociedade, que é muito influenciada pelo noticiário. Em 2006, esse setor médio, naquela onda de denúncias dos aloprados, conseguiu reverter quase 5% dos votos. Foi o que forçou o segundo turno".

Para ele, há dois fatores para que essa influência não seja maior. Primeiro, a comparação com o governo FHC e a constatação de que o governo Lula seria melhor. E além disso, a disseminação de outros blogs e outras fontes de informação que acabam fazendo um contraponto. Altamiro classifica setembro de 2010 como um dos períodos 'mais tristes da imprensa brasileira' e qualifica sua ação como 'nojenta'. Altamiro vê quatro objetivos centrais nessa ação: garantir o segundo turno; estancar a 'onda vermelha' nos Estados, que mudaria a composição do Congresso; deslegitimar um eventual governo Dilma; e tornar o eventual governo Dilma refém da agenda da mídia.

"Local para o debate é o sindicato"

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e secretário geral da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Augusto Camargo, também teceu críticas à atuação da mídia, que segundo ele, "distorce e divulga opiniões como fatos." Ele também defendeu a realização do evento na sede do Sindicato. "A sociedade sabe que o local para o debate é o sindicato", afirmou.

Já Gilmar Mauro, do MST, foi mais irônico. 'O dia que Folha, Estadão, Abril e Globo falarem bem, nós estamos errados", afirmou. Ele também afirmou que o comportamento da mídia é um aviso para que o governo promova a "democratização da mídia".


COM A DIREITA TODO CUIDADO NUNCA É MUITO

Fazia 365 dias – exatamente um ano – que o Serra não ganhava um mísero voto, sequer.

Nenhum.

Desde setembro os gráficos do pupilo de FHC só apontavam para baixo.
Serra entrará para a história como o maior “caidor” da política nacional numa campanha eleitoral.

Um fenômeno na arte de perder eleição.

O Serra cai como ninguém e ninguém, jamais, cai como o Serra.

Um desastre.

Nem as mangas maduras das frondosas mangueiras de Belém caem tão facilmente como ele.

Uma raridade.

Até que a última pesquisa Datafolha me despertasse a atenção.

Serra subiu.
Não importa o percentual.

Tampouco se o índice está na margem de erro.
Porque estava.

Trata-se de um episódio, porém, que visto isoladamente não teria qualquer força de alterar o panorama eleitoral e interferir no resultado das eleições que consagrarão a candidatura de Dilma Rousseff.

Isso se o Datafolha não fosse sucedido quase imediatamente por um Ibope.

Sites independentes como o Conversa Afiada analisaram que o Vox Populi desmoralizou o Datafolha.

A assertiva só não é de toda verdadeira por que parte-se da premissa de que não se perde o que nunca se teve.
O Datafolha teria sido desmoralizado se a moral fosse parte de seus princípios.

A expectativa é de que nesta sexta saia um novo Ibope para Presidente.
Imagino que está em curso o golpe midiático de encolhimento da Dilma e o crescimento do candidato da direita.

O circo vertiginoso dos ataques e das acusações ao PT e à campanha dilmista armado há praticamente dois meses foi a senha para “justificar” um pseudo desgaste na imagem da candidata de Lula.
Prevejo uma queda de Dilma nas pesquisas daqui para frente.
Tudo em função dos “escândalos” a que ela foi ligada.
Sem contar as duas últimas capas que ainda restam à Veja.

Dilma vai ganhar, estou certo disso.

Estou igualmente convencido de que a “bala de prata” ainda não foi disparada.
O que deverá ser feito entre quinta e sexta feira.

Depois que a ministra Dilma partiu pra cima da Folha desmascarando sua parcialidade a Folha recuou na estratégia de seus ataques.
O ponto perdido de Dilma e os dois ganhos por Serra pode ser o início da tentativa do golpe final.

Mostrar uma candidatura fragilizada e consumida por uma avassaladora onda de denúncias de corrupção.
Uma candidata autoritária e assassina que, como afirmou a mulher do Serra em plena Copacabana, come criancinha.

Uma candidata que vem de um governo autoritário, cujo chefe, um certo nordestino a quem falta um dedo e não fala inglês, ameaça a democracia.

O Vox Populi e o Sensus sentirão a pressão.
Os dois estarão a postos na dificílima função de desmoralizar os institutos da Globo – Folha/estadão/Ibope.

Eles tentarão a qualquer custo o encolhimento da Dilma.
O Serra não comenta pesquisa.

Mas aquele sorriso de vampiro ao comentar o Datafolha revelou algo insólito.

Tomara que esteja enganado.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DILMA VAI GANHAR

Do inigualável Conversa Afiada: Dilma vai ganhar.
Datafalha e PiG (*) não dão Golpe


Lula não é Jango.
Serra não é Lacerda.
O Eduardo Jorge não é o Golbery.
O dia de ontem, dez dias antes da eleição, expôs os três “argumentos” da elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) para tentar evitar o inevitável: a vitória de Lula/Dilma.

O Datafalha, que não falha, operou na margem de erro para mostrar que as denúncias da Folha (**) vão levar a eleição para o segundo turno.

Isso, sem contar com o Ali Kamel, que, no dia 1º. de outubro, poderá repetir 2006: “o primeiro golpe já houve, falta o segundo”.

A manipulação do Datafalha e do Globope no jornal nacional é um instrumento central do Golpe.

Sempre foi.

O outro elemento desta estratégia suicída é a criminalização do PT, através de um vídeo odiento, divulgado na internet, e que os marqueteiros do Serra inevitavelmente vão jogar no horário eleitoral.

Eles não conseguirão conter a  sordidez intrínseca à pretensão de Serra.

Este vídeo será exibido no horário eleitoral, em tabelinha com o jornal nacional do Ali Kamel – prevê este ordinário blogueiro.

Eles não têm mais bala na agulha.

A não ser a baixaria, como este ordinário blogueiro sempre imaginou: Serra numa campanha é garantia de baixaria – diz o Ciro.

Ou do mesmo autor: Serra é inescrupuloso; se preciso fôr, passa com um trator em cima da cabeça da mãe.

Clique aqui para ler “O PT e a Dilma vão à Justiça contra o vídeo sórdido”.

Lula conseguiu segurar os rotweillers do PT: a Dilma não conseguirá – diz o vídeo.
É uma velha acusação, que recupera 2002: Lula conseguirá segurar o PT ?
Dilma conseguirá segurar o José Dirceu ?
A Regina Duarte morria de medo.
Hoje é o Vereza.

A manipulação do PiG (*) e dos institutos de pesquisa; a criminalização do PT; e o renascimento da UDN
A UDN renasce em São Paulo – onde mais seria ? – , com o apoio de manifestações “de massa”, como as do “Cansei” – clique aqui para ler “”Cansei” defende Tradição, Família e Propriedade – terá o apoio do CCC ? ”.

A campanha de Serra reproduz a sordidez da campanha de Collor contra Lula.
Com algumas diferenças, é óbvio.
Uma delas é que o ódio do PiG (*), hoje, é mais intenso e se manifesta mais desinibidamente do que quando criminalizou Lula para eleger o Collor.

A famosa edição do jornal nacional, na véspera da eleição do segundo turno, com a edição do debate e o editorial do Alexandre Maluf Garcia, seria, hoje, uma BBC.
Só tem um problema.
Dilma ganhou a eleição.

E o PT é o único partido que vai sobreviver ao suicídio em massa produzido pelo Jim Jones, o jenio.

Clique aqui para ler o excelente – como sempre – artigo de Maria Inês Nassif, no Valor de hoje, pág. A8, “Quadro partidário paga o preço do passado – no pós-64, os partidos repetiram o quadro do pré-golpe.”

“ … o que sobrar da oposição (com a vitória da Dilma – PHA) terá uma força mínima no Congresso. A tentação do udenismo, nessa situação, aumenta muito. A instabilidade partidária, nesse caso, pode ser um fator de desestabilização da própria democracia.”

Dilma terá maioria no Senado.
O que fará a UDN ?
Vai para o Golpe, 365 dias por ano.

Agora, mais fraca, sem o cartão Visa do Arthur Virgilio Cardoso, a estreita relevância do Marco Maciel e a Ética apolínea do Heráclito Fortes.
E pode até ficar sem o Tasso “tenho jatinho porque posso” Jereissati, cuja eleição já não é tão segura.

A intervenção militar (***) de 64 se deu, em boa parte, para evitar que, na eleição de 1966, o PTB de Vargas, Jango e Brizola se tornasse a maior bancada da Câmara.
Agora, não adianta, o PT vai crescer, a base da Dilma vai aumentar e a UDN vai diminuir.

Outro argumento importante para explicar a vitória da Dilma, em oposição à derrota do Lula contra o Collor: essa eleição é “casada”.
O Oráculo de Delfos sempre disse que o Collor se elegeu porque era uma eleição “descasada”.

Era uma eleição só para Presidente da República.
Agora, não.

A eleição da Dilma está “casada” com a eleição do Eduardo Campos (coitado do Jarbas !), do Jacques Wagner, do Osmar Dias, com o Dilmasia, do Tarso Genro, do Netinho e da Marta, do Sergio Cabral etc etc.

Como diz o Brizola Neto – eleição se ganha no voto.
Como diz o Lula: o eleitor já sabe quando eles mentem.

Clique aqui para ler “Lula subiu um degrau no ataque ao PiG”.

O eleitor estudou mais, o filho foi para a faculdade, se tornou consumidor e cidadão, tem carteira assinada, compra carro, casa própria, viaja de avião, a auto-estima se reforçou.

“Formador” de opinião não forma mais nada.
Como diz a Inês Nassif: o PiG (*) fala para a UDN, a UDN fala para o PiG (*).

É uma cerimônia de celebração a Onan.
E tem a internet.
Esses blogueiros independentes que tanto irritam o Serra, a imparcial Dra Cureau e o “Cansei”.

Acabou o monopólio do PiG (*).
Falta extirpar o PiG (*) do centro da política brasileira.
O PiG (*) sabe que a Dilma vai fazer a Ley de Medios, porque ela não é suicida.

Ou ela faz uma Ley de Medios, ou cai, porque ela não é metalúrgica, como diz o Mino Carta.
E tem um pequeno problema: a UDN não tem voto.
A UDN controla a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo).
Controla o PiG (*), o Datafalha e o Globope, mas não tem voto.

Um amigo meu tem um cachorro de nome “Docinho”.
De manhã, ele sai com o “Docinho” para passear na Praça Villaboim, no coração de Higienópolis.
“Docinho” é uma cruza bizarra de raças, um desajeitado e muito doce.
Um encanto.
Chama a atenção.
Muitas vezes, o passeio do “Docinho” coincide com a promenade matinal do Fernando Henrique Cardoso.

FHC vai à banca de jornal.
À padaria.
Às vezes passa na farmácia.
Solitário como pardal na chuva.

O “Docinho” recebe mais cumprimentos e carinho do que o Fernando Henrique.

A UDN só dá Golpe.
Dava.

A Dilma está eleita.

Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OUTROS TEMPOS, O SCRIPT DE SEMPRE

VERMELHO: Mídia age de forma articulada para forçar um segundo turno

A menos de um mês das eleições presidenciais, a campanha de José Serra (PSDB) realiza uma tabela com os principais órgãos de imprensa, numa escalada de denúncias contra supostas irregularidades atribuídas a petistas.

Por Renato Godoy de Toledo

Órgãos de imprensa e campanha de José Serra fazem “dueto” para tentar evitar fracasso eleitoral

De concreto, até o momento, sabe-se que o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e da filha e do genro de José Serra, foram violados. No entanto, o próprio candidato admitiu que sabia das violações desde janeiro.

No final do ano passado, uma reportagem veiculada pelo SBT mostrava a venda de dados sigilosos por camelôs no centro de São Paulo. A matéria repercutiu com políticos o acontecimento. Entre eles, destacou-se a declaração de José Serra, afirmando ter tomado conhecimento do assunto e que deveriam investigar o caso. O tom das declarações da época são feitas de forma amena; nem de perto se comparam à atual indignação do candidato.

Por outro lado, a revista Carta Capital apontou que uma ex-empresa da filha de José Serra teria quebrado o sigilo de mais de 60 milhões de brasileiros. A notícia, no entanto, não foi repercutida por nenhum órgão da grande imprensa.

Após sucessivas rodadas de pesquisas de intenção de voto, foi constatado que a candidatura Dilma Rousseff (PT) estabilizou-se na casa dos 50%, enquanto Serra encontra-se mais perto dos 20% do que dos 30%. As constantes investidas da campanha, portanto, não surtiram efeito.

Parece haver um caminho “natural” das notícias: a denúncia surge numa revista semanal, é repercutida nos jornais impressos, ganha a manchete nos telejornais e é martelada durante toda a semana na campanha de José Serra.

Conspiração, sim

Para Venício Lima, professor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB), sempre que algum membro da academia aponta para uma ação articulada dos meios de comunicações, alguém o critica por defender uma “teoria da conspiração”. “Mas o fato é que conspirações existem, e às vezes funcionam. No caso da cobertura do escândalo do mensalão, o [professor da USP] Bernardo Kucinski comprovou que havia uma articulação e um comando. Hoje, não posso dizer que exista algum dado concreto que comprove essa articulação, mas um observador atento pode perceber que há um dueto: os ‘jornalões’ publicam uma manchete e ela aparece no horário eleitoral”, explica.

Um exemplo dessa afirmação de Venício é a manchete da Folha de S. Paulo do dia 5 de setembro de 2010: “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. A manchete foi criticada pela ombudsman do jornal, Suzana Singer, e gerou uma sátira ao jornal no Twitter. A hashtag #DilmaFactsByFolha foi a mais utilizada em todo o mundo e levou jornais como o inglês The Independent a noticiarem o assunto.

O professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, aponta que há motivação política na maneira como as quebras de sigilo vêm sendo abordadas, ainda que estas representem uma violação. “A mídia está certa em divulgar o fato, a população está certa em exigir que sejam punidos os responsáveis. Agora, o que não se pode é transformar esse fato em bandeira de luta eleitoral. O que eu vejo é que determinados veículos de comunicação estão exacerbando essa questão por conta dos interesses no candidato de oposição. A Veja e a Folha de S. Paulo têm esse perfil, como se não houvesse mais nada importante para ser divulgado em matéria de eleição, a não ser a violação do sigilo”, opina.

Efeito 2006?

Venício estudou os escândalos políticos midiáticos que pautaram os debates nas eleições de 2006 e aponta que há algumas semelhanças entre o que foi feito naquele momento com o atual cenário. “[O sociólogo John B.] Thompson, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identifica várias situações em que os escândalos políticos midiáticos surgem com o intuito de provocar um estrago na reputação de pessoas que participam do processo. Não tenho nenhuma hesitação em dizer que se trata de um escândalo político midiático, mas não sei dizer se ele pode ter os mesmo efeitos de 2006”, aponta.

Em 2006, às vésperas da eleição presidencial, surgiu o chamado escândalo dos “aloprados”, em que alguns agentes ligados ao PT foram presos tentando comprar um dossiê contra o então candidato ao governo paulista José Serra. A revista Carta Capital denunciou que o Jornal Nacional, da Rede Globo, optou por se dedicar somente ao assunto e à divulgação da foto com o dinheiro dos petistas em detrimento de anunciar o acidente aéreo da companhia Gol. A vitória de Lula no primeiro turno era dada como certa, mas, após essa notícia e a exploração da cadeira vazia do petista no debate da TV Globo, às vésperas do pleito, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu forçar um 2º turno.

“É muito difícil estabelecer uma comparação com 2006. Mas, pode-se dizer que, hoje, a mídia não tem mais o mesmo poder de 2006. E temos esse contrapoder que é a internet. Há muito mais informações políticas disponíveis hoje, e a internet atinge um tecido social muito maior”, analisa Venício.

O especialista comenta que o fato de as denúncias publicadas na mídia e pautadas na campanha de Serra ainda não terem afetado o desempenho da petista nas pesquisas pode estar relacionado com a falta de um apelo imagético. “Há quem considere que esses escândalos carecem de imagens, como no caso do dinheiro dos aloprados. Neste caso, não há uma imagem que confere um poder muito maior”, comenta. (Colaborou Aline Scarso, da Radioagência NP)

 
Fonte: Jornal Brasil de Fato

COMO LIMPAR A FICHA DOS FICHAS SUJAS

Folha oline: Presidente do Supremo propõe inconstitucionalidade da Lei da Ficha Limpa

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, propôs que os ministros declarem que a Lei da Ficha Limpa é formalmente inconstitucional por conta da mudança nos tempos verbais realizados pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) quando a legislação foi debatida no Senado.

O STF julga nesta quarta-feira recurso do candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) contra a lei da Ficha Limpa. Ele foi considerado "ficha suja" pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ter renunciado ao cargo em 2007 para escapar de processo de cassação.

Para Peluso, Dornelles modificou o mérito do então projeto de lei complementar e ela deveria ter voltado à Câmara dos Deputados para nova análise. Ou seja, o presidente do STF argumenta que a tramitação da lei feriu o devido processo legislativo.
"Não se tratam de emendas de mera redação. Seria o caso de inconstitucionalidade formal. É um caso de arremedo de lei", disse Cezar Peluso.
O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, pediu a palavra para discordar. O caso chegou a ser debatido pelo tribunal eleitoral e entendeu-se que a mudança no Senado não alteraria o sentido da legislação.

Dornelles mudou em diversos artigos da Lei da Ficha Limpa o tempo verbal dos atos que levariam à inelegibilidade de um político. Mudou, por exemplo, "que tenham sido" condenados, para "os que forem condenados", e assim por diante.

Lewandowski ainda firmou que o artigo que trata de renúncia, o que é o caso de Roriz, não foi modificado. Peluso, no entanto, argumentou que não é possível julgar a lei em partes e afirmou que "lei não pode ser feita de qualquer jeito".

O GOLPE SENTIDO PELOS GOLPISTAS DA DIREITA

VERMELHO: Mídia sente o golpe e organiza a direita pró-Serra para apoiá-la

Um grupo de personalidades, a maioria acadêmicos de direita ligados ao PSDB, lançou nesta quarta-feira (22) o "Manifesto em Defesa da Democracia". Apesar de usar a palavra “democracia” no nome do manifesto, o texto é um verdadeiro editorial de solidariedade à candidatura presidencial de José Serra e à grande mídia. Em uma risível contradição, o texto diz que o presidente Lula "ameaça a democracia" ao intervir com suas opiniões no processo eleitoral.

por Cláudio Gonzalez

Articulado pelo empresariado que comanda os grandes jornais paulistas –os mesmos que deram apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar-- o manifesto pró-mídia é uma tentativa destes grupos empresariais da comunicação de responder ao ato convocado há duas semanas pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O ato será realizado nesta quinta-feira (23), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e tem como objetivo protestar contra a parcialidade e o jogo sujo da grande imprensa nesta reta final da campanha eleitoral. (leia mais aqui)

O manifesto pró-mídia ganhou a assinatura de gente que escreve regularmente, alguns mediante pagamento, em jornais e revistas da direita paulista como a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a Veja. Entre os 59 nomes que assinam o texto, estão o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega e acadêmicos ligados ao PSDB, como José Arthur Gianotti e Marco Antônio Villa. O resto são artistas e profissionais liberais vinculados à campanha presidencial de José Serra ou à igreja católica.

O manifesto pró-mídia mistura uma série de questões ligadas à “liberdade de expressão”, à democracia e ao ideário neoliberal. Mas, em síntese, seu foco é acusar o presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser uma ameaça à democracia. Pedem que Lula recolha-se durante o período eleitoral e não dê opinião sobre a disputa em curso. "É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura”, diz o manifesto da direita midiática, em uma evidente contradição com a defesa da liberdade de expressão. Afinal, pedir que o presidente se exima de participar do processo eleitoral, um direito legítimo e constitucional de qualquer homem público, é uma contradição que expõe ao ridículo os autores do manifesto.

Além de contraditório, o manifesto também é calunioso. Diz que o governo financia “a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa”. Fossem instados a apontar quem são estes “grupos”, certamente os autores do manifesto não teriam resposta a dar ou teriam que mentir, pois simplesmente acusam o governo de algo que não existe.

Num dos trechos do manifesto, chegam ao cúmulo de defender a “herança” do governo Fernando Henrique Cardoso, exigindo que se reconheça o trabalho daqueles “que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo”.

O lançamento do manifesto foi ao meio-dia, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, num ato esvaziado, que não despertou o interesse nem dos alunos da Faculdade.

Veja, abaixo, a íntegra do manifesto da direita midiática:

"MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA”


"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
"Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.

"Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.

"É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
"É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

"É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

"É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

"É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.

"É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

"É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

"É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

"Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

"Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
"Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O COMPROMISSO NÚMERO UM DE SERRA PÓS-DERROTA

A agenda de José Serra no dia seguinte à humilhante derrota em 3 de outubro começa a ser montada.

Seu primeiro compromisso pós-campanha aponta para um “encontro” na sede da Polícia Federal de SP.

Lá Serra terá que explicar e provar que o PT mandou quebrar o sigilo fiscal de sua filha, Verônica.

O promotor do Ministério Público Eleitoral de São Paulo, Silvio Hiroshi encaminhou à Justiça Eleitoral no estado pedido de abertura de inquérito policial para investigar se o candidato da Folha cometeu crime de calúnia contra o Partido dos Trabalhadores.

Serra acusa o PT e a campanha de Dilma Rousseff pela violação de sigilos de pessoas ligadas ao PSDB e da ex-sócia de Verônica Dantas, sua filha, Verônica Serra.

Aliás, cadê o sigilo da Verônica e do Eduardo Jorge?

Como todas as denúncias tucanas feitas contra Dilma, fez água.

Deu em nada.

O dossiê do EJ não rendeu um único voto ao Serra.

Ao contrário, foi um desastre retumbante.

E lhe subtraiu milhares.

A história dos sigilos não colou.

Depois da saída de Erenice Guerra da Casa Civil o episódio do tráfico de influência também perdeu importância e o interesse.

A direita caiu no vácuo.

No ridículo já havia caído faz tempo.

O Arthur Virgílio, vendo a chance de vitória da sua candidatura no Amazonas ir pro espaço juntamente com a do aliado Serra ainda apelou.

Virgílio jogou a última cartada.

Recorreu ao golpe baixo.

Coisa de desesperado.

Nas cordas, o papa-tucunaré “convidou” a Presidente Dilma para depor na CCJ do Senado.

Recebeu de Dilma o tiro de misericórdia e foi à nocaute.

Convite do Arthur Virgílio Dilma não aceita nem para cafezinho.

E ele não teve moral nem autoridade nem para espernear.

Tomar cafezinho é o que Serra e Arthur Virgílio mais terão a fazer passada a elçeição.

O primeiro nas salas de espera da PF e dos tribunais onde responderá pelos inúmeros crimes de calúnia e difamação que cometeu contra Dilma Rousseff e seu partido nessa campanha.

(Arthur Virgílio será obrigado a se contentar com as caldeiradas de pescada, já que não terá mais o cartão do Senado para estourar o limite em Paris...).

Serra chamou a campanha petista de “quadrilha” e que Dilma cometeu um crime “contra a Constituição Federal”.

Como diante da CF que Serra levianamente usou para atingir a candidata do PT, acusar sem provas configura crime, Serra é quem responderá por calúnia.

Se há um criminoso à luz da Lei, este é José Serra e não o contrário.

Derrotado, José Serra poderá recorrer o seguro-desemprego e assim se beneficiar da obra de sua “criação”, já que entre as milhares de mentiras que desfila diariamente, o FAT é uma delas.

Para bancar os advogados de defesa outra alternativa atraente seria voltar a vender laranja na Mooca.

Serra é exímio vendedor, sua especialidade é a mentira travestida de verdade.

Ou, ainda, virar comentarista policial do Brasil Urgente.

Assim Serra terminaria onde começou sua morredenta campanha.

No José Luis Datena.

Mas, antes de tudo, que o Serra não esqueça: ele tem uma conversinha com a Justiça.