sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O RIO DE JANEIRO PRECISA DA SOLIDARIEDADE DO BRASIL

O Rio é uma das mais lindas cidades do mundo.
De lá, o Cristo Redentor, de braços abertos, abençoa o Brasil e acolhe quem o visita.
Os olhos do mundo se voltam esta semana para a cidade maravilhosa não para contemplar suas maravilhas, mas estarrecidos pela violência que lhe assola.

O que ocorre no Rio já ocorreu há dois anos em São Paulo quando o PCC assumiu o lugar do Estado e tirou do cidadão o que este tem de mais sagrado: a paz e a liberdade.

O Rio está sendo vítima do mal que insiste em se sobrepor ao bem.
O errado querendo prevalecer sobre o certo.
Dos bandidos tentando expulsar os mocinhos.
É a guerra do tráfico e suas milícias comandadas de dentro dos presídios, alguns chamados de segurança máxima.
Onde a entrada do celular deveria ser proibida, todavia, toda preparação e ordem de comando para os ataques são feitas, em 98% dos casos, via telefone.

Uma guerra que começou ninguém sabe bem ao certo, assim como não sabemos precisar quando e como acabará.
O certo é que o crime organizado no Rio sofreu sérios revezes e teve que recuar, a despeito de afrontar o estado de direito, causar prejuízos ao País, além de levar a perda de vidas humanas, desestruturando e destruindo os sonhos de centenas de famílias .

Quem assistiu na TV ao choro desesperado dos pais daquela jovem morta dentro da própria casa por uma bala perdida se emocionou e sofreu com eles e por eles.

Não quero indenização, quero minha filha de volta, lamentou o pai da garota.
Ela se chamava Rosângela Alves, tinha somente 14 anos de idade e toda uma vida pela frente.

Não há como não ser solidário com a dor sofrida por nossos irmãos numa tragédia como esta.

O povo carioca não merece passar por isso.
O Brasil não precisa viver tantas experiências marcadas pelo horror e a covardia de criminosos sem alma nem sentimento.

Numa assombrosa estatística numérica da violência a polícia carioca contabiliza a apreensão de duas toneladas de drogas em uma única região da cidade, somados a mais 800 quilos de cocaína encontrados em uma destilaria.

A polícia apreendeu também 44 armas – incluindo 8 granadas, 200 motos roubadas e até localizou um hospital do tráfico que oferecia tratamento aos traficantes feridos.

Os governos estadual e federal se unem numa ofensiva impressionante.

Um total de 20 mil policiais, inclusive das Forças Armadas, polícias rodoviária e federal, formam um contingente jamais visto no Brasil para combater esse câncer da droga que se alastrou no Rio de Janeiro.

É o dobro dos homens que compunham a força de paz para pacificar o Haiti.

Pelos menos 100 carros foram incendiados.
194 pessoas foram presas e 45 morreram.
Do total de mortos, 4 são moradores, pessoas de bem e trabalhadoras, o que é profundamente lamentável.

Quanto aos 41 restantes, ou são bandidos e membros do tráfico ou suspeitos de trabalharem para os criminosos.

E sinto muito em dizer que não tenho certeza se devo lamentar as suas perdas.

Diante do quadro brutal e desumano que estarrece a população carioca e o país, resta, no final desta desimportante e desnecessária crônica, refletir a respeito dos valores éticos e morais de presença tão indispensável às famílias na formação do caráter de seus membros.
Pensar na ação de um Estado cada vez mais comprometido com a educação do seu povo, capaz de propiciar bem estar, emprego e renda, equilíbrio e segurança à sociedade.
Uma sociedade onde o cidadão seja protagonista da sua liberdade e experimente, com incontida alegria, o doce e indescritível sabor da paz.

UM NOVO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

Franklin diz que é preciso refundar o Ministério das Comunicações

O ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, Franklin Martins, afirmou nesta quarta-feira que o Ministério das Comunicações precisa ser refundado e abarcar as discussões sobre o marco regulatório da mídia e todos os temas de convergência digital que deverão ser discutidos no governo de Dilma Rousseff.

Franklin Martins: "Eu faço parte de um governo que garantiu a liberdade de imprensa o tempo todo, mesmo apanhando muito"
Martins participou nesta manhã de um seminário sobre liberdade de imprensa no Brasil, promovido pela TV Cultura de São Paulo, e disse que o governo Lula “ficou devendo muito” na área de Comunicação Social, não avançando nas discussões pertinentes ao setor. O ministro afirmou que o Ministério das Comunicações, que até o ano passado foi gerido pelo peemedebista Hélio Costa, precisa de “transformações sérias” que modernizem as discussões sobre futuro do setor.

“O Ministério das Comunicações precisa passar pelo mesmo processo do Ministério das Minas e Energia no primeiro mandato do presidente Lula. Se o governo não tivesse refundado o Ministério das Minas e Energia, dando condições de planejar, acompanhar, estudar e elaborar políticas públicas, nós teríamos tido uma sucessão de apagões no País. E não haveria tranquilidade jurídica, não haveria segurança jurídica para que tivesse investimentos do porte das hidrelétricas que estamos tendo hoje no País”, disse o ministro.

Legislação da mídia

Para Martins, o Brasil passa por um momento delicado sobre a legislação midiática e precisa discutir a incorporação das empresas de telecomunicações no mercado de TV, a abertura de capital midiático para empresas estrangeiras, além da propriedade cruzada de mídia e a concentração dos meios de comunicação. “O Ministério das Comunicações tem que voltar ou passar a ser o centro formulador das políticas nacionais de comunicação, que entra nesses assuntos que nós estamos discutindo aqui no seminário. Se nós não tivermos um centro de referência que formule e comande esse processo, nós desperdiçaremos essa oportunidade (de discutir a mídia), que não voltará”, analisou o ministro. “O Brasil está há quarenta anos sem discutir a mídia", disse Martins.

O ministro também defendeu a regulação dos meios eletrônicos. "Ao regular, você estará aumentando o que existe. Nós temos uma grande pulverização de grupos de comunicação no Brasil? É altamente concentrado. Não é bom para o País", disse. Para ele, é preciso criar um ambiente que abra espaço para mais competidores entrarem em cena, além de garantir princípios que diversos países já estabelecem. "Não entendo porque a Constituição nesses artigos não precisa ser objeto de lei e ser aplicada. Por que não temos que ter produção regional, nacional, independente? Por que não temos que observar princípios de equilíbrio, de proteção ao menor, de não permitir estímulo à discriminação, coisas gerais que existem em todos o países democráticos no mundo", questionou.

Martins citou ainda o processo de convergência de mídias como justificativa para fazer a regulação, bem como a diferença de faturamente entre o setor de radiodifusão – R$ 13 bilhões no ano passado - e de telecomunicações R$ 180 bilhões.

O ministro criticou ainda interpretação dada a declaração sua sobre a necessidade de se discutir a regulação. “Eu disse que preferia fazer a regulação num clima de entendimento que num clima de enfrentamento. E isso foi tomado como agressão, não entendo”, afirmou.

Fim de mandato

Ele afirmou que prepara um antiprojeto de lei junto com a equipe para regulamentar os meios de comunicação e, principalmente, modernizar a legislação midiática atual. Segundo Martins, a intenção é que o governo Dilma já assuma com este tem em debate no legislativo.

O antiprojeto de lei preparado pela equipe de comunicação do atual governo pretende apenas nortear os trabalhados da futura equipe de governo, segundo Franklin Martins. O ministro afirmou que o documento não vai mudar o atual modelo de participação do capital estrangeiro nas empresas de comunicação, que é limitado a 30% do valor total da companhia.

Franklin Martins também admitiu pela primeira vez em público que deixará o governo federal assim que terminar o mandato do presidente Lula. Alegando razões pessoais, o ministro afirmou que não fará parte da equipe da presidenta eleita Dilma Rousseff.

Liberdade de imprensa

Sobre liberdade de imprensa, o ministro da Secom voltou a afirmar que não há nenhuma tentativa de cerceamento do trabalho da imprensa no Brasil.

“Não consigo ver nenhum problema do presidente Lula criticar tal ou qual revista”, disse Franklin Martins durante sua palestra. ”A imprensa não está acima da crítica. aliás, nem o presidente Lula, nem eu, nem a Dilma. É normal ser criticado. Isso não afeta em nada a liberdade de imprensa. Há pessoas que diante da crítica acham que a liberdade de imprensa está ameaçada. eu não acredito nisso. A crítica ajuda a crescer”, completou.

Ele atribuiu o suposto “clima de censura” apregoado por alguns veículos de imprensa como “fantasmas que querem atrapalhar o debate legítimo da atual legislação”.

“Não há no Brasil nenhum obstáculo para a liberdade de imprensa. Se nós colocarmos os fantasmas na frente das discussões, não dá para debater os problemas reais do setor (...) A regulamentação é necessária para que novos 'players' sejam introduzidos no mercado. Quanto mais veículos atuando, mais liberdade de imprensa nós teremos”, argumentou Martins sobre a atuação de operadoras de telecomunicações no setor de radiodifusão.

Martins se declarou ainda “inteiramente contra a expressão controle social da mídia”. “Essa expressão é confusa. Se estão querendo debater, discutir a mídia, tudo bem. Se estão querendo dizer controle de conteúdo, o governo é inteiramente contra. O governo não votará a favor de nenhuma proposta que inclua o termo controle social da mídia, porque é ambígua”, setenciou.

“Nós estamos formando um mercado de massa gigantesco, que antes não tinha opinião, não tinha voz. Tudo isso está nos colocando um desafio e nós temos que sentar para discutir. O governo tem procurado chamar todos os atores. O Antônio Carlos Magalhães dizia o seguinte: “Almoço do PFL que eu não for não existe’. Isso não existe mais. O que existe é o tempo da classe C”, opinou.

Internet, novas mídias e o novo jornalismo

Para Martins, o momento vivido pela imprensa é de transição de modelo. Segundo ele, as novas mídias permitem que formem grupos de consumidores que questionam a informação.

“Há uns seis sete meses o depuptado Roberto Jefferson escreveu um artigo na Folha de S.Paulo, nem lembro sobre o que. No dia seguinte, ele foi obrigado a reconhecer que era um plágio, afirmou que o assessor se confundiu. Um leitor lembrou que já tinha lido isso em algum lugar, buscou no Google e em pouco tempo isso circulava em toda a rede”, conta.

Martins citou ainda o episódio da bolinha de papel como exemplo. ”A TV Globo coloca no ar uma reportagem de sete minutos que há anos atrás seria incontestável. No dia seguinte, outras pessoas já haviam decomposto quadro a quadro e viram que não havia a trajetória do segundo objeto. Quer dizer, a informação foi questionada”.

Segundo ele, essa alteração na forma de produzir a informação gera desconforto. “Vamos ter de nos adaptar a fazer um novo jornalismo. O leitor terá mais filtros, mais questionamentos”, disse.

“Teremos muito mais imprensa do que temos hoje. A digitalização e a internet significam mais e não menos. A produção em internet vai reduzir os custos de produção para um terço. Existe a possibilidade de que os tempos heroicos do jornalismo possam voltar, está acontecendo em outros países. É um processo de extraordinária riqueza. Custos de produção caem brutalmente também na TV”, avaliou.

O seminário Cultura sobre Liberdade de Imprensa acontece nesta quarta e quinta-feira, com participação de representantes de vários veículos de comunicação, como jornais, revistas e portais de internet, como o iG. O evento acontece na sede da TV Cultura, no bairro da Lapa, em São Paulo.

Extraído do Vermelho, com agências

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NADA MUDA. MUDAR PRA QUÊ?

Novos ministros priorizam emprego, gasto público menor e inflação baixa

Integrantes da equipe econômica do futuro governo foram oficializados.
Mantega ocupará Fazenda, Miriam Belchior, Planejamento, e Tombini, BC.

Do G1, em Brasília


Os três primeiros ministros cujas indicações foram oficializadas nesta quarta (24) pela presidente eleita Dilma Rousseff fizeram em Brasília pronunciamentos nos quais apresentaram as metas que perseguirão em suas pastas a partir de 1º de janeiro.
Guido Mantega, que permanecerá à frente da Fazenda, Miriam Belchior, do Planejamento, Orçamento e Gestão, e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (cujo cargo tem status de ministro), estavam acompanhados do deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Dilma.

Os três integrarão o núcleo da equipe econômica do futuro governo. O discurso do trio privilegiou três pontos: ampliação do crescimento econônico e da geração de empregos (Mantega); redução dos gastos públicos e melhoria do serviço prestado ao cidadão (Miriam Belchior); e a manutenção da inflação dentro da meta estabelecida pelo governo (Tombini).

Guido Mantega representa o 'desenvolvimentismo' no governo Saiba quem é Miriam Belchior, futura ministra do Planejamento Saiba quem é Alexandre Tombini, futuro presidente do Banco Central Guido Mantega afirmou que a “prioridade máxima” da nova gestão na pasta será expandir o crescimento da economia e a geração de emprego. "Queremos um crescimento de qualidade, um crescimento aumentando os investimentos e fortalecendo o mercado interno, de modo a gerar milhões de novos empregos”, afirmou Mantega.

Miriam Belchior defendeu melhorar a qualidade do gasto público. "É possível fazer mais com menos e é isso que nós vamos perseguir nos próximos quatro anos, no governo da presidente Dilma", declarou.

Alexandre Tombini estabeleceu como missão à frente da presidência do Banco Central perseguir a meta de inflação. "Eu tive longas e muito boas conversas com a presidente eleita Dilma Rousseff, e ela disse que o Banco Central sob a minha liderança deve continuar perseguindo a meta de inflação", afirmou.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SE DEPENDER DO PIG, MEIRELLES FICA AONDE ESTÁ

Meirelles pode ir para ministério, se PMDB der o aval

Descartada a permanência de Henrique Meirelles no Banco Central, Dilma Rousseff voltou a considerar a hipótese de acomodá-lo num ministério.
Em privado, Dilma mencionou especificamente a pasta dos Transportes. Há, porém, um empecilho político.

Dilma quer empurrar Meirelles para dentro da cota de ministros do PMDB. E o partido resiste em apadrinhar a indicação.
Meirelles é, por assim dizer, um cristão novo no PMDB. Filiou-se à legenda em setembro de 2009, depois de flertar com o PP.

Àquela altura, o presidente do BC cogitava disputar o governo de Goiás. Desistiu. Imaginou que poderia tornar-se vice na chapa de Dilma Rousseff.
Lula preferia Meirelles a Michel Temer. Mas o PMDB levou o pé à porta. Na ocasião, um cacique do partido, da etnia leal a Temer, fez piada:
“O Meirelles mal entrou no ônibus e já quer sentar na janelinha!”

Temer unificou as duas alas do PMDB –a da Câmara e a do Senado. E prevaleceu sobre Meirelles, dobrando Lula.
A julgar pelo que diz entre quatro paredes, a troca do BC por um ministério voltado à infreaestrutura, como o dos Transportes, não desagrada a Meirelles.

Ao contrário. A migração o deixaria mais à vontade para casar a ação no governo com suas ambições políticas.
O PMDB também cobiça o ministério dos Transportes. Já informou que, em troca, admite inclusive abrir mão de outra pasta, a da Integração Nacional.

O problema é que a legenda olha para Meirelles de esguelha. Vê nele um jogador solitário, não uma pessoa com disposição para fazer o jogo partidário.
Se conseguir ultrapassar as resistências do PMDB, Dilma terá dee lidar com outro problema. Chama-se PR.

Sob Lula, a pasta dos Transportes foi confiada ao PR. E a legenda informou ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, que deseja manter o ministério.
O senador Alfredo Nascimento (PR-AM), ministro até abril, saiu para concorrer ao governo do Amazonas. Derrotado, quer voltar ao antigo posto.

Obtendo o endosso do PMDB ao nome de Meirelles, Dilma terá de acomodar o PR noutra pasta. Não encontrará na Esplanada uma cadeira com tantos atrativo$.

 
por Josias de Souza, no seu blog.


















sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O TELEFONE, ESSE INCRÍVEL OBJETO QUE FALA

Em outubro passado o Brasil viveu um momento histórico.
Não estou falando da eleição da primeira mulher para a Presidência da República.
Muito embora a vitória de Dilma Rousseff seja bem mais importante e representativa para o nosso país, sob vários aspectos.
Me refiro ao total de aparelhos celulares que ultrapassou ao número de habitantes.
Ou seja, há mais telefones do que gente no Brasil.

Por essa nem o escorcês Alexander Graham Bell esperava.

Graham Bell é o inventor do telefone.
Ele criou um aparelho rudimentar através do qual transmitiu pela primeira vez uma mensagem, em 1876.
E, acreditem, ninguém – com o perdão do trocadilho - nem ligou para ele, isto é, para o telefone de Graham Bell.
E imaginar que tudo aconteceu nos Estados Unidos!

Foi preciso o imperador brasileiro, D. Pedro II, visitar uma feira cultural na Filadélfia, para ver, experimentar e se encantar com o tal invento.
D. Pedro ficou tão maravilhado com o fato de ouvir a voz de quem estava na outra ponta de um fio que gritou: Meu Deus, isto fala!

E como fala!

No caminho dos grandes inventores encontramos sempre um brasileiro genial.
Se na aviação temos o magnífico Santos Dumont e o seu memorável 14 Bis, na telefonia surgiu um certo Pe. Landell de Moura.
Pe. Ladell, além de rezar missa era chegado a uma boa conversa entre duas pessoas através de uma linha elotromagnética.
Aí ele resolveu dar uma forcinha a Graham Bel e aperfeiçoar o uso do telefone.

A sacada do brasileiro foi registrar no Serviço de Patentes dos Estados Unidos três inventos originais, entre eles, o telefone sem fio.
Estava sendo fecundado ali o aparelho celular que temos hoje.
Do celular que, como praga, se alastra pelo país.

O IBGE informou que somos 185,7 milhões de um povo que tem entre si a absurda quantidade de 194,4 milhões de celulares.
Isto quer dizer que se cada brasileiro resolvesse dar um passeio com um celular na mão (ou no ouvido) praticamente 10 milhões de aparelhos ficariam em casa aguardando a próxima oportunidade para dar uma saidinha.
Desse total de celulares, 82,19% são pré-pagos, sendo que o restante paga a conta depois que usa o serviço.

Somente em outubro deste ano foram 3 milhões de linhas móveis e nos últimos 12 meses 26,4 milhões de novos aparelhos foram adquiridos.
Somente de janeiro a outubro de 2010 nada menos do que 20,4 milhões de celulares foram ativados.

Daí que a vitória da Dilma ser a vitória de um país cujo povo pode ter acesso a bens de consumo e de mercado.
Um povo que, com renda, ganha crédito e faz a roda da economia girar.

O Brasil superou proporcionalmente países como EUA, França, Alemanha e Canadá, e só perde para a Rússia.
Lá tem mais telefones sobrando entre os russos do que aqui.

E, para terminar: Brasília é a cidade brasileira que se destaca por oferecer os melhores salários pelos menores esforços.
Pois vem da Capital Federal também a notável descoberta: lá existe não apenas um, mais a proporção de dois celulares para cada habitante.
Deve ser porque Brasília é o cérebro pensante do país.

Quem pensa, logo fala.
Quem fala, o faz a um telefone.
E quem fala demais, usa os telefones...

PARA QUEM DIZ QUE NÃO HOUVE DITADURA...

O ALMANAQUE da crônica publica post do Azenha, no seu blog.

Sader: Quanto vale a palavra de torturadores?


por Emir Sader, no seu blog em Carta Maior

O Superior Tribunal Militar abriu o processo da Presidenta eleita, Dilma Rousseff, que um órgão da imprensa – aquele cuja executiva disse que a mídia é o partido político da oposição – buscava afoitamente na reta final da campanha eleitoral.

O que teremos nesse processo? A versão que os torturadores davam das suas vítimas, dos torturados. Essa mesma imprensa que reclamava, com razão, da censura, vai agora acreditar no que os verdugos diziam do crime monstruoso da tortura, que praticavam? E do comportamento das vitimas indefesas desse crime hediondo?

É como se levassem a sério o que os censores devem ter escrito sobre as publicações que censuravam e os jornalistas. Nós nunca os tomaríamos a sério, utilizamos os documentos da censura para denunciar ainda mais o obscurantismo da ditadura.

O processo tem que ser mais um instrumento de denúncia da tortura – crime imprescritível – e não instrumento de manipulação política justo do jornal que emprestou carros para que a órgãos da ditadura, disfarçados de jornalistas, cometessem suas atrocidades. O mesmo órgão que considerou que não tivemos uma ditadura, mas uma “ditabranda”.

O processo é um testemunho dos agentes do terror, daqueles que assaltaram pela força o Estado, destruíram a democracia e se apropriaram dos bens públicos para transformá-los em instrumentos dos crimes hediondos que cometeram – em nome da “democracia”.

Nas mãos de democratas, se transformará em mais uma prova da brutalidade dos crimes cometidos pela ditadura militar contra seus opositores. Nas mãos dos que foram complacentes e se beneficiaram da ditadura, será instrumento político torpe. A mídia que acreditar no que diziam os torturadores, será conivente com eles, ao invés de denunciar os crimes que eles cometeram.

Para os que se sujaram com a ditadura é insuportável que houve gente que se comportou com heroismo e dignidade. Querem enlamear a todos, porque se houve tanta gente que resistiu à ditadura, mesmo em condições limites, havia alternativa que não a conciliação e a conivência com a ditadura.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FICHA DA DILMA: ARMAÇÃO DA FOLHA

A respeito do direito à Folha de examinar o processo da presidente eleita Dilma Ropusseff, concedido pela Justiça, publico postagem do jornalista Paulo Henrique Amorim, no seu blog Conversa Afiada.

O que a Folha quer com a ficha da Dilma ?

A Folha (*) comemora na primeira página: STM concede à Folha o direito de examinar o prcoesso da Dilma no regime militar.


Primeiro, o que a Folha (*) queria ?

A Folha queria abrir o passado da Dilma durante a campanha presidencial e ajudar o Serra e o índio a pendurar nas costas da Dilma o estigma de matar adultos, além de matar criancinhas.

O capítulo das criancinhas foi aberto pela Grande Estadista chileno-brasileira Mônica Serra.

O STM não deixou a Folha ajudar o Serra nesse aspecto.

Com a surra que a Dilma aplicou no Serra – 56% a 44% – o que a Folha agora quer ?

Primeiro, ir à forra da ficha falsa.

A Folha publicou uma ficha falsa da Dilma, que se tornou uma das notáveis “barrigas” da Imprensa Mundial.

A Folha vai tentar demonstrar que a ficha falsa é verdadeira.

Segundo, a Folha quer pegar a Dilma na mentira.

A Dilma e inúmeros colegas de militância asseguram que a Dilma não participou de nenhuma ação armada.

A Folha vai querer mostrar que a Dilma pegou em armas, roubou o cofre do Ademar, matou criancinhas, e derrubou as Torres Gêmeas.

Terceiro, a Folha quer desmoralizar a Dilma e reproduzir declarações e situações nascidas no processo de tortura.

Quarto, a Folha quer dar legitimidade a uma máquina repressiva e judicial construída no regime militar.

Quinto, a Folha quer re-instalar o regime militar e seus mecanismos no regime democrático que a Dilma respeitou e no qual se tornou vitoriosa.

Sexto, a Folha quer reestabelecer a legitimidade das práticas do regime militar a que ela, a Folha, serviu com devoção e fidelidade.

Serviu de diversas maneiras.

Serviu quando cedeu os carros de reportagem para transportar torturadores e vítimas de torturadores.

Serviu ao transformar seus jornais em instrumentos da repressão e da ocultação de crimes hediondos.

Sétimo, a Folha quer constranger a Dilma.

A Folha quer fazer o que o senador Agripino Maia não conseguiu: transformar o Regime Militar num regime constitucional inglês e a Dilma numa terrorista.

Oitavo, a Folha avisa a presidente eleita que a combaterá sem tréguas.

Nono, a Folha quer impedir que a Dilma faça uma Ley de Medios.

Décimo, para a Folha, a Dilma é o Marighella, que será abatido num cruzamento dos Jardins, entre a Avenida Paulista e a Rua Estados Unidos.

 
Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

sábado, 13 de novembro de 2010

UM PRESIDENTE PARA OS TUCANOS

Trocar seis por meia dúzia no jargão do futebol é substituir um jogador por outro de perfis e características semelhantes.
Ao menos hipoteticamente suas entrada e saída mantêm inalterada a forma de jogar do time, e tanto o triunfo quanto a derrota independem da troca realizada.

O PSDB – para variar – viverá situação análoga a partir de março quando escolherá seu novo presidente.
O presidente nacional da legenda derrotada por Dilma Rousseff será eleito em maio de 2011.
Os tucanos terão que optar por Tasso Jereissati para assumir o lugar de Sérgio Guerra.
Ou preferir José Serra – de novo – em detrimento de Aécio Neves.

Deve ser terrível ter um leque tão pífio de opções.

Diferentes alas tucanas tentam, cada qual a sua maneira, identificar pseudas vantagens naquilo que seria positivo ao partido a escolha de Tasso ou Aécio.
O Serra, a despeito dos 44 milhões de votos que recebeu na eleição para Presidência da República, não aglutina, não agrega, não soma e em nada engrandece nem qualifica o PSDB enquanto oposição.

Ao contrário.

Por sua arrogância e caráter conservador, burguês, elitista e exarcebado radicalismo José Serra só poderá ser presidente do PSDB por pura necessidade de não sucumbir ao ostracismo.
Pensando em nível de legenda, o melhor seria que sucumbisse.

Tudo leva a crer que o micróbio da presidência que alucina o utópico José Serra resistirá ao tempo, de maneira que em 2014 ele, outra vez, atropelará quem estiver a sua frente para levar a terceira surra numa disputa presidencial.
Isto equivale dizer que Serra não medirá esforços nem baixarias para ser o presidente dos tucanos e mandar para a linha do escanteio o senador eleito por Minas Gerais e seu companheiro de partido, Aécio Neves.

O ex-governador mineiro é tido por alguns como adepto do que poderá vir a ser uma oposição moderadora à Presidente Dilma, contrastando com Serra que prega abertamente o ódio e especializou-se em falar mal do Governo e denegrir a imagem do Brasil até no exterior.

Sou de opinião de que nem Serra nem Aécio são dignos de nada que não seja a desconfiança nacional.
Sendo que, no que se refere a José Serra, a este reputo, também, o meu desprezo.

O PSDB permanece aquele time medíocre que vai perdendo o terceiro jogo consecutivo, tecnicamente é um desastre, peca pela falta de talento e seus jogadores são exímios distribuidores de pancadas em campo.
O PSDB observa com justiificada apreensividade as nuvens opacas que se aproximam de seu horizonte.

A previsão é de que a chuva que encharcará a plumagem das aves bicudas comece a cair em Março, quando se inicia o processo sucessório nas executivas municipais culminando com a eleição do presidente do diretório nacional, em maio.
Ela trará um dilúvio de dificuldades e, de novo, a divisão entre Serra e Aécio.

Fica evidente que os ex-governadores – um paulista e outro mineiro – são o que restou do PSDB que, ao que parece, ainda insiste na ilusão de ver Serra eleito presidente.

Enquanto isso, o time não muda.
E o treinador continua trocando seis por meia dúzia.





















sexta-feira, 12 de novembro de 2010

IMPÉRIO GLOBAL PERTO DO FIM

Renato Rovai: os últimos anos de um império chamado Globo

Há elementos bastante sólidos para se afirmar que as Organizações Globo estão vivendo seus últimos anos de império e que para breve ela será apenas mais um grupo de comunicação no Brasil. A audiência da TV aberta — que é o carro-chefe da emissora — vem caindo de forma constante há algum tempo.

Por Renato Rovai, em seu blog

Além disso, a Globo tem perdido telespectadores tanto para a concorrência como para a internet. Os jovens já passam mais tempo no computador do que na frente da TV. Além do que, na internet a Globo é mais uma. Seu portal não é nem o maior do país.

Agora, há dois novos elementos que são pilares fundamentais do poder da Globo que podem torná-la ainda mais fraca nos próximos anos. O primeiro tem relação com a decisão recente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) que tirou da emissora a preferência pela renovação dos direitos do Campeonato Brasileiro das temporadas de 2012 a 2014.

A Rede Record está em polvorosa com a notícia. E há apostas de que o grupo do bispo pensa em dobrar o valor pago hoje pelos Marinhos, de R$ 500 milhões ano para R$ 1 bilhão.

Se isso vier a acontecer, a emissora paulista — que já venceu a concorrência pela transmissão dos Jogos Olímpicos de 2012 — passará a ter a hegemonia da cobertura esportiva. No caso do Campeonato Brasileiro, se a Record vencer mais essa, ela passa a ter condições objetivas de derrotar a Globo no horário nobre.

O melhor horário para os jogos da semana é o das 20 horas, 20h30. Mas, por conta do Jornal Nacional e das novelas, a Globo faz com que eles se iniciem cada dia mais tarde. Antes eram 21h15 e agora já estão começando às 22 horas. Isso diminui consideravelmente o público nos estádios.

A Globo também só transmite um jogo por semana. Se a Record vier a ganhar o Brasileirão, ela vai fazer exatamente ao contrário. Transmitirá os jogos no horário nobre tanto para poder vender publicidades por um preço melhor, quanto para tirar audiência da sua principal concorrente. E empurrar as novelas para segundo lugar no horário.

Além disso, ao invés de transmitir apenas um jogo por semana, vai tentar fazer o maior número possível de partidas. Ou seja, vamos ter jogos nos canais abertos nas quartas e quintas e talvez em até dois horários nesses dias. Algo como o jogo das 19 e o das 21 horas. Além disso, o campeonato da série B provavelmente vai ser negociado com alguma parceira, como SBT ou a Rede TV pra ser transmitido nas terças e sextas em horários também nobres. E vão arrancar alguns pontinhos das novelas nos outros dias.

Boa parte da audiência e dos lucros da Globo tem relação com o futebol. Ele é uma das galinhas dos ovos de ouro da emissora. É quem paga boa parte das contas. O núcleo de novelas também é o responsável por uma considerável parcela das receitas e da audiência da emissora. Ou seja…

O segundo elemento que pode levar a derrocada da empresa dos Marinhos ser mais rápido do que o imaginado é que, pela primeira vez desde 1964, há indícios claros de ela não vai ser a todo-poderosa do Ministério da Comunicação. Há muitas articulações tanto no meio empresarial quanto na sociedade civil e na classe política para impedir que novamente o futuro titular da pasta seja pau-mandado do Jardim Botânico.

Um importante dirigente partidário disse a seguinte frase que resume o ânimo da tropa governista: “Desta vez, eles perderam mesmo. Quando decidiram apoiar radicalmente o Serra, fizeram uma opção. Vão ter o direito sagrado de ser oposição, inclusive no Ministério da Comunicação”.


Amém!
 
do Portal Vermelho, a esquerda bem informada

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

TIRIRICA: A VITÓRIA CONTRA O PRECONCEITO E A DESMORALIZAÇÃO DA JUSTIÇA

O pior crime cometido pelo Tiririca foi ele ter nascido no Nordeste.
E ser de origem pobre.
Como o Lula.
Um retirante que conheceu o flagelo da fome nos confins do agreste pernambucano.

Tiririca não teria sido acusado de ser analfabeto e sofrido a humilhação que sofreu a ponto de ver ameaçada sua diplomação se fosse paulista ou paulistano.
Se tivesse olhos azuis, diploma de nível superior e falasse inglês.
Tiririca é vítima do preconceito e da arrogância que corroi por dentro a elite brasileira.
Uma elite abominavelmente conservadora para qual trabalha e serve – de forma escandalosa – grande parte da Justiça.

O deputado federal mais votado do país foi obrigado a fazer um teste realizado pela Justiça Eleitoral de São Paulo para provar que sabe ler e escrever.

E provou que sabe.
Mas nem precisava provar.

Porque diz a Constituição Federal Brasileira que todos são iguais perante a Lei.

Isto quer dizer que, ainda que fosse analfabeto, isso não impediria Tiririca de ser candidato.
A própria Carta Magna preconiza a todo e qualquer cidadão brasileiro o direito de votar e ser votado.
O branco e o preto; o rico e o pobre; o bonito e o feio e alfabetizado e o analfabeto.

Caso quisessem barrar a candidatura do Tiririca que o tivessem feito quando de seu registro e não depois do resultado das urnas.
Aí é jogo baixo, jogo sujo e rancoroso, mesmo.
Por não ter sido acusado de corrupção ativa nem passiva, estelionato, evasão de divisas ou tráfico de drogas ou influência antes, durante nem após a eleição o mínimo que se pode concluir é que Tiririca está pagando o preço de ser um “abestado”.
Tiririca tem a cara do povo, o jeito do povo, o sentimento do povo brasileiro.
Um povo que congrega em si um misto de pureza e de sensibilidade, uma mistura de humildade e solidariedade extrema e extremada.
Um povo demasiadamente bom, que extrapola, por vezes, seus próprios limites e beira a ingenuidade.
Tiririca recebeu 1.300 mil votos da população do maior estado brasileiro.
Sua votação ajudou eleger mais cinco deputados de sua coligação.

A elite imaginava que derrubando o palhaço Tiririca derrubaria também os demais deputados que ele elegeu.
Entre estes deputados estaria o Delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz.
O delegado Protógenes mandou prender duas vezes o banqueiro Daniel Dantas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ocorre que Queiroz teve votos suficientes que garantiram a sua eleição.
Ele é do PC do B, partido da base de apoio do Presidente Lula.
Assim como Tiririca e todos os parlamentares que tiveram sua ajuda, apoiarão a Presidente Dilma no Congresso.

Está devidamente explicada a razão de tantas e vexatórias manobras para prejudicar um deputado cujo pecado maior é não trabalhar na Globo.

Agora, me responda, você que me acompanha:

De quem é mesmo a palhaçada nessa lambança toda? Do Tiririca é que não é porque ele provou que sabe ler, escrever e até interpretou um texto ditado pelo juiz.
Como fica a cara do Promotor que o acusou sem provas e sem base legal?

Isto sim, é uma palhaçada.
E o deputado Francisco Everardo, o Tiririca, definitivamente, não é o palhaço.





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PORQUE ELES ODEIAM O ENEM

Conversa Afiada: O PiG e o Serra odeiam o ENEM por causa dos pobres

O Estadão de hoje dedica a capa e duas páginas – A15 e A16 a desmoralizar o ENEM.
Uma desmoralização arrasadora.
É porque 0,04% dos alunos VOLUNTARIAMENTE inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
0,04% !

Que horror!

Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
Ontem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM.

A Folha (**), se entende.

Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha, que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.

O Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM.
Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
Por que o Estadão, a Folha (**) e o Serra são contra o ENEM ?
Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.

Qual é o problema deles com o ENEM ?

O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
O que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
Antes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos o Di Gênio.

De Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes !
30 vezes, amigo navegante.
Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje.

É sempre assim.
O Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias.
O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
O que é o ENEM ?
É o passaporte do pobre à universidade pública.

É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENNEM.
Porque esse negócio de pobre estudar é um problema.
Fica com mania de grandeza, de autonomia.
Pensa que pode mandar no seu destino.
E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.

Isso é um perigo.
Pobre é para ficar na senzala.

50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM.
Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
Em 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
Aí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
Sabe o que aconteceu, amigo navegante ?
O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos.

Quanto pobre !

Para o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES.

Vai ser outro horror !
Mais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público.
Um horror !

Tudo público.

ENEM, faculdade, financiamento …
“Público” quer dizer “de todos”.
Amigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM ?
Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.

Foi o Nordeste !
Que horror !

Já imaginou, amigo navegante ?
Nordestino pobre com diploma de engenheiro ?
Nordestina pobre com diploma de médica ?
Vai faltar pedreiro.
Empregada doméstica.

Aí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.

Paulo Henrique Amorim

TORTURADOR DE DILMA, UM CRIMINOSO SEM NEM ESCRÚPULO

Acusado de torturar Dilma dá entrevista: “Era uma coisa comum”

Em entrevista ao jornal A Tribuna de Santos o tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima nega que a tenha torturado, mas a própria história que conta o incrimina.
Um apartamento no Bairro das Astúrias, em Guarujá, é a residência de um militar da reserva acusado pela presidente eleita da República, Dilma Rousseff, de ter presenciado sua torturada em 1970. Segundo ela, em depoimento à Justiça Militar, o oficial também chefiou dois outros militares que compareceram ao presídio Tiradentes e a ameaçaram.
Na ocasião, ela perguntou se eles estavam autorizados pelo Poder Judiciário. E recebeu a seguinte resposta: "Você vai ver o que é o juiz lá na Operação Bandeirante" (um dos centros de tortura da ditadura militar).

Não só nesse presídio, como no Dops paulistano (outro órgão dos aparelhos de segurança), Dilma Rousseff sofreu as seguintes torturas: choques elétricos, pau de arara e palmatória. Teve um dente quebrado e, devido a hemorragias graves, foi levada ao Hospital Central do Exército e ao Hospital das Clínicas.

A Tribuna localizou, no Guarujá, o então capitão e hoje tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima. Ele admite a repressão, mas nega ter seviciado qualquer preso, incluída a presidente eleita. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em abril do ano passado, Dilma afirmou que Lima presenciou as torturas, mas não a agrediu.
O tenente-coronel, de 75 anos, é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF), em ação civil pública ajuizada na última quinta-feira, como um dos responsáveis por seis mortes ou desaparecimentos forçados e por tortura a outras 20 em 1969 e1970, no auge da ditadura militar brasileira (1964-1985). Segundo o MPF, o militar foi "chefe de equipe de busca e orientador de interrogatórios" da Operação Bandeirante (Oban) e do DOI/Codi - Departamentos de Operações de Informação dos Centros de Operações de Defesa Interna.

Em quase uma hora de entrevista, o ex-integrante da Oban afirmou ter exercido apenas funções investigativas: "Eu era o chefe da equipe das investigações. Tinha o chefe da equipe do interrogatório", cujo nome não declinou. Nesse departamento, seriam aplicados métodos de tortura para obtenção de informações. "Criminoso só fala em juízo. Mas nós tínhamos uma pressa, porque os outros continuavam. Eram verdadeiras quadrilhas de terroristas".
A Oban foi um grupo composto por militares e civis especializados na caça de organizações que se opunham à ditadura, sob a alegação de que seriam terroristas. Foram raras, contudo, ações violentas contra inocentes cometidas pela esquerda. O terrorismo de Estado e de grupos de extrema direita, este sim, era frequente.

Lima, que ocupou a função entre outubro de 1969 e o primeiro bimestre de 1971, é apontado como "partícipe direto de violências em face de" 16 das 26 vítimas apontadas no documento. Os outros citados pelo MPF são os também militares reformados Homero Cesar Machado, Innocencio Fabricio de Mattos Beltrão (ambos do Exército) e João Thomaz (capitão reformado da Polícia Militar). Se a ação for declarada procedente, os quatro serão responsabilizados por torturas e mortes, terão de indenizar as vítimas (entre elas, Dilma) e suas aposentadorias poderão ser cassadas.

A seguir, trechos da entrevista de Maurício Lopes Lima para A Tribuna.

“Todo terrorista passou a ser torturado"
A Tribuna – Como o sr. ingressou na Operação Bandeirante?

Maurício Lopes Lima – Eu fui designado. Se me recusasse, estaria numa posição muito horrível. Mas,aliás,eu fui porque concordava. Discordo totalmente da luta armada. Eu acho que a luta armada tem de ser feita por profissionais, e não por civis irresponsáveis.(...) Houve um tenente que estava no DOI-Codi e teve que se casar. Como não estava programado, então pegaram o capitão Maurício (referindo-se a si mesmo em terceira pessoa), que estava proposto para transferência para a polícia do Exército, ao lado da minha casa, lá no Ibirapuera (na Capital)... Eu escutava até a corneta de lá... "Já que você vai ser transferido, você está sendo designado pro DOI-Codi, pra Operação Bandeirante". E eu fui, e ocupei inicialmente a posição de chefe de equipe de busca. Então, o que era o chefe de equipe de busca? Nós recebíamos pedidos de busca, vários, escolhíamos aqueles terroristas que tínhamos mais possibilidade de encontrar e encontrávamos o terrorista, ou não o encontrávamos. Como encontrava, não sei, porque às vezes levava tiro, às vezes não levava, então, foi uma coisa totalmente... Na entrada num aparelho (base operacional de supostos terroristas), nós tivemos vários feridos, vários, inclusive, mor tos, no Rio de Janeiro etc.

A Tribuna – Pessoas do Exército morreram nessas ações?

Maurício Lopes Lima – Sim. Nós vamos chegar, então, ao fim da picada, que é a dona Dilma, e é por isso que vocês estão aqui... Com a Dilma aconteceu o seguinte: eu tive três contatos com a Dilma. No primeiro contato, ela foi presa num ponto com, possivelmente, outro integrante (do grupo de guerrilha VAR-Palmares).

A Tribuna – Onde foi isso?

Maurício Lopes Lima – Foi em São Paulo. (...) Este foi o primeiro encontro com a Dilma, ela presa e eu, que já chefiava a parte de investigações. Me perguntaram: "Maurício, nós tamos com um problema, aí, que acho que é do comando nacional da VAR-Palmares, a Dilma. Mas nós não temos fotografia, nós não temos nada. Nem xerox consta"... Xerox, naquelas máquinas... Falei: "Eu vou pegar o dossiê e vou conversar com ela". Então, cheguei, e disse: "Dona Dilma Vana Rousseff Linhares. A senhora é membro do comando nacional da VAR-Palmares"... Aí, comecei a contar a história dela: "Nasceu em tanto, de tanto de tanto...". E disse até o nome do marido, dos amantes, de tudo. Aí, no final, eu acho que ela viu que não tinha jeito, que nós íamos identificá-la. Como ela era de Minas (Gerais), nós íamos mandar a identificação pra Minas e, no final, ela disse: "Tá bem, eu sou a Dilma, e tudo...". Eu disse: "Tá bem. Fecha a porta. Ela já reconheceu que não era o que tava na carteira de identidade, carteira falsa". Aí, o pessoal foi conversar com ela. Pronto: foi meu primeiro contato. O segundo contato foi quando ela resolveu entregar alguém. Então, ela saiu comigo e nós fomos dar um passeio. Nós fomos a um local onde funcionava uma fábrica de bombas que, um pouquinho antes, tinha explodido, levando até a mão de uma das terroristas... (...) Eu não tive mais contato com a Dilma. Fui encontrá-la na auditoria militar, em 1970, porque o processo foi julgado e ela foi condenada. Fui uma das testemunhas de acusação. E, assim, cessou meu contato com ela.

A Tribuna – O sr. deve ter lido o depoimento dela (na auditoria), em que ela não o considerava testemunha porque o sr. "foi um dos torturadores da Organização Bandeirante".

Maurício Lopes Lima – Não. Eu não sei de onde vem. Ela mesma reconheceu que eu não a torturei... (Levanta-se e traz recorte do jornal Folha de S. Paulo, onde consta que o "capitão [posto que Lima ocupava em 1970] presenciou sessões, mas não a agrediu"). Eu não presenciei. Eu nego. Eu não sei onde arranjaram.

A Tribuna – Estou vendo, aqui, um parágrafo da entrevista que a Folha fez no ano passado: "Dilma afirmou que Lima presenciou as torturas, mas não realizou pessoalmente nenhuma agressão contra ela".

Maurício Lopes Lima – Então, já começa a haver conflito. Se, de um lado, eu sou torturador, não torturei por quê? Porque ela era bonita? Ela era horrível (ri). Hoje, a Dilma é muito mais bonita.

A Tribuna – O sr. disse que foi destacado...

Maurício Lopes Lima – Fui designado para a Operação Bandeirante. Foi uma coisa interna.

A Tribuna – Não era uma função de chefia, de comando?

Maurício Lopes Lima – Não, eu substituí outro que já estava.

A Tribuna – Mas essa sua substituição, mesmo o sr. dizendo não ter agido diretamente em sessões de tortura, no caso de Dilma, não poderia torná-lo também responsável, de forma solidária, pelo fato de exercer função de comando? 

Maurício Lopes Lima – É aquele negócio: nós estávamos numa guerra; eu estava de um lado. Lógico que eu sou contrário ao outro lado. Agora, é uma coisa, também, que repórter não entende: o que é segurança? Em assuntos de segurança, quanto menos você sabe, menos responsável você é. Então, nós éramos setorizados. Não é que eu não pudesse saber: eu não queria saber. Eu não vou... Quanto menos eu soubesse, menos responsável eu seria, pelo sigilo.

A Tribuna – De certa forma, não sabia de tudo?

Maurício Lopes Lima – Quase não sabia. E, principalmente... Ela (Dilma) tem uma outra alegação: que foram dois elementos da minha equipe no presídio Bandeirantes (na verdade, Tiradentes) ameaçá-la. Nunca nenhum dos meus elementos da equipe cumpriu uma ordem que eu não determinasse. Eu estava à testa de tudo. E eu não determinei e eles não fizeram.

A Tribuna – Agora, quanto a interrogatórios mais duros, em sessões de tortura...

Maurício Lopes Lima – Tortura. Pode ter havido tor- tura de ambos os lados. Eu sou uma testemunha da tortura. Sim, eu sou. Eu comandei a equipe que desenterrou o capitão Mendes (Alberto Mendes Júnior, da Polícia Militar, morto em 10 de maio de 1970 em Sete Barras, no Vale do Ribeira, durante perseguição ao ex-capitão do Exército Carlos Lamarca) em Registro, e ele foi morto sob tortura. Lamarca e mais cinco julgaram o capitão Mendes e o condenaram no justiçamento. O Brasil passou a ter pena de morte.

A Tribuna – Conforme convenções internacionais, o crime de tortura, independentemente do lado, é imprescritível e, mesmo havendo, como no Brasil, a Lei da Anistia, se entende que pode haver a obrigatoriedade de sanções a quem participou disso.

Maurício Lopes Lima – Não, não aceito. Não aceito porque a tortura, no Brasil, era uma coisa comum.

A Tribuna – Dos dois lados?

Maurício Lopes Lima – Não, da polícia nossa. Era uma coisa normal. Sua empregada roubou, você a levava lá à delegacia, aí o delegado já (dizia): "Pode deixar que a gente vai dar um pau nela". Dali a um pouquinho, ela voltava. Pegou um dinheiro, emprestou pra fulano de tal, tá em tal lugar... Então, é comum, em todas as delegacias do Brasil. Então, esse negócio de dizer que tortura... Todo terrorista passou a ser torturado. Todo. Não tem exceção.

A Tribuna – O sr. nunca chegou a participar diretamente de sessões de tortura?

Maurício Lopes Lima – Não, não, não, não. Dentro do setor de investigações, são investigações. Agora, quando você fala em depoimentos, é outra coisa. Aí, eu caio fora...

A Tribuna – O sr. votou nesta eleição (não era obrigado, por ter mais de 70 anos)?

Maurício Lopes Lima – Votei,o voto é secreto (risos). Eu poderia dizer que votei na Dilma, e aí, "ótimo, tá vendo, Dilma? O Maurício é bonzinho e votou em você, tá?". Poderia dizer que votei no (José) Serra, que é uma péssima escolha, mas eu poderia votar nele também.

A Tribuna – Particularmente para o sr., como foi lidar com a família naquele período?

Maurício Lopes Lima – Lidar com a família foi um pouco difícil. Depois que houve a Anistia, a minha família foi punida.

A Tribuna – De que maneira?

Maurício Lopes Lima – Funções. A minha ex-esposa (historiadora) perdeu o cargo (num programa na TV Cultura) e foi tirada de lado porque era esposa de militar. O que dizer para a minha esposa? Antes eu mandava, agora não mando mais. Então, fica difícil explicar as coisas.

Por Rafael Motta, no jornal A Tribuna de Santos