sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O TELEFONE, ESSE INCRÍVEL OBJETO QUE FALA

Em outubro passado o Brasil viveu um momento histórico.
Não estou falando da eleição da primeira mulher para a Presidência da República.
Muito embora a vitória de Dilma Rousseff seja bem mais importante e representativa para o nosso país, sob vários aspectos.
Me refiro ao total de aparelhos celulares que ultrapassou ao número de habitantes.
Ou seja, há mais telefones do que gente no Brasil.

Por essa nem o escorcês Alexander Graham Bell esperava.

Graham Bell é o inventor do telefone.
Ele criou um aparelho rudimentar através do qual transmitiu pela primeira vez uma mensagem, em 1876.
E, acreditem, ninguém – com o perdão do trocadilho - nem ligou para ele, isto é, para o telefone de Graham Bell.
E imaginar que tudo aconteceu nos Estados Unidos!

Foi preciso o imperador brasileiro, D. Pedro II, visitar uma feira cultural na Filadélfia, para ver, experimentar e se encantar com o tal invento.
D. Pedro ficou tão maravilhado com o fato de ouvir a voz de quem estava na outra ponta de um fio que gritou: Meu Deus, isto fala!

E como fala!

No caminho dos grandes inventores encontramos sempre um brasileiro genial.
Se na aviação temos o magnífico Santos Dumont e o seu memorável 14 Bis, na telefonia surgiu um certo Pe. Landell de Moura.
Pe. Ladell, além de rezar missa era chegado a uma boa conversa entre duas pessoas através de uma linha elotromagnética.
Aí ele resolveu dar uma forcinha a Graham Bel e aperfeiçoar o uso do telefone.

A sacada do brasileiro foi registrar no Serviço de Patentes dos Estados Unidos três inventos originais, entre eles, o telefone sem fio.
Estava sendo fecundado ali o aparelho celular que temos hoje.
Do celular que, como praga, se alastra pelo país.

O IBGE informou que somos 185,7 milhões de um povo que tem entre si a absurda quantidade de 194,4 milhões de celulares.
Isto quer dizer que se cada brasileiro resolvesse dar um passeio com um celular na mão (ou no ouvido) praticamente 10 milhões de aparelhos ficariam em casa aguardando a próxima oportunidade para dar uma saidinha.
Desse total de celulares, 82,19% são pré-pagos, sendo que o restante paga a conta depois que usa o serviço.

Somente em outubro deste ano foram 3 milhões de linhas móveis e nos últimos 12 meses 26,4 milhões de novos aparelhos foram adquiridos.
Somente de janeiro a outubro de 2010 nada menos do que 20,4 milhões de celulares foram ativados.

Daí que a vitória da Dilma ser a vitória de um país cujo povo pode ter acesso a bens de consumo e de mercado.
Um povo que, com renda, ganha crédito e faz a roda da economia girar.

O Brasil superou proporcionalmente países como EUA, França, Alemanha e Canadá, e só perde para a Rússia.
Lá tem mais telefones sobrando entre os russos do que aqui.

E, para terminar: Brasília é a cidade brasileira que se destaca por oferecer os melhores salários pelos menores esforços.
Pois vem da Capital Federal também a notável descoberta: lá existe não apenas um, mais a proporção de dois celulares para cada habitante.
Deve ser porque Brasília é o cérebro pensante do país.

Quem pensa, logo fala.
Quem fala, o faz a um telefone.
E quem fala demais, usa os telefones...

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