domingo, 30 de outubro de 2011

OPERADORES DE MÁQUINAS


Esta crônica tem a pretensão de fazer uma homenagem a todos que exercem um cargo ou função em favor da sociedade.
Independente da classe ou da hierarquia e da área de atuação.
Em qualquer esfera de governo.

Falo do servidor público.
Ou do agente público, como queiram.

28 de outubro é o Dia do Funcionário Público.
A data foi instituída pelo então Presidente Getúlio Vargas, em 1939.
Pelo Decreto 1.713, o Governo Vargas instituía o estatuto dos funcionários públicos.
Antes, em 1937, na mesma data, Getúlio já havia fundado o Conselho Federal do Serviço Público Civil.
E em 1938, foi criado o Departamento do Serviço Público do Brasil.
É o servidor público o que há de mais fundamental, a peça insubstituível na engrenagem da máquina estatal.

Sem ele esta máquina não anda.
A sociedade - à qual sua principal atribuição é bem servi-la – pára.
O estado – cuja gestão sem a eficiente e dedicada ação do servidor público – não funciona.
Não se pode falar de gestão pública sem que se pense no servidor público.
Ele é a razão da coisa pública.
A Nação muito deve ao servidor público e, por seu lado, é à Nação, a sociedade brasileira, a razão maior e imprescindível do existir do servidor público.
O servidor público faz a diferença na reconstrução de um país com desenvolvimento e justiça social.

Para tanto, porém, é necessário que lhe sejam assegurados o valor e respeito merecidos.
E que este, por sua vez, se faça valorizar e respeitar.
Outubro – e não apenas o dia 15 – é o Mês do Professor.
Como maio é mês das mães e das noivas...

Que me desculpe os demais.
Mas o Professor é o maior dos servidores.
O primeiro.
O mestre de todos.

Se o servidor público fosse uma flor, o professor seria o seu néctar.
A sua seiva.
A essência.

Não há como fugir dessa lógica inequívoca e inegável.
Nunca houve, nem haverá jamais um profissional que não tenha passado e que não passará pelas mãos laboriosas do professor.

Do médico ao engenheiro.
Do Guarda de Segurança ao ocupante do mais alto posto no escalão administrativo do Estado.
Todos levam consigo, na sua mente e no mais íntimo do esconderijo de suas memórias intelectivas as insignes lições assinaladas por um professor.

Um ensinamento, um aprendizado de vida, na vida e para vida.
Uma marca.
Uma saudade.
Uma lembrança.

Por isso, a minha insipiente, modesta e inexpressiva homenagem ao Professor pelo seu dia.
Nele e por ele, estende-se esta deferência, a todos os servidores públicos brasileiros e paraenses e, de modo (muito) particularíssimo, aos da nossa querida Santa Maria do Pará.



























quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A FOLHA E AS FALHAS


O ALMANAQUE da crônica republica postagem do incomparável Conversa Afiada.
E com as esperanças renovadas pelos ares de mudança que andaram soprando pelo Congresso, acha que as máscaras da Folha podem, mesmo, está começando a cair...

Folha x Falha: Caiu a máscara do Otavinho
O Conversa Afiada reproduz press release que recebeu do deputado Paulo Pimenta:

Decisão da justiça no caso Folha x Falha pode criar jurisprudência perigosa sobre liberdade de expressão, avaliam parlamentares
Na tarde desta quarta-feira (26), a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados promoveu audiência para debater o silêncio da mídia no caso de censura imposto pelo jornal Folha de São Paulo ao blog Falha de S. Paulo. Parlamentares de diversos partidos políticos compareceram à sessão, em uma demonstração de que essa não é uma discussão partidária, conforme tentou induzir o diário paulista nos últimos dias. Os deputados alertaram para um precedente perigoso que pode ser criado no país, dependendo da compreensão da justiça sobre o episódio.

Autor do requerimento para o debate, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) enfatizou que a linha adotada pela Folha põe em risco um direito constitucional. “Estão corretos os que entendem que esse episódio não é algo menor. Como essa é uma ação inédita no Brasil, a decisão da justiça em favor da Folha de S. Paulo criará uma jurisprudência de restrição à liberdade de expressão. Qualquer blog ou veículo alternativo que utilizar da sátira para criticar poderá ser processado e tirado do ar. No futuro, os próprios meios de comunicação serão julgados com base nesse entendimento”, frisou o parlamentar.

“É muito bom quando temos o dono do jornal deixando cair sua máscara, o jogo fica mais claro”

Criador do blog Falha, Lino Bochini criticou, por um lado, a ausência da Folha, mas por outro, afirmou que o jornal paulista “mostrou sua verdadeira face”. Ele, que classificou a ação da Folha com “absurda” e “truculenta”, rebateu as alegações do proprietário e diretor de redação, Otávio Frias Filho, de que o blog Falha não seria sátira nem independente. “É muito bom quando temos o dono do jornal deixando cair sua máscara, o jogo fica mais claro. A Folha mente, o nosso blog era sátira e era independente! A Folha é um jornal que cobra transparência, responsabilidade dos órgãos públicos – o que está correto – mas que foge do debate por meio de uma carta autoritária”, contestou Lino, desafiando que não há na blogosfera nenhum site defendendo a Folha, além do portal do próprio jornal.

“Folha tem pouco a acrescentar no debate sobre liberdade de expressão. Isso explica a ausência de seus representantes”
O 1º Secretário da Federação Nacional dos Jornalistas, Antônio Paulo Santos, que também compôs a mesa de trabalho, afirmou que o que os grandes grupos de comunicação querem é a “liberdade de empresa”. O dirigente da Fenaj criticou, e não isentou o Congresso, pelo fato de no Brasil o setor de comunicação não ter regulação nenhuma. “As tradicionais famílias que dominam a mídia em nosso país trabalham unidas pela desregulamentação do setor. Conseguiram, a partir de muita pressão, que o Congresso arquivasse o projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo, e, por fim, há dois anos, derrubaram o diploma de jornalismo”, resumiu.

A Folha, por meio de nota, já havia antecipado que “declinaria” do convite por “discordar da temática da audiência”. Sobre ausência do jornal paulista, o deputado Pimenta disse que a “Folha de S. Paulo tem pouco a acrescentar no debate sobre liberdade de expressão”, o que, segundo ele, explica a ausência de seus representantes. Ivan Valente (PSOL-SP) considerou que a Folha desrespeitou o Legislativo ao contestar na carta a temática da audiência. “O jornal pode fazer o juízo de valor que quiser sobre o fato, mas não pode deslegitimar a atuação da Comissão de Legislação Participativa e do Poder Legislativo”, criticou.

Parlamentares condenam Folha e apóiam blog Falha

Ao todo, 16 deputados registraram presença no debate. Todos dividiram da mesma preocupação, levantada no início do debate, sobre uma jurisprudência perigosa a ser criada pela justiça no caso de uma decisão favorável ao jornal Folha de São Paulo.

“Se um jornal quiser ter respeito pelo seu público, deveria ter o rabo preso com a verdade”
“A estrutura das empresas de comunicação no Brasil é familiar e secular, isso é ruim para a democracia brasileira. A propriedade cruzada, essa concentração da informação que em outros países não existe, aqui no Brasil pode! A Folha erra ao fazer a defesa da liberdade de expressão, ao mesmo tempo em que não consegue suportar as críticas de um blog. Se um jornal quiser ter respeito pelo seu público, deveria ter o rabo preso com a verdade, e não com o leitor (referindo-se ao antigo slogan da Folha ‘de rabo preso com o leitor’). Lamento que a justiça brasileira, às vezes, tenha definições impróprias sobre alguns temas, daí a necessidade da regulamentação dos meios de comunicação, para não termos um vazio legislativo, que possa, de alguma forma, ameaçar a liberdade de expressão no país”. Ivan Valente (PSOL-SP)

“É errado minimizarmos essa ação de censura, porque ela é muito grave”

“Esse tema não se esgotará, pois não há, aqui, a outra parte. Se não pudermos usar a marca para satirizar, como defende a Folha, o Zorra Total deveria sair do ar, pois faz uma sátira a Presidente Dilma. Se, por acaso, a Presidente pedisse para tirar o quadro do ar, certamente, a Rede Globo reagiria, e a Folha e os grandes jornais do país dariam capa para o assunto. O PCdoB, meu partido, poderia processar a revista Época que trouxe em sua edição desta semana uma montagem com nossa bandeira. Esse episódio criará um parâmetro para as decisões judiciais. Não podemos tratar o caso como se fosse algo isolado, um processo da Folha contra um blog. É errado minimizarmos essa ação de censura, porque ela é muito grave”. Manuela d´Ávila (PCdoB-RS)

“Chama a atenção que a Folha diz que a decisão da justiça de primeira instância é soberana e que o assunto está superado. Não está e o parlamento tem o dever de acompanhar os próximos desdobramentos”. Luiz Couto (PT-BA)

Universitários de Brasília, representantes do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social também acompanharam a audiência.

“Está claro que, quando o espaço para os dois lados estão garantidos, a Folha prefere silenciar. Liberdade de expressão e liberdade de imprensa têm que conviver com as demais liberdades. Assistimos a grandes grupos fazendo mau uso da liberdade de expressão, o que não se configura no caso do blog Falha de S. Paulo. São os blogs, hoje, que nos garantem a pluralidade da informação, e mesmo assim os gigantes se insurgem contra os pequenos que exercem o direito à crítica”. Mariana Martins – Grupo Intervozes

Convidadas, Associação Nacional dos Jornais (ANJ) não compareceu e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que havia confirmado o nome de Claudismar Zupirolli, Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina (OAB-DF), não enviou representante, pois hoje no Supremo Tribunal Federal estava em julgamento a constitucionalidade do exame da ordem dos advogados.

Deputados presentes à audiência:

Dr. Grillo (PSL-MG)
Paulo Magalhães (DEM-BA)
Paulo Pimenta (PT-RS)
Roberto Britto (PP-BA)
José Stédile (PSB-RS)
Miriquinho Batista (PT-PA)
Pedro Uczai (PT-SC)
Vitor Paulo (PRB-RJ)
Weverton Rocha (PDT-MA)
Luiz Fernando (PSDB-SP)
Vaz de Lima (PSDB-SP)
Ivan Valente (PSOL-SP)
Luiz Couto (PT-PB)
Manuela d´Ávila (PCdoB-RS)
Nelson Marchezzan Jr (PSDB-RS)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

AS DIFERENÇAS NOS TORNAM IGUAIS


Normalidade é um termo conceitual estabelecido pela sociedade.
Um modelo social que configura uma agressão à natureza humana.

Cada um de nós é um ser único.

Logo, somos desobrigados a sermos iguais sob toda e qualquer forma de expressão.
E isto é de caráter antropológico bem como biológico.
A individualidade pessoal flui como o fio de água que jorra da fonte direto da nossa alma.

Quem sabe conviver com as diferenças é porque soube vencer as barreiras do preconceito que escraviza.

O preconceito é pai da intolerância.
Os intolerantes são avessos às diferenças e a estas, indiferentes.
Do seu dicionário riscaram o vocábulo “fraternidade”.

Somente os espíritos fraternos têm a faculdade de apreciar as diferenças.
O que importa não é querer, mas ser diferente.
Porque ser diferente é ser verdadeiro.
Quem conhece a verdade é capaz de priorizar as coisas espirituais.

É do e no espírito que eclodem as coisas e os valores eternos, o essencialmente belo – mesmo e, sobretudo, – que não seja o material, físico e o aparente visto pelos olhos.
Nossas mesquinharias é que nos levam a imaginar que somos diferentes dos diferentes.

Bobagem!

Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais, dizia o fenomenal e inspiradíssimo Bob Marley.

A venda do preconceito obstrui de nós a visão, impossibilitando-nos de perceber que somos, de fato, todos iguais.

Iguais na indiferença.
Iguais em pobreza de espírito.

Quiséramos descobrir a substanciosa essência de sermos normais nas diferenças.
E aceitássemos de bom grado que o bem da coletividade reside nas nossas individualidades e delas dependem, por mais paradoxal que pareça.

Não é que você seja diferente, mas é que ninguém consegue ser igual a você.", nos ensinou Shakespeare.
É no diferente, no pensar, no agir, no ser diferente onde se encontra o direito a termos os mesmos direitos.

Sem diferenças.
Mesmo que na adversidade.
Mas respeitando a diversidade.

Concluo com o lapidar pensamento do grande Fernando Pessoa: “Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.”

Isso é pensar diferente.

A diferença não torna ninguém nem melhor nem pior que ninguém.
Contudo, seremos melhores à medida que soubermos aceitar as diferenças.

sábado, 1 de outubro de 2011

BRILHOU, DE NOVO, A ESTRELA DO PARÁ


Não tem jeito.
Morra quem quiser de inveja.
Na Bandeira Brasileira o Pará é a estrela que brilha lá em cima.
A estrela maior, a mais radiante e a mais bela de todas.
A maior estrela do Pará é o seu povo.

O povo do Pará tem no sorriso o brilho contagiante das estrelas.

Na acolhida e na receptividade o calor das constelações estelares.
Nesta semana, a estrela do Pará mostrou ao universo esportivo todo seu fulgor.
Todas as lentes telescópicas se voltaram para Belém.
E captaram as impressionantes imagens de um Mangueirão em completo delírio.
E descobriram, extasiados, o pulsar de quarenta mil corações apaixonados por futebol.
Loucos de amor pelo Brasil.

Os olhos do mundo viram oitenta mil estrelas na forma de olhos que só tinham olhares para uma bola.
O jogo Brasil e Argentina foi um dos mais belos eventos já realizados no nosso Estado.

E no Brasil.

Talvez nem tanto pelo espetáculo jogado, mas pelo espetáculo da torcida que transformou o que seria apenas um jogo de futebol numa festiva e comovente demonstração de civilidade, civismo e patriotismo.

O Hino Nacional cantado em uníssono por um coro de quarenta mil vozes foi inesquecível.
No campeonato paulista o Hino Brasileiro é vaiado.

Uma vergonha.

A ordem, a organização, a disciplina.
A alegria, a emoção e o entusiasmo do torcedor do Pará é uma lição deixada para aqueles que discriminam o Pará.

O Brasil precisa descobrir que o futebol brasileiro precisa do Pará.

Aqui, a despeito do desmantelamento dos nossos clubes, temos as maiores rendas e a melhores médias de público por partida nos campeonatos nacionais em qualquer divisão.
Por isso, é possível afirmar que todas as estrelas iluminaram quem escreveu esta frase lapidar: “O Pará não perdeu a Copa. A Copa foi quem perdeu o Pará”.

Não é difícil imaginar o que o Pará não proporcionaria ao mundo se Belém fosse Manaus.
Eles ganharam de nós o direito de ser cidade-sede da Copa.
Mesmo que o melhor time de lá seja muito pior do que o Remo...

Belém não merecia ficar fora da Copa.
Ficou porque os homens da Copa estão por fora do Pará.

Para eles o eixo do mundo passa por Rio e São Paulo.
Certamente jamais olharam a Bandeira do Brasil.
E não sabem que o Pará é uma estrela de primeira grandeza, revelada na grandeza da alegria da sua gente.

Salve o Brasil! Viva Belém!
Viva o Pará.