O Rio é uma das mais lindas cidades do mundo.
De lá, o Cristo Redentor, de braços abertos, abençoa o Brasil e acolhe quem o visita.
Os olhos do mundo se voltam esta semana para a cidade maravilhosa não para contemplar suas maravilhas, mas estarrecidos pela violência que lhe assola.
O que ocorre no Rio já ocorreu há dois anos em São Paulo quando o PCC assumiu o lugar do Estado e tirou do cidadão o que este tem de mais sagrado: a paz e a liberdade.
O Rio está sendo vítima do mal que insiste em se sobrepor ao bem.
O errado querendo prevalecer sobre o certo.
Dos bandidos tentando expulsar os mocinhos.
É a guerra do tráfico e suas milícias comandadas de dentro dos presídios, alguns chamados de segurança máxima.
Onde a entrada do celular deveria ser proibida, todavia, toda preparação e ordem de comando para os ataques são feitas, em 98% dos casos, via telefone.
Uma guerra que começou ninguém sabe bem ao certo, assim como não sabemos precisar quando e como acabará.
O certo é que o crime organizado no Rio sofreu sérios revezes e teve que recuar, a despeito de afrontar o estado de direito, causar prejuízos ao País, além de levar a perda de vidas humanas, desestruturando e destruindo os sonhos de centenas de famílias .
Quem assistiu na TV ao choro desesperado dos pais daquela jovem morta dentro da própria casa por uma bala perdida se emocionou e sofreu com eles e por eles.
Não quero indenização, quero minha filha de volta, lamentou o pai da garota.
Ela se chamava Rosângela Alves, tinha somente 14 anos de idade e toda uma vida pela frente.
Não há como não ser solidário com a dor sofrida por nossos irmãos numa tragédia como esta.
O povo carioca não merece passar por isso.
O Brasil não precisa viver tantas experiências marcadas pelo horror e a covardia de criminosos sem alma nem sentimento.
Numa assombrosa estatística numérica da violência a polícia carioca contabiliza a apreensão de duas toneladas de drogas em uma única região da cidade, somados a mais 800 quilos de cocaína encontrados em uma destilaria.
A polícia apreendeu também 44 armas – incluindo 8 granadas, 200 motos roubadas e até localizou um hospital do tráfico que oferecia tratamento aos traficantes feridos.
Os governos estadual e federal se unem numa ofensiva impressionante.
Um total de 20 mil policiais, inclusive das Forças Armadas, polícias rodoviária e federal, formam um contingente jamais visto no Brasil para combater esse câncer da droga que se alastrou no Rio de Janeiro.
É o dobro dos homens que compunham a força de paz para pacificar o Haiti.
Pelos menos 100 carros foram incendiados.
194 pessoas foram presas e 45 morreram.
Do total de mortos, 4 são moradores, pessoas de bem e trabalhadoras, o que é profundamente lamentável.
Quanto aos 41 restantes, ou são bandidos e membros do tráfico ou suspeitos de trabalharem para os criminosos.
E sinto muito em dizer que não tenho certeza se devo lamentar as suas perdas.
Diante do quadro brutal e desumano que estarrece a população carioca e o país, resta, no final desta desimportante e desnecessária crônica, refletir a respeito dos valores éticos e morais de presença tão indispensável às famílias na formação do caráter de seus membros.
Pensar na ação de um Estado cada vez mais comprometido com a educação do seu povo, capaz de propiciar bem estar, emprego e renda, equilíbrio e segurança à sociedade.
Uma sociedade onde o cidadão seja protagonista da sua liberdade e experimente, com incontida alegria, o doce e indescritível sabor da paz.
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