sábado, 30 de julho de 2011

PREVISÕES

Sobraram apenas os escudos

A avó da avó da minha bisavó tinha umas previsões no mínimo indecifráveis.
Inimagináveis, impensáveis e impossíveis.
Ela era daquelas metidas a anteverem o futuro.
E não havia um ser vivente capaz de imaginar que fosse possível a materialização de nada do que ela previa.

Sob nenhum aspecto.

Até que os clubes de futebol paraense mostrassem o contrário.

A avó da avó da minha bisavó gostava de falar do porvir...

E, como deusa profética que domina o tempo, previa mudanças nos costumes, nas etiquetas, nas ações, atitudes e nos relacionamentos humanos.
Quem sabe, até quando o assunto era futebol.
Ela só não imaginaria que Remo e Paissandu fossem os protagonistas de suas visões futurísticas.

Chegará um tempo em que a roda grande passará por dentro da roda pequena...
Esta é, sem dúvida, a maior e mais assombrosa das previsões feitas por aquela pequena fada do tempo.

Reafirmo que no esporte, Remo e Paissandu se encarregaram de concretizar tal profecia e dá-la conotação real de irrefutável verdade.

O Remo – um clube de grandes e belas tradições viu sua gloriosa trajetória sucumbir a vergonhosos e seguidos fracassos.
Invejosa e desavergonhadamente, o Paissandu se dar ao desplante de imitá-lo.

Veja só o tamanho do vexame.

O Clube do Remo que já teve talentos do nível de um Bira, Alcino, Biro-Biro, Anderson, Mego, Dico e Dutra entre outros, hoje se quer tem um time para treinar.
Mesmo porque o Remo nem precisa treinar. Um time treina para jogar.
E não há quem queira jogar com o Remo.

O Remo jogou tudo que podia e deveria jogar: jogou fora seu passado, seu presente seu futuro.

O Remo jogou sua história de triunfos na lata de lixo da história.
O Remo é um soldado sem divisas. Um time sem divisão, porém dividido.
Da Primeira Divisão do Futebol Nacional, foi de tropeços em tropeços até cair na Série “D” do Campeonato Brasileiro.
Hoje nem a isso tem direito.
É um indigente do futebol.
Sobrevive graças ao patrocínio do Governo Estadual.
E faz amistosos em cidades como Bagre, Ponta de Pedra e Baião.

É de dar dó...

O Paissandu, desastrosamente, enveredou pelo mesmo caminho

Perdeu o Campeonato para o Independente de Cametá.
Vai disputar, ainda, a Série “C”. Deve levar, ao menos dez anos para voltar à Série “A” Brasileira.

O Remo, umas dez... décadas!

Hoje quem dá as cartas no Pará são os chamados pequenos. Eles esmagaram os ditos ex-grandes que se apequenaram ante a corrupção e o amadorismo de seguidas administrações.
Quem era grande ficou pequeno.
Quem antes era pequeno hoje canta de grande.

Inverteu-se a ordem dos fatores, e a roda grande passou realmente por dentro da roda pequena.

A avó da avó da minha bisavó sabia das coisas.





















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