Na foto, o Remo, na visão de seu diretor
O brasileiro é movido a paixões.
O brasileiro é apaixonado por futebol.
Até quando a Seleção perde quatro pênaltis seguidos e a gente fica “p” da vida, com cara de tacho e chupando o dedo.
Se roendo de raiva e vergonha.
Porém, não dá para negar: o brasileiro é um apaixonado, um sujeito tarado mesmo é por carro.
Nem que esse carro seja um simples fusquinha.
E por que não?!
O fusca já foi um grande carro.
O mais vendido, o mais admirado e amado do Brasil.
Agora nem fabricado é mais.
De objeto dos desejos de muita gente virou objeto de gozação.
Na estrada todo mundo ultrapassa o pobre e ultrapassado fusca.
Até o Rubinho (Barrichello) ganha do fusca numa corrida.
Particularmente, devo confessar que, como brasileiro que se preza, sou apaixonado por carros.
E adoro um bom fusquinha.
O problema é encontrar um fusca bom.
Pois bem.
Esta crônica nasceu de uma matéria jornalística cujo título era: “A história do fusca azulino”.
Trata da desastrada comparação entre o Remo e um fusquinha.
Feita pelo novo Diretor de Futebol remista, Hamilton Gualberto.
Ele disse com todas as letras que o Remo está igual a um fusca, mas com as quatro rodas funcionando muito bem.
Quem pode não está funcionando bem é a cabeça dele – do diretor.
Mesmo que o Remo fosse um fusca zero quilômetro, ainda não ganharia uma corrida.
Porque é impossível um Mitsubishi, um Corolla ou um Honda perderem para um pobre fusquinha.
Só num aspecto a comparação faz sentido: o fusca é um carro sem estabilidade.
O Remo é um time instável.
O fusca ficou no passado.
O passado do Remo não passa.
O fusca, como o Remo e o Remo como o fusca já teve seus momentos de glória.
O fusca se aposentou.
E ninguém se aposenta no Remo.
Os dirigentes não mudam. Revezam-se apenas.
Resumindo: a diretoria é nova, mas os diretores são os mesmos velhos de sempre que sempre cometem os mesmos velhos erros.
Somente uma coisa se renova no Remo: os fracassos.
Apaixonado pelo Remo me deprime ver o meu time como um velho fusca de rodas abertas rodando pelas estradas do interior, andando devagar, quase parando.
Nunca me imaginei comprando um fusca.
Agora sou obrigado a gostar de um onde apenas as rodas funcionam...
Coisas da paixão.
Sou apaixonado pelo meu Fuscão – digo, pelo meu Leão Azul!
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