domingo, 28 de junho de 2009

INJUSTIÇAS SOCIAIS: UM RETRATO DO BRASIL

Em dezembro de 2008 o Mundo e o Brasil comemoraram os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Também no dia 05 de Outubro do ano que passou, a Constituição Federal completou 20 anos de promulgação.

Antes, em 13 de Maio, tivemos o aniversário de 120 anos da abolição formal da escravidão em nosso país.
Digo formal, porque informalmente a escravidão ainda existe entre nós.

Para se ter uma ideia, ano passado o número oficial de pessoas consideradas vítimas de trabalho escravo no Brasil era de 42.526, segundo especialistas.


O Brasil não é um país sem lei. O Brasil é um país onde as injustiças se dão em consequência da falta de cumprimento das leis existentes.

E quando as leis são cumpridas, elas favorecem sempre os ricos.

Isso só faz aumentar ainda mais o grau de injustiça através do qual os grandes subjulgam os pequenos.

Uma vez, um dos maiores bisbos da Igreja disse que toda violência dos pequenos é uma violência provocada anteriormente pelos grandes. E pode ser.

No mundo e no Brasil, a injustiça, às vezes não pode ser vista, mas pode ser sentida em números.
Como os que afirmam que 2/3 da população mundial vive abaixo da linha da pobreza.

E que 3 bilhões de pessoas sobrevivem com uma renda mensal inferior a 60 dólares (no Brasil isso equivalhe a mais ou mesnos 120 reais – que dividido, dá apenas 4 reais por dia).

Por fim, mais de 25% da população mundial não tem acesso à água potável e pelo menos uma em cada sete pessoas passa fome diariamente. Quer dizer, milhares de pessoas não tem nem mesmo 4 reais diariamente para comprar sequer um pão e uma quarta de café.

A tudo isso podemos dar o nome de exclusão social. Ou seja, o ser humano é excluído do direito à terra, ao trabalho, a um salário, à cidadania e à vida.

Sem direito a nada disso, resta a violência: nos lares, nas escolas, no campo e nas cidades, como em São Paulo, onde a violência se mostra nas mais diversas formas.

Para se ter uma idéia, o número de mortes provocadas somente pela Polícia paulista, que é treinada para proteger o cidadão, chegou a 245 pessoas em 2008. Imagina se a polícia fosse treinada para matar!

Outra face da violência, da negação dos direitos humanos, da injustiça e da desigualdade social revela que são realizados mais de 1 milhão de aborto por ano no Brasil.

O aborto inseguro está entre as principais causas evitáveis de morte materna e cerca de 250 mil internações são realizadas por ano.

Num país onde só pobre e negro vão em cana, e onde rico e político podem quase tudo, pouco resta a ser feito.
E entre esse pouco que resta, acreditar na possibilidade de mudança da nossa maneira de escolhermos os nossos representantes nos poderes executivos e legislativos já pode ser muita coisa.

No ato de promulgação da nova Carta Magna, Ulisses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, disse:

“Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira e desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados”.

Que o Brasil consiga enxergar a luz no fim do túnel de suas injustiças – ainda que seja a luz de uma lamparina.

A utopia vencerá um dia.

6 comentários:

  1. devia ter mais informação da injustiça social

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  2. A verdade é que todos nós que somos considerados cidadãos de classe baixa somos escravos hoje em dia, tudo que os patrões exigem deve ser cumprido mesmo que esteja fora de nossos deveres e se você por qualquer motivo se recusar, é mandado embora e já se forma uma fila de gente para ocupar seu cargo.
    No Brasil o que vigora não é a lei, na verdade existe um sistema ligado às instituições que serve aos poderosos e em nada se parece com a Declaração dos direitos humanos, é fato conhecido que no cotidiano um homem vale aquilo que possui.

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  3. Parabéns!!! Gostei da reportagem, muito bem feita! Continue assim, foi um ótimo trabalho.
    Saulo

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  4. isso é culpa desse lixo de constituição que a muito tempo deveria ser mudada tambem não só a constituição esse constituintes que não fazem nada para melhorar a vida do povo só fazem o que lhes enteressam

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