sábado, 28 de novembro de 2009

FARRAPOS HUMANOS

Às vezes me causa espanto, indagações e divagações o que confere a um indivíduo a chamada Lei do Livre Arbítrio e suas consequências e implicâncias.
Livre Arbítrio é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações.

O Lívre Arbítrio pode ter conotações distintas e implicações amplas e diversas como religiosas, marais, psicilógica e científicas.

Alguns defendem a ideia de que a realização de uma ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes.

É como se não fosse verdadeiro afirmar-se que tal filho rouba porque o pai era ladrão, ideia que recebe reforço no conhecido adágio popular: “filho de peixe, peixinho é” ou por outro que vai na mesma direção:– “tal pai, tal filho”.

Outros imaginam que o a ação realizada por um agente originou-se na sua própria vontade.

Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".

Quer dizer, nós somos e fazemos o que bem queremos. E somos livres para isso.

Mas me reporto ao início desta crônica.

Diz a Bíblia que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança e o criou para ser feliz. Tanto é que o botou para viver no Jardim do Éden, o Paraíso na Terra.

Ainda que tenha sido tentado, e por conseguinte cometido o ato de pecar, Deus não abandona o homem que d’Ele havia se afastado ao comer do fruto proibido.

E para redimi-lo dos pecados, envia o seu próprio Filho ao mundo. E Jesus carrega nas costas o pecado humano até a Cruz e nos purifica no seu Sangue.

É a maior prova de amor jamais dada no mundo por outra pessoa.

Porque então, tanto sofrimento, fome, pobreza, miséria, enchentes, secas, violência e abandono ao qual o homem é submitido e vitimado nas mais diferentes circunstâncias?

Ao ver por diversas ocasiões um andarilho com aspectos acentuados de descontrole mental que perambula à margem da estrada entre Santa Maria e Castanhal, fico a me perguntar sobre o seu passado, já que o imagino sem presente e igualmente sem futuro algum.

O que fez aquele resto de pessoa humana para merecer uma vida tão indigna e degradante?Aquele rosto desfigurado de um homem que teve um passado qualquer, com uma barba suja e desgranhada me faz pensar na insignificância humana do ponto de vista material.

Ultrajado moralmente e despojado de trages decentes, ele representa todos os esfarrapados, os farrapos humanos a perambular pelas estradas mundanas.

Talvez seja a Lei do Livre Arbítrio que esteja determinando os seus dias e o faça carregar a sua cruz de dor e abandono.

Ou talvez seja o nosso egoísmo, a mesquinharia de uma sociedade que já se acostumou à indiferença - porque indiferente - que o determina a seguir triste e só na sua busca pelo nada aparente... e por ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE O SEU COMENTÁRIO