Na véspera da visita do chefe do Estado iraniano, Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, Barack Obama enviou uma carta ao Presidente Lula.
Ninguém viu nem leu tal carta.
Mas o jornal americano New York Times revela em reportagem que nela Obama discorda da posição brasileira em relação ao Irã, à Venezuela e Honduras entre outros temas.
Sabe-se que Lula respondeu pontualmente, através de outra carta, ao presidente norteamericano.
O Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a carta de Lula é franca e amistosa.
Ninguém, igualmente, viu nem leu a carta do presidente brasileiro.
É sabido por todos que a grande imprensa não tem poupado esforços para demonstrar uma tensão que inexiste na relação Brasil-Estados Unidos.
No que diz respeito ao Irã, Obama se opõe psicoticamente ao seu programa nuclear. Mas não faz o mesmo, por exemplo, em relação à Israel.
Os EUA mataram Sadam Russen e destruíram um país por causa de suas suposições, jamais comprovadas,de que o Iraque tinha um arsenal nuclear atômico.
E a mídia não somente aplaudiu como transmitiu o assasinato de um presidente que antes – quando era economicamente conveniente – havia sido aliado dos americanos na guerra com o Kuwait.
Não espanta que essa mídia, em especial a Globo, relacione o Irã como sendo o pior dos males para a humanidade e a visita de seu presidente ao Brasil como um fenômeno que trará o fim do mundo e, antes disso, a desmoralização de Lula, que, segundo o Wilian Vaque, fez “afagos” num ditador e criminoso em potencial.
A Globo, com o despudor que lhe é habitual, se esforça para dizer que Obama repreende o Presidente Lula porque esse “apóia” o maior inimigo dos americanos.
"O Brasil tem essa obsessão de que se ele não concorda com os EUA vai cair um raio na nossa cabeça. Não é assim", disse Amorim a jornalistas.
Ele poderia muito bem ter trocado a expressão “o Brasil” por “a imprensa”.
O Brasil não é obrigado a concordar em nada nem ter medo de defender soberanamente sua posição dos Estados Unidos.
Nós não somos uma colônia americana.
Concordar ou não do que faz ou deixa de fazer um país é um direito de todo e qualquer outro país.
Inclusive os Estados Unidos.
Eles só precisam saber que o Brasil tem um governo, e que esse governo respeita, mas não se curva – porque não teme – aos caprichos de quem quer que seja.
Inclusivedos dos Estados Unidos.
Basta ver a posição brasileira sobre o golpe de estado hondurenho e a americana para ver que não andamos implorando concordâncias e assentimentos de ninguém às nossas atitudes.
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