O carnaval.
O carnaval é como o futebol.Ambos tem origem na Europa – o futebol na Inglaterra e o carnaval na Grécia (por volta do ano 520 a.C.) – mas é o Brasil quem melhor, e espetacularmente, os representa.
O termo carnaval vem de cane vale cuja tradução é adeus à carne ou vale comer carne, para alguns.
O carnaval ocorria sempre na útima terça feira que precede ao início da quaresma que se dá na quarta feira de cinzas para comemorar a fartura na produção da colheita agrícola.
Uma data regida pelo ano lunar, de acordo com o calendário cristão, numa complexidade de números que que a enuncia a 47 dias antes da Páscoa.
Como esse período enseja o início de um tempo de penitência, onde as pessoas se privavam do prazer de comer carne, aproveitava-se a terça feira para extravasar.
Para comer e beber à vontade.
Para sair na maior folia, pulando e dançando no meio da rua.
Com amigos e até com desconhecidos.Vem daí o nome “terça feira gorda” – dia em que se comemorava a fartura.
Se “o erotismo é um dos aspectos da vida interior do homem” o carnaval se transformou, ultimamente, numa “espécie de publicidade do sexo”.
No carnaval “o erótico é apenas uma mercadoria”.
Posta à venda no “circuito de economia libidinal...”
O carnaval não passa, hoje, de pura publicidade.
Publicidade muito bem explorada e “aproveitada pela indústria do turismo e pela mídia”.
O retorno econômico é enorme para quem promove, patrocina e divulga o carnaval.
O mesmo não se pode dizer dos que participam da folia, o povo em geral, uma vez que o carnaval se transformou em mercadoria cujo último fim é o lucro.
O carnaval nasceu sob o signo da alegria, mas tem se transformado em sinônimo de violência com perdas e danos material e humano.
Os índices de violência crescem assustadoramente a cada ano. Só em Salvador, em dois dias, registrou-se 1.300 ocorrências, numa média de 28 casos a cada hora.
Não é pouca coisa.
É no carnaval que se consome a maior quantidade de bebida acóolica. E de drogas.
E que crescem as estatísticas dos acidentes no trânsito.
Que os hospitais registram maior número de atendimentos, internamentos e mortes.
O período da folia carnavalesca tem sido um período também de provações.
Da nossa sensibilidade. E da nossa insessatez.
Sob o pretexto de que tudo é comemoração e alegria muitos dirigem de forma irresponsável.
Transformando em arma o veículo e pondo em risco a vida de muitas pessoas.
A bebida não pode ser sinônimo nem ter o triste significado de violência.
Beber não implica jamais em transformar quem bebe num imbecil que se acha o tal só porque ele bebeu.
É conveniente que o carnaval seja tão somente um período de alegria para se aproveitar um feriado generoso.
Um feriado enorme.
Do tamanho do Brasil.
O ideal é que façamos desse feriado um tempo de alegria onde na avenida da vida possamos, sem máscara, desfilar de braços com a felicidade.
Nossa, seu blog é ótimo! Fiquei estupefata ao me dar conta que és do Pará, como eu! Suas crônicas são inteligentíssimas.. gostei muito do que li, parabéns. Eu sendo apenas uma adolescente incomum que se interessa por política e afins.. Fico -sinceramente- feliz por ler ótimas crônicas de um paraense. Tu ganhaste mais uma assídua leitora de seu blog.
ResponderExcluirAbraços
Valeu, Aline!
ResponderExcluirMuito bom saber que uma conterrânea - aqui da terrinha - me lê de algum ponto desse Mapa-Mundi.
Ponto esse que fiquei curioso por saber.
Obrigado pelo carinho e elogio.
O Pará está para o Brasil como o Brasil para o Mundo: uma potência que se ergue rumo a um futuro tão próximo quanto o amanhã.
E não se constrói um grande Estado sem a grandeza e a bravura do seu povo que o edifica com a força do trabalho e de sua mente transformadoras.
Forte abraço,
Orlando - Santa Maria do Pará / PA
Sou de Belém,
ResponderExcluirMas, estou sempre mudando de estado.E, inclusive já estive em Santa maria.. Foi uma passagem rápida,porém bastante agradável.=)
Abraços