quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O SILÊNCIO DO GOLPE OU O GOLPE DO SILÊNCIO

Eles persistem...



Do Conversa Afiada, via Blog da Cidadania, o texto abaixo constitui a ferramenta que desserra o pano que encobria a canalhice da mídia nacional.
Da mesma imprensa que se arvora em cobrar liberdade de expressão como se a esta houvesse ameaças.
Quando, efetivamente, não havia liberdade de imprensa, esta mídia não só foi omissa em cobrar o restabelcimento da ordem constitucional, mas se colocou ao lado dos golpistas e se transformou em agente de repressão à medida que a este servia e se deixava servir.

Kotscho afirma: O PiG (*) existe

Kotscho: o PiG não falava em liberdade de imprensa durante a ditadura

Extraído do Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães:
Kotscho diz a Jô Soares que imprensa foi golpista

Não pode passar batida a entrevista que o ex-assessor de imprensa e amigo do presidente Lula, o jornalista Ricardo Kotscho, concedeu ao programa do apresentador Jô Soares, na tevê Globo, na madrugada desta quarta-feira (08/12).

Que eu saiba, foi a primeira vez que alguém conseguiu dizer, na sede da imprensa conservadora de direita, que ela, que acusa o atual governo de censura, foi a única, entre os dois lados, que defendeu um estado de exceção que se baseava justamente em… Censura!

No segundo bloco do programa, diante de questionamento feito pelo apresentador sobre supostas intenções deste governo de impor censura a uma mídia que se notabilizou por tentar ser mais oposicionista do que a própria oposição, Kotscho não perdoou.

Abaixo, reproduzo o diálogo entre Ricardo Kotscho e Jô Soares no programa da Globo supramencionado.

Jô Soares – O governo, parece que o governo está estudando a criação de um órgão pra controle, pra controle de conteúdo de rádio e televisão. O que você sabe dessa proposta, o que é que há de concreto e o que você acha disso?

Ricardo Kotscho – Olha, de concreto não há nada – até é bom levantar isso. Participei de um congresso, semana passada, na TV Cultura, sobre liberdade de imprensa, e estava esse negócio – o medo, o pânico, a censura, a volta da censura… Mas, quem fala isso, não viveu aquele tempo – eu vivi e eu sei como é que é…

Jô – Não, eu também e eu sei, inclusive, que é inconstitucional…

Kotscho – É impossível, hoje nós vivemos em uma democracia…

Jô – Então por que é que há essa onda, que tem até nome?

Kotscho – Então eu vou te falar: controle social da mídia, são documentos que circulam em sindicatos… Da categoria de comunicação, em congressos, simpósios, seminários… Tem gente que quer isso mesmo. Mas é uma minoria que nunca consegue…

Jô – Sempre tem gente…

Kotscho – Sempre tem, sempre tem… Desde sempre, desde o começo, quando eu trabalhava lá com ele [Lula] como secretário de imprensa. Nunca houve nenhuma medida de controle da imprensa.

Aí vão dizer assim: “Ah, mas o Estadão…”; o Estadão é uma questão do Judiciário. Todos os problemas que existirem de controle da informação são da Justiça, não tem nada a ver com o governo federal. Nem do atual governo Lula. E conheço muito bem a presidente eleita, Dilma, e não vai ter.

O Franklin Martins, nesse seminário da TV Cultura, disse, com todas as letras: “Controle social da informação é bobagem por um motivo muito simples: é inviável”. Sabe, não dá pra fazer. Quem vai controlar? Como vai controlar? Quem controla, somos todos nós. O controlamos sempre…

Jô – Dá pra controlar, não precisa nem levantar, hoje…

[apresentador faz mímica simulando uso do controle remoto]

Kotscho – Não ta gostando da nossa conversa, muda lá no controle remoto, compra outro jornal amanhã… É esse o controle que existe.

Jô – Agora, tem uma coisa, por exemplo…

Kotscho – Só uma coisa, Jô, deixa eu só complementar. Quem ta falando isso, todo dia, em manchetes, esse negócio de ameaça, na campanha eleitoral se falou… Não tem.

Eu me lembro muito bem, que eu sou dessa época, o Estadão ajudou a dar o golpe de 64. Ele fez reuniões dentro do jornal, que acabaram implantando a censura no Brasil, a ditadura que ele não gostou.

A Folha de São Paulo, você vai se lembrar disso, demitiu o Cláudio Abramo, que era um grande diretor de Redação, a pedido dos militares. Aí ninguém fala em liberdade de imprensa.

A Veja…

Jô – Mas aí havia uma ditadura… Reinando.

Kotscho – Exatamente, isso que eu quero dizer. Aí havia censura, e aí ninguém falava em liberdade de imprensa…

Jô – Por isso tão rígido a…

Kotscho – A revista Veja, a editora Abril, também não falava em liberdade de imprensa, a pedido dos militares.

Jô – Foi tão rígida, na Constituição, a medida que se tomou pra que não houvesse mais…

Kotscho – Olha, eu tenho mais de cinqüenta anos de profissão. Eu tenho um nome a zelar. Eu não vou falar pra um grande público como o teu, aqui, uma coisa que eu acho que pode estar errada. Eu tenho certeza: não houve e não haverá nenhum risco (…)

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