sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PEDOFILIA: UMA VERGONHA PARA O PAÍS E O PARÁ

Todos contra a pedofilia


Em 2009 publiquei aqui, no ALMANAQUE, pelo menos duas crônicas que abordavam o ultrajante tema da “pedofilia”.
A primeira, no dia 29 de junho – UMA VERGONHA CHAMADA PEDOFILIA – objetivava despertar a atenção para o crescimento assustador dos casos de pedofilia.
O país começava, de maneira efetiva, a conviver com o noticiário e denúncias desse que é, senão o pior, um dos mais covardes e brutais crimes cometidos contra a pessoa.
Porque a vítima de tal violência é sempre alguém frágil e indefesa do ponto de vista moral, social, cultural e financeiro.
Alguém psicologicamente afetada posta em absoluta desigualdade ante seu agressor e, por conseguinte, incapaz de enfrentá-lo.

A segunda publicação tratando do mesmo assunto se deu no dia 30 de agosto, um domingo.
Naquela data foi divulgado aquilo que viria ser o resultado da relatório da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará, cujo encerramento se deu em setembro daquele ano.
O relator foi o Deputado Estadual, hoje eleito para Câmara Federal, Arnaldo Jordy.

Com o título “PEDOFILIA, A COVARDIA EM NÚMEROS”, aquela crônica era uma resenha do citado relatório.
Números grotescos, repulsivos e vergonhosos foram apresentados.
O Pará despontava como campeão nacional no nefasto ranking dos crimes por abuso de menores.
CPI’s ocorriam em diversos estados país afora, naquele período, além da do Senado Federal, em Brasília, cuja presidência foi do senador pelo Espírito Santo, Magno Malta, eleito governador daquele estado nas últimas eleições.

A relatoria coube ao Senador Demóstenes Torres, de Goiás. Ele foi reeleito.

Por que o Pará sustenta o triste troféu de campeão da pedofilia?
Porque somente nos últimos cinco anos, mais de 100 mil casos de abuso sexual contra menores foram identificados no Estado.
Isso dá uma média de 20 mil casos por ano.

Um vexame.

Pior: para cada denúncia de abuso sexual, quatro são omitidas.
Nessas proporções pelo menos 400 mil menores sofreram abuso sexual em todo o Pará.
As vítimas potenciais dos pedófilos tem de 0 a 5 anos e 81% dos casos ocorrem no ambiente familiar.

Mas existem também os estarrecedores registros de crimes cometidos dentro de tribunais, escritórios, igrejas e templos religiosos.
De juízes, passando por promotores, doutores, advogados, sacerdotes e pastores...
Tem pedófilo de todo tipo e matiz, origem, formação, raça e crença religiosa.
Gente da pior espécime, verdadeiros frutos apodrecidos em ramagem seca e desfolhada.

A CPI da Pedofilia no Pará, como disse, foi encerrada em setembro do ano passado.
Ninguém foi sentenciado por ser pedófilo.
Que bom é ser pedófilo no Brasil e no Pará!

Nesta quinta, 16 de dezembro, o relatório final da CPI da Pedofilia do Senado da República foi fechado.
A mídia deu destaque em demasia, o relator apresentou números e mudanças nas leis que, em tese, ficaram mais duras para combater esse tipo de violência.
No entanto, como no Pará, ninguém foi preso ou condenado, se quer indiciado no Brasil inteiro.

Viva o país que passa a mão na cabeça de seus bandidos!

A questão da pedofilia no Pará é “gravíssima” segundo o relatório da CPI do Senado.
De Belém a Ilha do Marajó e até em Santa Maria, o nosso até então recatado município, os pedófilos se fazem presentes, ainda que invisíveis.
Como uma doença cancerígena que se esconde por muito tempo e afeta a saúde do paciente, os pedófilos estão à solta por aí.

Traçando seus planos diabólicos e como serpentes que atraem suas vítimas para o laço, eles vagueiam disfarçadamente entre nós, convivem perigosamente no nosso meio, observam e miram nossos filhos, crianças e jovens menores.

Os pedófilos escondem sua monstruosidade, às vezes, sob um terno lustroso e gravata bem passada, ou uma túnica, ou ainda sob tortura da ameaça e da chantagem psicológica.
Diante do perigo que o pedófilo representa para a sociedade, corremos todos um risco iminente.

É lamentável que todos os acusados estejam em liberdade.
Presos ficamos nós, as pessoas de bem, no silêncio dos nossos medos e revoltas.

Um brinde à impunidade!

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