segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A COISA JÁ ESTEVE MELHOR PARA A MÍDIA

A minguante lua-de-mel da mídia com Dilma


A lua-de-mel da mídia nacional com o governo Dilma Rousseff já nasceu, literalmente, na sua fase minguante.

(Era costume dos povos germânicos casar no período da Lua Nova. Eles preparavam uma mistura de água com mel - o hidromel - para ser tomada pelos recém-casados sob a luz da lua, daí, a lua-de-mel). 


E seu final pode ter começado hoje, em Brasília, com a posse da nova Ministra de Direitos Humanos, Maria do Carmo.
Quando a lua já se encaminha para a fase nova, a ministra surge como bela novidade.

É que em seu discurso a ministra pediu que o Congresso implemente a Comissão da Verdade.

Um terror da grande imprensa brasileira.

Projeto de Lei nesse sentido foi encaminhado em maio de 2010, pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Maria do Carmo promete - bem mais que avançar no processo de reconhecimento das violações contra os direitos humanos no período do regime militar - cumprir o temido, renegado e combatido Plano Nacional de Direitos Humanos ou, simplesmente, PNDH3.

A mídia, que maciçamente apoiou o regime militar de 64, desaprovou o discurso inaugural da Ministra.

A coisa já teve melhor para ela (a mídia).

Porque o PNDH não vislumbra dar seguimento ao processo de reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves violações de Direitos Humanos, com vistas à sua não repetição, com ênfase no período 1964-1985, somente.
Ele vai mais além.
E nesse além é aonde se localiza o calo da mídia.

O plano visa a defesa da descriminalização do aborto, da união civil homossexual, da revisão da Lei da Anistia e da mudança de regras na reintegração de posse em invasões de terras.
E critérios de acompanhamento editorial" de meios de comunicação.

Que pavor dá isso!

Quando se fala em PNDH fica impossível não lembrar o Arnaldo Jabor.
O Instituto Milleniun.
A Globo e o Willian Wack.

Ao longo da campanha eleitoral a imprensa se travestiu de porta-voz do seu candidato, o Serra.
Serra se interpôs como o defensor das liberdades de expressão e paladino da moral e da ética.
Dilma foi chamada de guerrilheira e acusada de matar criancinhas.
Até que se tornou público o aborto da Mônica Serra praticado no Chile.

Aí, o feitiço virou-se contra o feiticeiro.
E a bolinha de papel se tornou não mais que um desnecessário detalhe.
Mas nada impediu que uma avalanche de denúncias fosse difundida em apaixonados e irresponsáveis editoriais ligando a então candidata Dilma Rousseff à aprovação do PNDH.
Tudo à serviço da candidatura Serra.

Em vão.

Agora aparece de uma tribuna uma petista dos pampas gaúchos, vira ministra dos Direitos Humanos pelas mãos de Dilma Rousseff.
A Globo procura azedar a empada da Ministra.
E torce para que o Supremo – ao menos no que se refere à ação proposta em abril de 2010 pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na qual questionava a concessão de anistia a agentes de Estado envolvidos em crimes como tortura, assassinatos e desaparecimentos durante o regime militar – ratifique sua rejeição a grande parte do Projeto.

Que ninguém possa duvidar de tal possibilidade.
Afinal, não estamos falando nem tampouco vivendo na Argentina.
O discurso de posse da ministra Maria do Carmo já foi prova suficiente de que a mídia com seu leque de interesses terá do governo Dilma tratamento diferente.

A lua de mel parece que foi pro espaço.
Eu acho.













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