sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MINHA CASA, MEU TUDO

Minha casa, minha vida


Em idades remotas, as cavernas foram utilizadas como ambiente seguro de moradia para o homem primitivo.
As cavernas constituíram o primeiro modelo de habitação humana.
A dimensão de casa e lar nascia no crepúsculo de uma gruta há alguns milhares de anos.

O homem contemporâneo nem de longe lembra mais aquele ser, que sequer sabia fazer uso da palavra, e convivia nos recônditos subterrâneos, no seio quente ou gelado de uma rocha.

A casa – faz tempo – passou a ser a necessidade primária e conceitual para a proteção e o bem estar da humanidade.

É lugar-comum a ideia de que o homem não é homem na sua dimensão, caráter e dignidade se a este não é dado o direito de ter uma casa.
A casa não implica somente em ter, as pessoas, um espaço ou lugar onde se sintam protegidos dos fenômenos naturais exteriores (como a precipitação, o vento, o calor e o frio).
A isso podemos chamar de abrigo, ainda que todo abrigo seja uma casa.
Mas toda casa jamais poderá ser simplesmente um abrigo.
Muito menos um lar.

A casa é uma construção cultural de uma sociedade.
O lar enseja o lugar em que se dão as relações afetivas e pessoais de seus habitantes.
É a casa, a propriedade íntima e privada de seus proprietários.
Um bem inalienável, intocável e inviolável.
Um espaço que ganha a conotação de templo e altar da família, que acolhe e protege.
Que guarda e resguarda.

A casa é um patrimônio material incalculável que ganha conotações quase imaterial e divino entre todos os bens que uma família pode ter.
Mas, quantos ainda não o tem ou a tinham e perderam.
Quantos são os que vivem ao desabrigo de um lar.
Sem nada que os identifiquem, já que a casa está estreitamente relacionada à família.
E parece não existir família fora da imtimidade e do abrigo de um lar.

Assim como a casa é uma unidade fundamental para a cidade, a família constitui insubstituível valor na - e para - a estrutura social.
Traduzindo, não há cidade sem que haja casas e, se estas não existem, é pouco provável que a família resista ou sobreviva.

A casa não se constitui apenas na divisão de espaços e cômodos.

Uma casa não corresponde ao conceito tão-somente de quartos, salas e cosinha.
É no seio do lar onde os afetos são partilhados e vivenciadas todas as experiências familiares.

O sorriso, as lágrimas, as dores sentidas e as vitórias alcançadas.
A fome, a fartura, a pobreza, as tristezas, a riqueza e as alegrias.
O som, o silêncio, as brigas, a paz e harmonia das pessoas.

Na casa – bem mais que piso, paredes e telhado – há gente, seres humanos com alma e sentimentos.
A casa – não importa sua estrutura, se casebre, bangalô ou sobrado – constitui fonte reveladora do poder social e força econômica de quem nela mora.

De qualquer forma, tê-la é sempre um direito intransferível que não pode ser negado a ninguém.
Sobretudo àquelas famílias que a tinham e viram ser levada pela enchente, dizimada pelo incêndio ou soterrada pelo deslizamento de uma encosta.















Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE O SEU COMENTÁRIO