Esse bis o carioca não pediu
Até as pedras que rolaram dos morros e as águas que se precipitaram além do leito dos rios sabiam que essa tragédia iria acontecer.
Porque se tratava apenas da repetição de cenas já tragicamente vistas antes.
Aliás, repetidas a cada ano.
E aconteceu.
De novo.
A reprise.
Sem que pouco tivesse sido feito para evitá-la.
Porque no Brasil a regra é deixar que o mal ocorra para só depois procurar pela cura.
E isso em todos os aspectos, níveis e áreas que ensejam uma ação de governo.
Da Saúde à Educação, passando pela Segurança até a preservação do Meio Ambiente.
É menos custoso prevenir a doença que curá-la.
A presidenta Dilma disse no Rio que moradia em área de risco é a regra e não a exceção.
É como afirmar que no Brasil a ocupação desordenada do solo que gera catástrofes como esta é algo normal e comum.
Agora, prevenir é que parece ser anormal.
A exceção.
Embora a prevenção e ordenamento de construções seja atribuição da Defesa Civil nos estados e municípios, Dilma preferiu, por solidariedade, repartir a responsabilidade com quem se furtou a fazê-la.
Entretanto, o Jornal Nacional não hesitou logo em apontar um culpado pelas centenas de mortes: o Governo Lula.
Lula não teria repassado os recursos necessários para prevenção de catástrofes e contenção das encostas nas cidades atingidas.
Esse Lula é um bárbaro!
Porém, chamou a atenção o que disse logo em seguida um “especialista” da Globo.
Segundo ele, medida alguma evitaria uma tragédia cujo início se deu há mais de quarenta anos.
Mesmo porque a chuva que desabou sobre os morros foi de uma intensidade desproporcional.
E sua força destruidora não fez distinção entre destruir casas humildes, barracos ou mansões.
É certo que as autoridades do Rio, mesmo avisadas, nada fizeram para evitar que a tragédia tomasse as proporções que tomou.
Mas tiveram mais de cinco décadas para fazê-lo.
Os 780 milhões disponibilizados pelo Governo Federal significa muito pouco, não para ajudar na reconstrução de pontes e estradas, e sim porque nada há que reconstrua uma vida.
A dignidade da pessoa e a vida humana não se reconstroi com doações ou fundos financeiros.
A dor e o desespero que dilacera a esperança de quem perdeu tudo em segundos não tem preço.
Muito embora de uma hora para outra se descubra que a vida vale muito pouco.
Mas também que vale sempre a pena lutar por ela.
Até a próxima reprise da próxima tragédia, em 2012.
Isso e mais uma parte do descaso de governantes que nao tem compromisso com nosso povo nossa gente .
ResponderExcluirAte quando vamos ter que compartilhar com este tipo de
politicos.
Humberto Garcia