segunda-feira, 30 de agosto de 2010

LULA INICIA OFENSIVA PARA OCUPAR O MÁXIMO POSSÍVEL DE CADEIRAS NO SENADO

Presidente da República e principal cabo eleitoral da candidataI Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou nesta segunda-feira sua maior ofensiva eleitoral, na TV e nos comícios, na busca por uma ampla maioria no Senado em um eventual governo de sua ex-ministra-chefe da Casa Civil. Os candidatos da direita às 54 vagas em jogo são competitivos em apenas 17. Os postulantes do PSDB, DEM e PPS, segundo as últimas pesquisas, perdem terreno em todo o país.

Lula trabalha para eleger senadores dos partidos de esquerda

A principal estratégia do presidente é a de lançar ataques diretos contra os adversários. O primeiro alvo, na lista, foi Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição em Pernambuco, onde os candidatos do PT seguem em ascensão. Lula e Dilma têm usado o horário eleitoral para disseminar mensagens de apoio a candidatos aliados com chances de tirar do páreo os senadores que, nos últimos anos, derrotaram o governo em votações importantes, como a tentativa de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o imposto do cheque.

Até as eleições, em outubro, de acordo com as pesquisas de opinião, o número de oposicionistas com chances de chegar ao Senado poderá cair ainda mais. Mesmo antes da ofensiva petista, alguns nomes exponenciais da direita já experimentavam a rejeição do eleitorado. Entre eles, Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, e Heráclito Fortes (DEM) são os mais fragilizados na busca por uma das duas vagas em disputa em seus Estados. Efraim Morais (PB), José Agripino (RN) e Marco Maciel, todos do DEM, também tendem a naufragar nas urnas.

Apesar de não ter estado na linha de frente da oposição nos últimos anos, Maciel foi alvo de um ataque pesado de Lula na última sexta-feira, durante um comício do PT, no Recife. Sem citar nomes, Lula disse que há candidato que parece estar no Senado “desde o tempo do Império”.

– Já foi presidente da Câmara, ministro e até vice-presidente da República. O que ele trouxe para Pernambuco? – questionou o presidente.

Lula, em seguida, pediu que o eleitor vote em Humberto Costa (PT), líder nas pesquisas, e em Armando Monteiro Neto (PTB), que ameaça tirar de Maciel a segunda colocação.

O ultra-direitista José Agripino, ex-líder do DEM no Senado, permanece há meses como a segunda opção do eleitor no Rio Grande do Norte, atrás de Garibaldi Alves (PMDB). Mas a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), em franca ascensão, tem o apoio de Lula.

– Aqui no Rio Grande do Norte, vote em Wilma de Faria, que está com Dilma – disse o presidente, em mensagem exibida no horário eleitoral na semana passada.

Tanto o presidente quanto Dilma têm agendas garantidas no Rio Grande do Norte, em setembro, quando subirão ao palanque com Wilma e seu candidato ao governo do Estado, Iberê Ferreira (PSB), que está perdendo para Rosalba Ciarlini (DEM), da chapa de Agripino.

Lula também já pediu votos para Vital do Rego Filho (PMDB), conhecido como Vitalzinho, que ameaça a reeleição de Efraim Morais na Paraíba. O líder no Estado é Cássio Cunha Lima (PSDB), cuja candidatura foi impugnada com base na Lei da Ficha Limpa – ele permanece em campanha enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não dá a palavra final.

No Amazonas, onde Lula teve as vitórias mais folgadas em 2002 e 2006 e Dilma tem o quádruplo das intenções de voto do tucano José Serra, Virgílio disputa a segunda vaga para o Senado, já que a primeira deve ficar com o ex-governador Eduardo Braga (PMDB), franco favorito. Virgílio, que chamou Lula de “idiota ou corrupto” e se declarou disposto a “bater na cara” do presidente na época do escândalo do mensalão, segue empatado com Vanessa Grazziotin (PC do B), que exibiu na propaganda, no sábado, uma gravação em que Dilma manifesta seu apoio a ela.

Leia na íntegra no site do Correio do Brasil.

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