terça-feira, 20 de julho de 2010

O FORTE DELES É A POEIRA

A imagem empoeirada pela qual Serra e seu vice entrarão para a História





Carta Maior: IL CAPO AFAGA SEU PICCOLO BALLILA E RESERVA SEU LUGAR NA POEIRA DA HISTÓRIA

Não era um ponto fora da curva; Serra assume como seu o discurso fascistóide vocalizado por seu picollo ballila, Índio da Costa. O desenvolvimentista --'de boca', como sublinha Maria da Conceição Tavares-- encontrou ao que parece a identidade de uma candidatura que desde o início patinava espremida entre a precaução marqueteira e a dissimulação consciente de seu verdadeiro sentido histórico.
O candidato demotucano começou afirmando-se 'um continuador de Lula', despropósito endossado pelo rufar dos tambores midiáticos , a repicarem obsequiosamente a 'pouca diferença entre os dois candidatos'. Não funcionou.
O passo seguinte foi assumir-se como um ectoplasma de lacerdismo mitigado até, finalmente, sair do armário por inteiro nos últimos dias. Ao mesmo tempo em que endossa a partitura da extrema-direita nativa, Serra traz para a fanfarra conservadora as promessas de um populismo desabrido, que inclui desde dobrar o Bolsa Família --quando em SP seu governo sabotou o programa realizando 1/3 da meta prevista-- à distribuição de enxovais para gestantes, conforme observa a edição de ontem, do jornal Valor Econômico.
No crepúsculo de uma vida política rasa, o arestoso quadro tucano conclui sua melancólica baldeação ideológica. Sem o talento retórico do populismo conservador, mas, sobretudo, sem desfrutar o vácuo político no qual ele germinou, Serra sangra aos olhos de seus próprios petizes e admiradores, como se depreende dos muxoxos envergonhados registrados na página 2 da Folha, nesta terça-feira.
Nesse episódio, o tucano assumiu uma aliança carnal com a patética ideologia da extrema direita nativa, verbalizada no indigente discurso do personagem acolhido para arrematar o perfil histórico de sua candidatura presidencial. Derrotado, Serra terá o mesmo destino da obtusidade política que abraçou: a poeira da história.

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