Em situações inversas, mas parecidas, as eleições do dia 3 de outubro para o governo do Pará e presidencial foram generosas em apresentar surpresas.
Se no plano nacional a prorrogação da eleição em um segundo turno foi comemorada pelos tucanos e aliados, no Pará estes, a contragosto, ruminaram, mas tiveram que engolir o resultado obtido pela candidata do PT, a governadora Ana Júlia Carepa.
Ela ressurgiu de um cenário obscurecido pelo que parecia ser uma derrota inadiável logo no primeiro tempo da partida para o que está sendo considerada uma nova eleição.
A vitória de seu adversário Simão Jatene teve gosto de derrota.
Para ele.
A linha tênue que o separa de Ana Júlia é de algo em torno de 450 mil votos.
Quase nada.
Se levarmos em conta as alianças que Ana Júlia poderá fazer.
Sobretudo com o PMDB de Jader Barbalho, cujo candidato a Governador, Domingos Juvenil, teve 10,79% dos votos válidos.
O Psol conquistou 3% do eleitorado paraense.
É evidente que o PSDB também tem o direito de tentar atrair o apoio de Jader à candidatura de Jatene para a disputa de 31 de outubro.
Mesmo porque até o próprio senador tucano eleito, Flexa Ribeiro, fez dobradinha com o cacique peemedebista.
E, igualmente Ana Júlia, pedia votos para Jader.
Jader, um ficha suja!
Hoje com sua candidatura cassada.
Nessa o Flexa foi astuto, argucioso. Enquanto o Jader...
Coisas que só a política explica.
Nada disso, todavia, quer dizer que os acordos possam estar definidos.
Seria precipitado afirmar que Jader penderá para a candidata que tem o apoio do Presidente Lula ou ficará com quem lhe faz oposição.
Cabe lembrar que Michel Temer é vice na chapa de Dilma Rousseff.
Dilma saiu na frente de Serra com 48% dos votos no Pará.
Temer é do PMDB – partido que fez a segunda bancada na Câmara – amigo e companheiro de Jader.
O que não significa que o fisiologismo do PMDB não possa nos deixar na mão.
E Jader vá de mala e cuia se aninhar com Simão Jatene.
Mas essa é uma possibilidade um tanto quanto improvável.
Não acredito que isso decidiria a eleição em favor da governadora assim como a decisão de Marina Silva não seria fator determinante na eleição para o Planalto – mas convém lembrar que Jader não é Marina e o PMBB não é o PV.
Jader ainda mantém enorme poder de liderança e prestígio sobre os peemedebistas.
O PMDB no Pará - queiram ou não, tem a cara e a voz de Jader.
Jader é o PMDB.
O PMDB é o Jader.
Tudo o que for dito não será nada além de meras especulações.
Como o resultado da votação de 3 de outubro, as eleições para o segundo turno ainda trarão muitas surpresas.
Como uma nova eleição para Senador.
Sem Jader e Paulo Rocha, evidentemente.
Uma janela salavadora que se abriria para o deputado derrotado Gerson Peres.
Faz tempo que não venho aqui.Mas vin hoje, para mais uma vez contemplar os teus textos. Pela beleza e pela leveza. Escrevo em uma abrangencia geral. Do que li, do tenho lido.
ResponderExcluirParabens, agente continua sempre admirando o que é bom e aplaudindo o que é notavel. O seu blog.
Abraços.