domingo, 25 de outubro de 2009

À BEIRA DO CAMINHO

À beira do caminho estão os discriminados, os pobres, os empobrecidos e criminalizados...
Os que se vão com suas desesperanças uns, com a fé na espera, outrtos ou na certeza da vitória, alguns.
Mas vão todos – e não são poucos – os esquecidos, os marginalizados que seguem ou esperam...
À beira do caminho.

À beira do caminho estão, tal qual monumentos vivos eregidos pelo orgulho monumental de uma sociedade individualista, os sem rosto e identidade.
Os por nós denominados mendigos, cegos e aleijados.
Há os que reclamam um chão, uma casa, uma família... e trabalho. E assim, seguem ou esperam pela vida...
À beira do caminho.
À beira do caminho estão os que nos acostumamos a olhar sem querer vê-los e por isso não os vemos e, para não nos comprometermos, os escutamos mas fingimos não ouvi-los.
Os que a sociedade os fez diferentes, seres com pouca ou nem uma espectativa de futuro, haja vista sem perspectiva alguma no presente.
Faltam-lhe o que não lhes demos ou o que lhes foi tomado, sonegado, dilapidado... E assim seguem ou esperam que lhe seja dada ou restituída a sua dignidade...
À beira do caminho.
À beira do caminho estão aqueles cujas imagens não passam de espectros humanos em corpos desumanizados, às vezes envelhecidos pelo desgaste causado pelo tempo ou pelo sofrimento precoce da dor que acomete os esquecidos e sem alimento.
Não estão sem Deus, não vão sós. Só nós os esquecemos e os deixamos seguir sozinhos. Socialmente são restos insignificantes, quase trapos humanos... por isso abandonados.
Uns ainda lutam por direitos, gritam e gesticulam e tem lá suas utopias. Mas há muito já foram confundidos com bandidos e um “perigo” à sociedade e ao”estado”. E assim, sem direito se quer a ter a um caminho, eles seguem... como marginalizados, à margem da sociedade, sempre...
À beira do caminho.



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