sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ANALFABETO FUNCIONAL

O termo que intitula este modesto texto é atribuído ao indivíduo que é incapaz de interpretar o que lê e não domina as operações matemáticas. Achei por bem abordá-lo no afã de contribuir com o pensamento corrente que afirma que o Brasil é um país de analfabetos, ainda que funcionais. Embora tenhamos ainda 7% da população totalmente analfabeta, enquanto que 68% é analfabeta funcional.
Não basta a penas à pessoa decodificar as letras para formar palavras, frases e textos – o que deveria implicar em saber ler e escrever – para que não se encaixe nesta classificação.
O ato de interpretar um texto tem enorme profundidade e relevância nas relações sócio-políticas e demonstra a capacidade da qual o indivíduo faz uso no infidável caminhar na busca e na conquista de sua cidadania.
O analfabeto funcional, via de regra, tem acima de quinze anos e possui escolaridade inferior a quatro anos, porém existem aqueles que mesmo possuindo nível superior, também não conseguem interpretar um texto e lhe falta habilidade com os números.

Dados do Instituto Paulo Montenegro, de 2007, mostra grande redução dos índices de analfabetismo funcional no Brasil, muito embora estejamos bem distantes dos de países desenvolvidos, como na Suécia, onde esse tipo de analfabetismo não chega á casa dos 10% da população.

Ainda que a Suécia, tenha uma população aproximada de 9.200.000 hab. – e que caberia quatro vezes dentro do Estado de São Paulo – o que vale é vê a proporcionalidade dos números.
O Brasil precisa aperfeiçoar políticas que efetivamente objetivem a melhoria dos níveis da sua educação. E isso não é somente responsabilidade dos governos, mas de todas a sociedade organizada, passando pelas ONGs, empresas e, em particular pela imprensa, seja ela escrita, falada televisada.

Estudos apontam a baixa qualidade dos sistemas de ensino (público e privado, portanto), a desvalorização e a desmotivação dos professores em razão dos baixos salários, aliados à falta de estrutura e até mesmo à depredação da maioria das escolas brasileiras, como os fatores principais que explicam ou justificam tão altos índices de analfabetismo funcional no Brasil.

Tem ainda a chamada progressão continuada (também conhecida como aprovação automática) do e pelo aluno que facilita demasiadamente sua aprovação a ponto de oferecer-lhe duas oportunidades de recuperação, ainda que lhe falte conhecimento do objeto estudado e não tenha apreendido praticamente nada do que lhe foi ensinado.

Resumindo, constata-se que o aluno, salvo as exceções, não empreende grandes – e não raro nem pequenos – esforços tendo em vista o satisfatório aproveitamento escolar e consequentemente o seu desenvolvimento como cidadão, simplesmente por levar em conta tão somente o desejo de “passar” de ano e galgar outro degrau da escada que lhe dará ascenção na vida, mesmo que não consiga interpretar um simples texto, o que o torna mais um analfabeto funcional, com todas as credenciais para ser também um anlafabeto político e presa fácil da programação tedenciosa e manipuladora da mídia dominante.

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