quarta-feira, 12 de agosto de 2009

RECIPROCIDADE

Paulo Duque é um senhor de oitenta e poucos anos.
Ele mora no Estado do RJ.

Mas agora está passando uns dias em Brasília.
No Planalto, Paulo Duque quer juntar alguns trocados pra somar com sua mirrada aposentadoria.
É que ele abriu uma pizzariapor lá.

Paulo Duque é um grande pizzaiolo.
Hoje Paulo Duque ofereceu para degustação do Brasil pizza à catupiri com peito de tucano.
Ele já havia brindado a todos com uma pizza enorme que valia por onze. O manjá do Duque tinha carne de Boi Barrica encoberta com óleo de coco babaçu.

Sabores do Maranhão.
Tudo porque Paulo Duque é um excelente comerciante. E sabe agrader sua clientela. E fazer tudo ao gosto dela.

Um bom pizzaiolo tende a ser um ótimo cavalheiro.
Paulo Duque tem pelo menos 80 clientes cativos. Por isso, ainda que seu cardápio seja o mais eclético e variado possível, ele só faz um sabor por dia.

É tudo uma questão de acordo entre os clientes: como todos são resolutamente fidalgos e comungam da mais irretocável cortesia entre si, uns findam engolindo literalmente o que não gostariam de engolir... outros até cometem o pecado da gula e findam comendo além da conta.

Na pizzaria do senhor Paulo Duque só dá cavalheiros cujas práticas de cavalheirismo redundam em gestos recíprocos de gentilezas e trocas mútuas de ajuda.

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