Na foto, Lula transferindo seus votos para Dilma na frente do Serra
Mauricio Dias, na Carta Capital:
Candidato do feito vs. candidato do por fazer
Candidato do feito vs. candidato do por fazer
Os resultados das pesquisas qualitativas não mostram anseio de mudança dos eleitores
Desapareceu do noticiário a dúvida sobre a capacidade do presidente Lula de transferir votos para Dilma Rousseff. As pesquisas mais recentes, dos institutos Vox Populi e Sensus, que apontam a candidata do PT à frente do tucano José Serra, acabaram com a especulação.
Não há teoria consistente e generalizada que explique essa migração. Mas há premissas que a tornam mais possível. Eis algumas variáveis que ocorreram ao longo dos dois governos de Lula (2002/2010) que possibilitam o contágio eleitoral.
O crescimento do PIB de 500 bilhões para 1 trilhão e 500 bilhões de dólares; reservas cambiais de 35 bilhões para 240 bilhões de dólares; salário mínimo de 80 para 280 dólares; índice de Gini de 0,58 para 0,52, que traduz a melhora na distribuição de renda; o deslocamento de 30 milhões de pessoas das classes pobres para a classe média e outros 10,6 milhões deixando fisicamente as favelas, além do crescimento contínuo do emprego e da renda no País. E isso não é tudo.
“Essas são as condições sociais e econômicas que favorecem fortemente a eleição de Dilma em relação a Serra. Mas não há nada definido”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
Dilma passou a ser a favorita seria a tradução mais informal para a análise de Guedes.
“Com o decorrer do tempo, ela vai se tornando mais conhecida como candidata de Lula, do PT e da continuidade, aumentando progressivamente nas intenções de voto”, observa.
O alinhamento das variáveis positivas do “voto espontâneo” e do “voto estimulado”, além da simulação da intenção de voto no confronto direto em um eventual segundo turno , consolida o favoritismo de Dilma. Guedes destaca que “nada indica, até agora, que ela terá desempenho pior do que o de Serra”.
“Essa é a primeira eleição no Brasil pós-regime militar sem o dado personalista. Estão em confronto dois projetos já vivenciados pelo eleitorado, por meio dos governos do PSDB e do PT. Os partidos prevalecem sobre as características individuais de seus representantes”, explica Ricardo Guedes.
Essa situação, segundo ele, refletiria uma modernização da política e amadurecimento da democracia. Em tese. Derrotada, a oposição poderá partir para uma reação udenista, recorrendo à Justiça com argumentos de descumprimento das leis eleitorais. Tem chance de ganhar quem apostar nisso.
O desempenho de Dilma nas pesquisas não trouxe surpresa, embora ela tenha partido, em fevereiro de 2008, com enorme inferioridade em relação ao adversário: Serra tinha 60% e Dilma, apenas 8% no confronto direto de segundo turno. A petista atingiu agora 41,8% contra 40,5% do tucano.
A eleição tende à candidata da continuidade. As pesquisas qualitativas não apontam anseio de mudança no eleitorado. Assim, é possível que se estabeleça um confronto polarizado entre o candidato do feito e o candidato do vou fazer.
Desapareceu do noticiário a dúvida sobre a capacidade do presidente Lula de transferir votos para Dilma Rousseff. As pesquisas mais recentes, dos institutos Vox Populi e Sensus, que apontam a candidata do PT à frente do tucano José Serra, acabaram com a especulação.
Não há teoria consistente e generalizada que explique essa migração. Mas há premissas que a tornam mais possível. Eis algumas variáveis que ocorreram ao longo dos dois governos de Lula (2002/2010) que possibilitam o contágio eleitoral.
O crescimento do PIB de 500 bilhões para 1 trilhão e 500 bilhões de dólares; reservas cambiais de 35 bilhões para 240 bilhões de dólares; salário mínimo de 80 para 280 dólares; índice de Gini de 0,58 para 0,52, que traduz a melhora na distribuição de renda; o deslocamento de 30 milhões de pessoas das classes pobres para a classe média e outros 10,6 milhões deixando fisicamente as favelas, além do crescimento contínuo do emprego e da renda no País. E isso não é tudo.
“Essas são as condições sociais e econômicas que favorecem fortemente a eleição de Dilma em relação a Serra. Mas não há nada definido”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
Dilma passou a ser a favorita seria a tradução mais informal para a análise de Guedes.
“Com o decorrer do tempo, ela vai se tornando mais conhecida como candidata de Lula, do PT e da continuidade, aumentando progressivamente nas intenções de voto”, observa.
O alinhamento das variáveis positivas do “voto espontâneo” e do “voto estimulado”, além da simulação da intenção de voto no confronto direto em um eventual segundo turno , consolida o favoritismo de Dilma. Guedes destaca que “nada indica, até agora, que ela terá desempenho pior do que o de Serra”.
“Essa é a primeira eleição no Brasil pós-regime militar sem o dado personalista. Estão em confronto dois projetos já vivenciados pelo eleitorado, por meio dos governos do PSDB e do PT. Os partidos prevalecem sobre as características individuais de seus representantes”, explica Ricardo Guedes.
Essa situação, segundo ele, refletiria uma modernização da política e amadurecimento da democracia. Em tese. Derrotada, a oposição poderá partir para uma reação udenista, recorrendo à Justiça com argumentos de descumprimento das leis eleitorais. Tem chance de ganhar quem apostar nisso.
O desempenho de Dilma nas pesquisas não trouxe surpresa, embora ela tenha partido, em fevereiro de 2008, com enorme inferioridade em relação ao adversário: Serra tinha 60% e Dilma, apenas 8% no confronto direto de segundo turno. A petista atingiu agora 41,8% contra 40,5% do tucano.
A eleição tende à candidata da continuidade. As pesquisas qualitativas não apontam anseio de mudança no eleitorado. Assim, é possível que se estabeleça um confronto polarizado entre o candidato do feito e o candidato do vou fazer.
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