sábado, 29 de maio de 2010

OS DOIS DESAFIOS DE SERRA

Quem me quer? quem me quer?
Leio no Portal Vermelho e meu estado de êxtase é inevitável.
Serra continua à cata de um vice.
Não há quem queira compor uma chapa de um inacabado.
O risco de acabar no limbo é astronômico.
Serra tem pela frente dois grandes desafios.
Chegar à convenção marcada para 12 de junho com um vice ou, na pior das hipóteses, registrá-lo até 5 de julho, data fatal fixada pela lei para o registro de candidaturas.
E – o quase impossível e improvável dos dois – evitar uma derrota antecipada, levando a disputa com Dilma Rousseff para o segundo turno.
Serra espera reunir 4.500 em Salvador onde será realizada a convenção dos demotucanos, dia 12.
Tudo leva a crer que pelo menos uma ausência será registrada. A do vice dele.
Essa caçada nervosa por um vice virou uma coisa meio insana para os tuca-midi-demos.
Não à-toa, Zé Inacabado está cada vez mais histérico e truculento.
Ele e a mídia conservadora que lhe é simpática e simpatizante.
O tempo fechou na horta da direita com o que parece ser o não definitivo dado por Aécio Neves, o "vice dos sonhos" do ex-governador de SP.
Pela enésima vez, na linguagem do Vermelho, Aécio deu sua negativa e, finalmente, acreditaram nele.

Eu, de minha parte, não acreditei.
Ainda vejo possibilidades num sim de Aécio.
O limbo também o espera.
Desiludidos até a medula com Aécio os tucanos partiram à cata de um coronel e o encontraram no Ceará. Tasso Jereissati. Mas deram com os burros n’água. Ele também lhes disse não.
Imagino quanto deve ser horrível uma situação dessas.
Aí, levados pelo desespero caranl, bateram na porta de outro brucutu que atende pelo sugestivo nome de Sérgio Guerra.
Mas este prefere a paz do Congresso Nacional.
Talvez a Câmara – e não mais o Senado – o salve também do limbo.
A mídia demotucanada e os próprios tucanos até chegaram a apelar com o termo "impatriótico" para definir a recusa do tucano mineiro.
Na verdade, a Folha de S. Paulo – sempre ela – foi quem fez o arranjo ao atribuir a “empresários” – sem nomes nem setores, logicamente – a opinião de que seria impatriótica a recusa de Aécio Neves.

Se aceitar, será por um ato humanitário e não patriótico. Uma ação partilhada de solidariedade.
Porque, como o fez o Cristo, se oferecerá em holocausto e “dará” a própria vida por uma causa.
Só que a de Aécio não vale apena, não faz sentido algum.
E ele não terá a recompensa merecida.
Veja, você que me acompanha, a que ponto chegou o desespero tucano.
Rejeitado pelos próprios pares, só lhe resta os demos, fieis aliados e o PPS do “ex-comunista e hoje serrista de carteirinha”.

Este, inclusive, já manifestou desinteresse em ser vice do seu grande líder.
Já no que diz respeito ao PFL, o partido de Agripino Maia tem na ponta da língua uma relação de nomes que vão desde Demóstenes Torres, passando pelo do próprio Agripino, do deputado José Carlos Aleluia ao da “Musa da Motosserra”, Kátia Abreu.
A situação não é nada boa.
Ela foi sintetizada pelo neo-eleitor e futuro candidato derrotado de São Paulo, por onde deve concorrer à uma vaga na Câmara dos Deputados, Roberto Freire: “o que poderia ser uma solução agora começa a ser um problema. Não sei que alternativa temos".
É de fazer rir.
Ou de dar dó.
Fico com a primeira alternativa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE O SEU COMENTÁRIO