quarta-feira, 5 de maio de 2010

A INEGÁVEL – E INVEJADA - INFLUÊNCIA DO BRASIL NO MUNDO HOJE

Há uma década o nome do Brasil só era ocasionalmente lembrado pela comunidade internacional quando nosso País se ajoelhava de pires na mão diante do FMI.
Somente Fernando Henrique Cardoso, que mesmo se confessando ateu mas é chegado a uma genuflexão, exerceu a mendicância três vezes.
Era esse o Brasil Real.
O Brasil que já fora dos descamisados e pés descalços se acostumara a tirar os sapatos em Washington, DC para não sujar o tapete deles.
Mas botava tapete vermelho para eles limpar os pés aqui.
O Brasil, grande devedor do FMI, pensava pequeno.
E se contentava com as “esmolas” e as imposições que nos eram impostas.
Hoje o Brasil é credor e exerce o papel de uma das maiores nações do mundo.
Temos identidade própria, ganhamos respeito internacional e falamos de igual para igual com os Estados Unidos.
O Brasil não mais pede emprestado, ele empresta.
O Brasil tem posição. Tem visão e opinião no campo político e diplomático.
O Brasil tem assento de destaque nas mesas de debate das grandes questões internacionais.
Um país que se pronuncia e sabe se posicionar.
Que usa diplomaticamente o nosso jeitinho para dar um jeito naquilo que ninguém foi capaz de resolver.
A platéia mundial assiste o “boom diplomático brasileiro”.
É o que diz a revista Monocle, editada na Grã-Bretanha, segundo a reportagem “Brasil é ‘jogador intrigante’ na diplomacia global” da BBC.
A edição é de abril.
O artigo que tem o sugestivo título “Um Ministério de Sol – Brasília” é do jornalista Andrew Tuck para quem “está claro que o Brasil se tornou um jogador intrigante no cenário diplomático mundial, flexionando seus joviais músculos e usando seus cotovelos para gentilmente cutucar as antigas potências, especialmente os Estados Unidos, para que saiam de seu caminho quando necessário”.
Basta lembrar as medidas adotadas pelo País contra o comércio americano na disputa envolvendo o algodão junto à OMC.
O Brasil vive conjunturalmente seu melhor momento no contexto global.
Com poder e liderança de lograr êxito até nas perigosas e melindrosas negociações que envolvem o Irã e o resto do mundo, diga-se, Estados Unidos.
O Irã, como o Brasil, EUA, Israel e qualquer outro país tem direito a fazer uso de seu material nuclear.
Os EUA acham o contrário.
O Brasil defende esse direito dos iranianos. É um gesto de absoluta independência, coragem e ousadia.
Segundo o G1, “as potências ocidentais e o Irã não chegaram a um acordo sobre a entrega do combustível nuclear que Teerã alega precisar para um reator experimental, em troca do urânio levemente enriquecido do Irã.
Pois hoje o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad anunciou que aprova um plano do Brasil que pretende superar as divergências sobre uma proposta da ONU para que Teerã possa obter combustível nuclear para um reator experimental, segundo a agência semioficial de notícias iraniana Fars.
Antes, o Irã insistiu que os materiais deveriam ser trocados simultaneamente e dentro de suas fronteiras. Isso era rejeitado pelas chamadas “potências ocidentais” que acusavam Teerã de dissimular o uso de material radioativo para fins bélicos.
O Irã afirma que necessita do combustível nuclear para o funcionamento de um reator de pesquisas em Teerã, que fabrica isótopos para o tratamento do câncer.
Ainda que o Brasil oficialmente não tenha feito tal proposta ao Irã, o Brasil não se oporia se essa troca viesse ser feita em outro país.
O que o Brasil não quer são as sanções da ONU tutelada pelos EUA e as demais “potências” do Ocidente sobre o Irã.
Sanções, sobre todo e qualquer aspecto nada mais geram que não desconforto, insegurança e instabilidades de toda ordem.
O Brasil prefere o diálogo e paz com desenvolvimento.
É de dar inveja. O mundo se rende ao Brasil até no aspecto cultural. “Diferente dos debates econômicos, envolver o público com a cultura brasileira não é tarefa difícil – da música ao futebol, o mundo está aberto ao poder suave do Brasil”, diz o artigo da Monocle, porque o mundo gosta dos brasileiros e do que eles representam.
Lula, nem precisa dizer, está em alta. É um dos líderes mais influentes do mundo.
Seu estilo informal, para a revista britânica, pode ser visto como um trunfo. ela cita, como exemplo, o fato de Lula ter substituído os tradicionais jantares de Estado por almoços no esquema self-service, um esquema que teria sido aceito sem problemas pelos chefes de Estado.
O artigo conclui dizendo que a atitude inovadora de Lula “é uma metáfora adequada para a nova diplomacia do governo: talvez problemática para os tradicionalistas”, tipo os letrados de Sorbonne que, além de tirar os sapatos, levaram os pires e, por conseguinte o País, ao FMI, quebrando-os – pires e Brasil - há dez anos atrás.

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