segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ESCANDALOSA E CRIMINOSA OMISSÃO DE OBAMA

Ativistas relatam chegada de Israel à "frota da liberdade"
Autoridades israelenses dizem que os militares da frota iniciaram a violência

A pergunta que não quer calar é: por que o presidente Barack Obama fica em silêncioa diante de tamanha covardia e de crime tão bárbaro?
Já não é possível discernir Obama de seu antecessor.
Obama é, antes de tudo, americano como os bushs - pai e filho - e Israel é seu fiel parceiro de invasões e assassinatos mundo à fora.
Você que me acompanha pode muito bem imaginar qual seria a reação americana e das "grandes potências" se, ao invés de atacar, Israel tivesse sido atacado.
Mas matar e ainda posar de vítima e salvadores da humanidade tem sido a prática e o lema horripilantes de israelenses e americanos.

São todos santinhos, esses israelenses, segundo Obama

Do R7: Canal de TV turca mostra o momento em que tropas israelenses atacaram o navio da "frota da liberdade" que se dirigia à faixa de Gaza.
Ativistas que presenciaram a invasão à frota de ajuda humanitária que se dirigia a Gaza contaram que os soldados israelenses saltaram do helicóptero no barco turco Mavi Marmara e começaram a disparar no momento em que pisaram no convés.

Os testemunhos, obtidos em ligações telefônicas realizadas antes que estas fossem cortadas, contradizem a versão das autoridades israelenses, que culpam os militantes que iam a bordo da frota pelo início da violência. Leia abaixo o relato de um militar israelense.
Uma rede de televisão israelense informou que 19 passageiros foram mortos e outros 36 feridos. O Exército israelense contabilizou, por sua vez, nove mortos entre os ativistas e entre sete e dez soldados feridos, dois deles em estado grave.

"Dispararam diretamente contra a multidão de civis adormecidos", acusou o movimento Gaza Livre, organizador da "frota da liberdade", em um comunicado divulgado em seu site, após a invasão do Mavi Marmara, o barco-almirante turco do comboio.

O Mavi Marmara transportava centenas de pessoas, entre elas estavam parlamentares europeus.
A operação, qualificada de ato de pirataria pelos palestinos, ocorreu em águas internacionais, muito antes das 20 milhas que delimitam as águas territoriais da faixa de Gaza.

Uma das organizadoras, Greta Berlin disse que eles não conseguiram entrar em contato com ninguém que estivesse a bordo desde as 3h30 da manhã (21h30 em Brasília).

- A última mensagem que recebemos foi: Tudo está bem. Os barcos de guerra israelenses se encontram atrás de nossa popa, vamos dormir.

Um importante militar israelense disse que o Exército israelense lançou ataque às 4h (22h em Brasília) de três helicópteros apoiados por barcos.
Uma testemunha, o jornalista da televisão Al Jazira Abas Nasser, disse que teve que telefonar escondido e que centenas de soldados israelenses atacaram a Frota da Liberdade e os passageiros do barco estavam se comportando violentamente.
Clique aqui pata ler a matéria na íntegra no R7.

FHC FOI TEMPO PERDIDO

Deu no Vermelho: Para Lula, governo de FHC foi 'década perdida' da economia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o período do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como parte das décadas perdidas na economia. Lula afirmou em discurso na abertura do Michelin Challenge Bibendum, no Riocentro, no Rio de janeiro, que o país agora tomou gosto pelo crescimento.
"Qualquer um de vocês pode checar que poucas vezes investimos tanto em infraestrutura no país como agora. Tivemos algo próximo disso em 1975, mas na época o governo tomou dinheiro emprestado a 6% e, logo depois, os juros subiram 21%. Sabemos o que se passou com isso. Passamos duas décadas perdidas, entre 1980 e 2000", afirmou Lula.

Em seu discurso, Lula criticou ainda os países ricos dizendo que o Brasil mostrou ao mundo, "humildemente", como se faz política econômica com seriedade. "O Brasil aprendeu que o que acontece no mundo hoje é de uma irresponsabilidade muito grande. O mercado não é Deus e o estado não é o diabo. Aprendemos que se os dois funcionarem bem juntos é um tanto melhor", disse. "No Brasil, não vacilamos", disse.

"Acabamos também com essa história de PIB potencial, que era uma bobagem de alguns economistas que diziam que o Brasil não podia crescer mais de 3% que a casa caía. Agora, vimos que é gostoso crescer 4%, 5%, 6%. Também não queremos crescer demais porque não queremos ser uma sanfona, que vai a 10%, volta a 2%, que vai a 10% e volta a 2%. Queremos crescer de forma sustentável", completou Lula.

Tragédia ambiental

No evento, Lula também comentou as ações de combate ao vazamento de petróleo no Golfo do México e afirmou que problema semelhante no Brasil seria motivo para um escândalo internacional. "Os grandes não sabem parar o vazamento. "Acho engraçado, se fosse a Petrobrás, na Baía de Guanabara, seria um escândalo o que o mundo desenvolvido faria contra nós", disse. A declaração de Lula sobre o desastre ambiental foi motivo de aplausos da plateia que participa da abertura do Michelin Challenge Bibendum.

O presidente ainda defendeu o biodiesel como importante matriz energética do país e disse que vai incentivar a produção de combustível a partir da palma do dendê. "Além de fornecer combustível, vai dar para recuperar uma área degradada de mais de 30 milhões de hectares no Pará", disse.

Renovação da frota

O evento do qual o presidente participou apresenta uma série de soluções para mobilidade rodoviária sustentável como veículos que usam energia limpa. O presidente defendeu a renovação da frota brasileira. Lula chegou ao pavilhão da abertura da feira em um ônibus movido a hidrogênio desenvolvido pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, apontado como oção de transporte sustentável para o Rio na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

Segundo Lula, há algum tempo o Brasil tomou consciência de que era preciso renovar sua frota de automóveis, que segundo ele, tinha a idade média avançada. Ele destacou que essa renovação ocorrida nos últimos anos aumentou o nível de emprego e ajudou na redução da emissão de gases do efeito estufa. "Hoje, praticamente 100% dos carros produzidos no país são flex fuel, sendo que 60% da preferência dos motoristas desses carros é pelo etanol na hora de encher o tanque. Isso reafirma o etanol como importante matriz energética brasileira", disse.
O presidente afirmou ainda que houve renovação da frota de caminhões e tratores. Ele lembrou que foram realizados avanços no programa de financiamento para prefeituras para que tenham possibilidade de renovar sua frota de ônibus. "Temos ônibus com mais de 20 anos de uso rodando, ou seja, não só poluindo, mas colocando a vida das pessoas em risco. Vamos aumentar a produção para atender não só o Brasil mas a América do Sul, a América Latina e o continente africano", disse.

Com agências

domingo, 30 de maio de 2010

DEDO SUJO: O JOGO JÁ COMEÇOU

Enquanto ele apontava os erros dos outros, três dedos apontavam os deles...
O DEM é o partido mais corrupto do Brasil.
De cada dez políticos brasileiros envolvidos em alguma maracutaia, oito são do DEM.
Mas o Demóstenes e o Agripino fingem não saber disso.
Expulsar o Zé Roberto Arruda não foi nada.
Não resolveu nada.
Duro vai ser o Presidente do PFL expulsar o Presidente do PFL.
Rodrigo Maia não resiste meio tempo de jogo.
O jogo está só começando.
Pelo visto, não vai sobrar ninguém pra contar a história no DEM.
Saiu no Vermelho: Rodrigo Maia se cala sobre denúncia; direita busca socorrê-lo

O presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ) foi acusado de envolvimento no ‘Mensalão do DEM’, escândalo que levou à cassação do ex-governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (ex-DEM). A acusação foi feita por Durval Barbosa, delator do esquema, que em declaração ao jornal ‘O Estado de S Paulo’ disse que o filho do ex-prefeito Cesar Maia seria um dos beneficiários do esquema. “O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda”, disse.

No sábado, após a publicação das denúncias, partidos de oposição saíram em defesa do deputado. Através de nota, os líderes do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), e na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC),repudiaram a denúncia e disseram que têm “a mais absoluta e inabalável confiança na correição” do presidente do partido. A nota foi endossada pelo presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen (SC), e pelo ex-vice-presidente da República, Marco Maciel (PE).

O PSDB também defendeu Maia, mas de forma tímida. “Minha opinião é que não podemos antecipar nenhum julgamento. Temos que aguardar e continuar acreditando no presidente do DEM”, disse o senador Álvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB no Senado. Vice-presidente do PSDB, a senadora Marisa Serrano (MS), disse que os tucanos confiam em Maia. “Eu acredito que só devemos confiar no que diz a Justiça, não no que diz uma pessoa como Durval Barbosa”, disse ela.

Rodrigo Maia não quis comentar as acusações. De acordo com as informações de ‘O Estado de S Paulo’, o envolvimento do deputado no esquema seria uma das novas vertentes que estariam sendo investigadas pelo Ministério Público (MP). Durval Barbosa está colaborando por meio de um acordo de delação premiada.

“O Ministério Público vai pegar”, afirmou ele ao jornal, sobre a suposta participação de Maia no desvio de recursos do Distrito Federal. Barbosa também acusou o PMDB de receber pagamentos mensais do esquema. O dinheiro, segundo ele, era entregue ao presidente do diretório do partido no DF, o deputado federal Tadeu Filippelli. “Filippelli recebia R$ 1 milhão por mês para o PMDB”, afirmou Barbosa. “Inclusive tem um áudio sobre isso”, completou Barbosa.

Fonte: O Dia

LULA: EU NÃO PARTICIPO DESTE COMPORTAMENTO SERVIL

Conversa Afiada: Revista conservadora alemã trata Lula como super-star

Lula não se levanta quando entra o presidente americano: “não levantaram para mim”
A revista conservadora alemã analisa o acordo do Brasil e da Turquia com o Irã.
E faz elogios rasgados ao Lula.
(O Conversa Afiada oferece esse post como singela homenagem aos notáveis colonistas (*) Monica Bergamo e Ricardo Noblat.)
Mal comparando, FHC prostrado aos pés você sabe de quem


E o ALMANAQUE da crônica publica este post como dedicatória aos conservadores direitistas nacionais - de FHC ao PIG, até o menor dos eleitores e leitores adestrados demotucanos - que sofrem do complexo de vira-latas. São os que defendem as interferências, as invasões e os ataques bélicos dos EUA contra as nações no mundo que não rezam em sua cartilha de subserviência.
São os que fazem permanente ginunflexão às "ordens" do Norte (das Américas) e seus aliados europeus. Gente que, numa sala de reunião, se levanta com a chegada de George W. Bush - o bárbaro - e ainda ousa criticar quem permanece sentado, como Lula.

Der Spiegel: "Lula Superstar"

Com iniciativas sempre novas, o Presidente brasileiro conquista para seu país um peso cada vez maior no mundo. Seu golpe mais recente: convenceu os governantes do Irã de um acordo nuclear controverso – uma chance para evitar sanções e guerra?


Quais foram os palavrões com que ele, na altura, foi chamado: ele seria um comunista, um proletário grosseiro, um bêbado. Mas isso já faz parte do passado. Paralelamente à ascensão da nova potência econômica, o Brasil, sua reputação aumentou de forma surpreendentemente rápida; para muitos, o Presidente brasileiro vale como o herói do Hemisfério Sul, como o contrapeso mais importante de Washington, Bruxelas e Pequim. A revista norte-americana “Time” foi um pouco mais longe, ao denominar-lhe, há duas semanas, o “líder político mais influente do mundo”, na frente de Barack Obama. Na sua pátria, ele já é considerado o futuro titular do Prêmio Nobel da Paz.
Agora, esse Luiz Inácio da Silva, 64, cujo apelido é “Lula”, filho de analfabetos que cresceu em uma favela, lançou novamente um golpe de mestre político: durante uma maratona de negociações, fechou com o governo iraniano uma acordo nuclear. Na segunda-feira passada, ele apareceu em Teerã triunfante, lado o lado com o Primeiro-Ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e o Presidente Mahmud Ahmadinejad.
Todos os três estavam convictos de que a questão das sanções da ONU contra o Irã, motivadas pelo possível programa iraniano de armas nucleares, teria passado, com isso, a ser história. O mundo ocidental, que tanto insistiu na radicalização das medidas internacionais de punição, parecia surpreso e sem ação.
O contra-ataque de Washington ocorreu já no dia seguinte, começando um novo capítulo do conflito iminente sobre o programa nuclear; Pequim, em particular, por muito tempo se opôs a uma atuação mais rígida. A Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, proclamou: “Em cooperação com a Rússia e a China, chegamos a um consenso sobre um projeto forte”. A planejada resolução sobre sanções será encaminhada para todos os membros do Conselho de Segurança da ONU – também para o Brasil e a Turquia. Atualmente, por um mandato de dois anos, esses dois países têm um assento não-permanente como membros eleitos nesse Conselho de 15 países, dos quais nove membros devem aprovar a resolução antes de poder entrar em vigor.
De maneira explícita, Clinton agradeceu a Lula por seus “esforços honestos”. No entanto, podia-se notar que ela considerava a iniciativa como algo que somente atrapalhava: “Sanções rígidas serão a mensagem inequívoca transmitida para o Irã sobre o que esperamos deles”. Porém, será que a abordagem menos confrontadora de Lula do conflito acerca do programa nuclear não é mais promissora? Será que Lula Superstar, com a retaguarda coberta por um país da OTAN, a Turquia, se deixaria refrear tão facilmente?

Quem conhece sua história, não apostaria nisso: esse homem sempre superou todos os obstáculos, contradizendo todas as probabilidades. Cedo, o pai abandonou a família, a mãe mudou com os oitofilhos do Nordeste brasileiro para o Sul industrializado para ter, pelo menos, uma chance de sobreviver. Só aos dez anos, o pequenino aprendeu a escrever e ler. Como engraxate e vendedor de frutas, ajudou a sustentar a família. Trabalhava em uma fábrica de tintas. Lutava para obter uma vaga de aprendiz como metalúrgico. Tinha 25 anos quando faleceram sua mulher e o filho comum que ainda não havia nascido, porque a família não tinha os meios suficientes para pagar o tratamento médico.
Ainda jovem, Lula virou militante político. Nos tempos da ditadura militar, organizou como sindicalista greves ilegais e, nos anos oitenta, várias vezes foi preso. Insatisfeito com a esquerda tradicional, ele fundou um partido próprio, o Partido dos Trabalhadores, que ele transformou, passo a passo, de um partido comunista em um partido social-democrata. Nas eleições presidenciais, sofreu três vezes uma derrota. No entanto, em 2002, conseguiu a vitória, com uma larga vantagem. Foram os pobres e miseráveis nesse país de contrastes econômicos extremos que depositaram sua esperança no líder proletário carismático. Os milionários já haviam abastecido seus jatos, temendo sua expropriação.

Porém, quem esperava ou acreditava em uma revolução ficou surpreendido. Lula, após tomar posse, levou os membros do governo para uma favela, e atenuou, por intermédio de seu programa abrangente “Fome Zero”, a miséria dos desprivilegiados. E não assustou os mercados. Preços elevados de matérias-primas e uma política econômica moderada, baseada em investimentos do exterior, bem como em recursos nacionais de formação e aprendizagem, permitiram a Lula renovar, em 2006, seu mandato.

Em dezembro, terminará o mandato de Lula, que não pode ser reeleito novamente. Do ponto de vista da política interna, ele fez muito bem seu dever de casa, construindo também a figura de sua possível sucessora no cargo. No entanto, o Presidente autoconfiante deixa seu legado mais nitidamente no ambiente da política externa: ele considera imprescindível conseguir para o Brasil, com seus 196 milhões de habitantes, um papel de grande potência mundial, conduzindo o país para um assento no Conselho de Segurança da ONU.
Lula reconheceu que, na busca deste objetivo, deve manter boas relações com Washington, Londres e Moscou. Porém, reconheceu também que contatos estreitos com países como a China, a Índia, países do Oriente Médio e da África talvez sejam ainda mais importantes. Ele se vê como homem do “sul”, como líder dos pobres e excluídos. E ele, naturalmente, também observa o deslocamento do equilíbrio: no ano passado, a República Popular da China, pela primeira vez, superou os EUA como parceiro comercial mais importante do Brasil.

Lula é o único governante de um país que se apresentou não apenas no exclusivo Fórum Econômico Mundial em Davos, mas também no Fórum Social Mundial, com posição crítica à globalização, em Porto Alegre. Sem parar, ele viaja pelo mundo, visitou 25 países somente na África, muitos na Ásia, na América Latina quase todos, sempre com uma comitiva empresarial ao lado. Está sempre proclamando sua crença em um mundo multipolar. E, sendo um orador muito carismático e um líder proletário “autêntico”, no mundo inteiro é saudado pelas massas como se fosse um pop-star. “I love this guy”, entusiasmou-se também, em 2009, o Presidente Barack Obama, por ocasião do encontro do G20 em Londres.

Hoje, Obama não está mais tão seguro, de jeito nenhum, que Lula é o “cara”. Cada vez mais autoconfiante, o brasileiro se distancia da Washington, e procura às vezes até a confrontação. Por exemplo, no caso de Honduras.
Historicamente, os EUA consideram a América Central o seu “quintal”. Por isso, ficaram muito surpresos quando Lula, no ano passado, ofereceu abrigo ao Presidente derrubado, Zelaya, na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa e exigiu o direito de participar da solução do conflito. Brasília negou-se a reconhecer o novo Chefe de Estado e desta maneira se posicionou claramente contra Obama.
Em seguida, tudo aconteceu muito rápido. Lul viajou a Cuba, encontrou-se com Raúl e Fidel Castro e exigiu o fim imediato do embargo econômico americano. Lula comparou adversários do regime, que sofrem nas prisões de Havana, com criminosos comuns, o que deixou os anfitriões muito contentes. Lula também fez questão de aparecer em público com Hugo Chávez, que vive maldizendo Washington e censura cada vez mais a imprensa do país; na edição 20/2008 do Spiegel, Lula chamou o autocrata de “Melhor Presidente venezuelano dos últimos 100 anos”.
Quando há alguns meses recebeu Ahmadinejad em Brasília, elogiou a sua vitória eleitoral supostamente regular e comparou a oposição persa com torcedores de futebol frustrados. O Brasil também não permitiria intervenções alheias no seu programa nuclear “naturalmente pacífico”, disse. Apesar da solidariedade demonstrada, muitos estavam céticos quando Lula partiu para Teerã para negociar um acordo nuclear com o Irã – os iranianos, nos últimos meses, demonstravam pouca disposição para um acordo.
Durante uma coletiva em Moscou, Medvedev avaliou as chances de um acordo mediado pelo Brasil de no máximo 30%, enquanto Lula disse “eu vejo uma chance de 99%”. Apareceu, nessa ocasião, novamente o ego explícito do homem que veio de baixo. “Ele se considera um curador que pode operar milagres em causas na quais outros fracassaram”, diz Michael Shifter, especialista dos EUA em assuntos latino-americanos.

Se depois de 17 horas de negociações em Teerã, realmente foi conquistado um êxito ou se o acordo é apenas “uma futilidade” (Frankfurter Allgemeine Zeitung) com a qual os iranianos espertalhões pretendem enganar o mundo mais uma vez, não ficou claro, somente há indícios. Em Viena, a AIEA comunicou cautelosamente que qualquer passo em direção a um acordo nuclear seria um progresso. Por determinação da ONU, os inspetores da AIEA são competentes para controlar instalações nucleares no mundo todo. Nos últimos tempos, encontraram cada vez mais indícios de um programa ilegal de armas nucleares do Irã e exigiram urgentemente que Teerã seja mais aberta à cooperação.
Agora a conclusão dos especialistas de Viena, que nunca abandonaram as consultas com Teerã e que nunca insinuaram algo que não pudessem comprovar, será de grande peso. Que os iranianos pretendem comunicar o conteúdo do acordo à AIEA só “dentro de uma semana” é outro motivo para desconfiança.
Governos ocidentais se manifestaram de maneira muito crítica no sentido de que a resolução da ONU, publicada por Clinton imediatamente após o acordo de Teerã, serviria também para acalmar os israelenses. Alguns membros do governo de linha dura de Benjamin Netanyahu reclamam abertamente do “compromisso podre”, e o Ministro do Comércio Benjamin Ben Elieser opina que Teerã pretende “novamente fazer o mundo todo de palhaço”.
Uma avaliação bem interessante do documento Lula-Ahmadinejad-Erdogan foi feita pelo instituto americano ISIS, que sempre defendeu uma solução negociada e considera uma “opção militar” na questão nuclear iraniana impossível. Os especialistas nucleares independentes fazem uma relação detalhada de suas dúvidas e analisam os pontos fracos dos termos do acordo já conhecidos. Os iranianos assumem apenas o compromisso de transportar 1200 kg do seu urânio pouco enriquecido para a Turquia para receberem em troca combustível nuclear para o seu reator de pesquisas de Teerã.
As dimensões são iguais às de um negócio proposto pela AIEA em outubro do ano passado, o que na época significaria expedir mais de 75% do urânio já produzido para o exterior e impossibilitar a construção de uma bomba atômica – uma medida para criar confiança, uma pausa para negociações. O acordo atual não considera que o Irã, por causa das novas centrífugas em Natanz, deve dispor atualmente de 2300 kg de urânio; quer dizer que o país pode permanecer com quase a metade da matéria prima para a bomba atômica e dispõe de suficiente material para uma “investida” em direção à arma nuclear.
O acordo oferece, outrossim, uma via de escape decisiva. Aos governantes do Irã é concedido o direito de recuperar o urânio da Turquia se eles acharem que qualquer cláusula do contrato “não foi cumprida”. E o que é mais importante: o acordo não inclui o compromisso de terminar o enriquecimento de urânio – “nem sonhamos com isto”, disse um representante oficial. Mas é justamente isso que a ONU exige, já após três turnos de sanções, de maneira inequívoca. Lula não deve ligar muito para isto.

Ele demonstrou que virou um fator indispensável no palco internacional. Na terça-feira, o Presidente do Brasil foi festejado por seus amigos durante a Cúpula América Latina – UE em Madri por causa do seu engajamento pela paz. A sua apresentação demonstrou algo como “vejam, o molusco tem muitos braços”. E ele demonstrou que sabe nadar no aquário dos tubarões grandes. Nos bastidores, Lula Superstar costuma contar como curou os diplomatas brasileiros da síndrome de vira-lata; assim ele denomina o profundo complexo de inferioridade que muitos dos seus compatriotas até pouco tempo atrás sentiam frente a americanos e europeus.
Foi em 2003, na grande estréia internacional de Lula na cúpula do G-8 em Evian na França. Todos estavam sentados no Hotel do congresso e esperaram por George W. Bush. Quando este finalmente entrou no salão, todos levantaram, só Lula ficou sentado e mandou o seu Chanceler fazer o mesmo. “Eu não participo deste comportamento servil” disse o Presidente do Brasil. “Quando eu entrei, também ninguém levantou.”

sábado, 29 de maio de 2010

OS DOIS DESAFIOS DE SERRA

Quem me quer? quem me quer?
Leio no Portal Vermelho e meu estado de êxtase é inevitável.
Serra continua à cata de um vice.
Não há quem queira compor uma chapa de um inacabado.
O risco de acabar no limbo é astronômico.
Serra tem pela frente dois grandes desafios.
Chegar à convenção marcada para 12 de junho com um vice ou, na pior das hipóteses, registrá-lo até 5 de julho, data fatal fixada pela lei para o registro de candidaturas.
E – o quase impossível e improvável dos dois – evitar uma derrota antecipada, levando a disputa com Dilma Rousseff para o segundo turno.
Serra espera reunir 4.500 em Salvador onde será realizada a convenção dos demotucanos, dia 12.
Tudo leva a crer que pelo menos uma ausência será registrada. A do vice dele.
Essa caçada nervosa por um vice virou uma coisa meio insana para os tuca-midi-demos.
Não à-toa, Zé Inacabado está cada vez mais histérico e truculento.
Ele e a mídia conservadora que lhe é simpática e simpatizante.
O tempo fechou na horta da direita com o que parece ser o não definitivo dado por Aécio Neves, o "vice dos sonhos" do ex-governador de SP.
Pela enésima vez, na linguagem do Vermelho, Aécio deu sua negativa e, finalmente, acreditaram nele.

Eu, de minha parte, não acreditei.
Ainda vejo possibilidades num sim de Aécio.
O limbo também o espera.
Desiludidos até a medula com Aécio os tucanos partiram à cata de um coronel e o encontraram no Ceará. Tasso Jereissati. Mas deram com os burros n’água. Ele também lhes disse não.
Imagino quanto deve ser horrível uma situação dessas.
Aí, levados pelo desespero caranl, bateram na porta de outro brucutu que atende pelo sugestivo nome de Sérgio Guerra.
Mas este prefere a paz do Congresso Nacional.
Talvez a Câmara – e não mais o Senado – o salve também do limbo.
A mídia demotucanada e os próprios tucanos até chegaram a apelar com o termo "impatriótico" para definir a recusa do tucano mineiro.
Na verdade, a Folha de S. Paulo – sempre ela – foi quem fez o arranjo ao atribuir a “empresários” – sem nomes nem setores, logicamente – a opinião de que seria impatriótica a recusa de Aécio Neves.

Se aceitar, será por um ato humanitário e não patriótico. Uma ação partilhada de solidariedade.
Porque, como o fez o Cristo, se oferecerá em holocausto e “dará” a própria vida por uma causa.
Só que a de Aécio não vale apena, não faz sentido algum.
E ele não terá a recompensa merecida.
Veja, você que me acompanha, a que ponto chegou o desespero tucano.
Rejeitado pelos próprios pares, só lhe resta os demos, fieis aliados e o PPS do “ex-comunista e hoje serrista de carteirinha”.

Este, inclusive, já manifestou desinteresse em ser vice do seu grande líder.
Já no que diz respeito ao PFL, o partido de Agripino Maia tem na ponta da língua uma relação de nomes que vão desde Demóstenes Torres, passando pelo do próprio Agripino, do deputado José Carlos Aleluia ao da “Musa da Motosserra”, Kátia Abreu.
A situação não é nada boa.
Ela foi sintetizada pelo neo-eleitor e futuro candidato derrotado de São Paulo, por onde deve concorrer à uma vaga na Câmara dos Deputados, Roberto Freire: “o que poderia ser uma solução agora começa a ser um problema. Não sei que alternativa temos".
É de fazer rir.
Ou de dar dó.
Fico com a primeira alternativa.

A CULTURA DA VIOLÊNCIA E A JUVENTUDE

Na imagem, a vida efêmera da juventude
Esta crônica tem como objetivo falar da juventude.
E da violência da qual a juventude é acometida.
Ou dos tipos de violência que a juventude tem cometido.
O dado mesmo é que a violência e suas conseqüências tem nos revelado uma juventude efêmera.
A juventude não é um curso d’água, mas muitos jovens tiveram passagem tão transitória, curta e fugaz por nós e entre nós como se fossem uma flor pendente.
Uma vida não pode ser passageira a ponto de durar tão pouco tempo.
Como se pessoas fossem borboletas.
Choca-nos a todos a perda de uma vida em pleno começo, sobretudo quando a causa desta perda está na violência.
Esta nossa indesejável companheira.
A cultura da violência acabou por socializar-se em nosso meio.
E se tornou algo banal, um lugar-comum para analistas de programas noticiosos.
Para todos e cada um de nós.
A violência faz parte, há tempos, da vida e do nosso dia a dia.
E a juventude se encontra no meio desses acontecimentos – quase sempre trágicos – e cada vida ceifada se transforma em mais um número das estatísticas oficiais.
O jovem é a maior vítima da violência sob várias formas e aspectos.
A globalização das tecnologias e da informação cada vez mais alienam e, ao mesmo tempo, menos contribuem para formar cidadãos conscientes.
Em plena era da comunicação digital, os valores de referência éticos, morais e religiosos são atropelados e esquecidos.
Temos uma juventude massificada e individualizada sem ideologia alguma, despolitizada, desprotegida, desorientada e agressiva.
A juventude que temos hoje será a estrutura da sociedade amanhã.
E que mundo teremos se os rumos e os caminhos da juventude não mudarem de direção?
A sociedade tende a sucumbir juntamente com a sua juventude.
Os números são quem o dizem.
Para se ter ideia, jovens com idade entre 15 e 24 anos, negros e pobres são as maiores vítimas de violência no Brasil, segundo levantamento do
Instituto Sangari.
Em mais de 92% dos casos de homicídio no Brasil as vítimas são homens.
Em 2007, morreram 3.772 mulheres e 43.886 homens.
Para cada mulher vítima de homicídio no país, morreram 12 homens.
Só no ano de 2007 mais de 17,4 mil jovens foram assassinados no Brasil, o que representou 36,6% do total ocorrido no país.
Ao longo das duas últimas décadas do século XX, a quantidade de mortes por causas externas, (acidente de trânsito, suicídio, homicídio, entre outras) cresceu rapidamente nesta faixa etária. Na última década do séc. XX 112 mil jovens morreram assassinados.
De cada 10 detentos ou presidiários no Brasil, sete são jovens. Jovens pobres. E negros.
As maiores vítimas de violência no país também são os negros. Morrem proporcionalmente duas vezes mais negros do que brancos no Brasil. Enquanto o número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 14.308 entre os anos de 2002 e 2007, o de negros cresceu de 26.915 para 30.193.
O jovem, na euforia de sentir-se demasiado liberto só não perdeu o significado do respeito porque jamais o encontrou.
As exceções são mínimas, uma efemeridade.
Na sua esmagadora totalidade, o jovem de hoje desconhece os valores morais e se rebela contra quem ousa censurá-lo por seus exageros e irresponsabilidades.
Na família e, de modo espantosamente ridículo e vergonhoso, na escola.
Para ser “feliz” e facilitar sua integração grupal e, sobretudo, para não ser rotulada de antiquada, a maioria dos jovens na faixa dos 16 anos, adentra no mundo da bebida.
E passa a ser um dependente psicofisiológico do álcool.
O álcool é a estrada que se abre para um acidente de trânsito que leva à morte e a porta que fecha uma vida.
De cada 10
acidentes de trânsito (envolvendo carros ou motocicleta) sete ocorrem em conseqüência do uso de bebida alcoólica por um dos envolvidos.
Para cada 15 mortes registradas no trânsito causadas pelo consumo de álcool, 10 são jovens de até 24 anos.
A juventude necessita o quanto antes marcar um encontro com a sua própria identidade.
Amar-se para se fazer amada.
E respeitar-se para se fazer respeitar.
Assim, terá vida longa e transitada e não uma passagem curta e transitória.
Porque jovem é gente.
E gente nasceu para viver, não para morrer.
Como moscas, cujo ciclo de vida dura em média 30 dias somente.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

MAIS UM DOS "VICES" DE SERRA NO MENSALÃO DOS DEMOS

Calminha! O jogo pode está apenas começando



Para quem gosta de jogo de siglas, mais um dos "ético-demos" pode estar com um pé no MP do DF e, por tabela, na PF.
Seguindo a trilha de seu até então maior quadro e estrela exponencial a ponto de ser requisitado publicamente por José Serra para compor sua chapa como vice, na célebre frase "compre um careca e leve dois", vem aí - segundo Durval Barbosa - a bomba que poderá, mais que explodir, implodir a candiatura do aliado e careca nº 1.

A bola da vez seria ninguém menos que o presidente dos demos, o filho do César Maia, o Rodrigo.
Do Estadão: Comando do DEM sai em defesa de Rodrigo Maia
O comando do DEM divulgou nota hoje em defesa do presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), acusado por Durval Barbosa de envolvimento no esquema de corrupção no Distrito Federal. A sigla diz que reafirma "em nome de todo o partido, a mais absoluta e inabalável confiança na correição de nosso presidente, o deputado Rodrigo Maia (RJ), e nossa irrestrita solidariedade a ele".

Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de hoje, Durval Barbosa, delator do esquema do "mensalão do DEM" no DF, afirmou que Rodrigo Maia era um dos beneficiários do esquema montado pelo governador cassado José Roberto Arruda. "O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda", disse Barbosa.

Na nota, a direção do DEM afirma ainda "repudiar, com veemência, a atitude leviana e irresponsável com a qual o indivíduo Durval Barbosa se apresenta e trata de um assunto da natureza do que ele está envolvido". O manifesto foi assinado pelos líderes do partido na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), no Senado, José Agripino (RN), pelo senador Marco Maciel (PE) e pelo presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen.

Autor dos vídeos que levaram à queda de Arruda, de quem foi secretário de Relações Institucionais, Barbosa afirmou que a participação do presidente nacional do DEM é uma das vertentes da nova fase das investigações, com as quais colabora por meio de um acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). "O Ministério Público vai pegar", afirmou, referindo-se à suposta participação de Rodrigo Maia no desvio de dinheiro do governo do Distrito Federal. O ex-secretário também acusou o PMDB de receber pagamentos mensais do esquema de Arruda.

'Notoriedade'

A direção do DEM diz ainda "repudiar e manifestar estranheza com a forma com que o referido sujeito busca notoriedade - e encontra -, se valendo da condição de criminoso protegido pelo regime de delação premiada para tentar enlamear pessoas que têm o respeito de todos justamente por sua reputação ilibada". E ressalta "a crença na Justiça, esperando que sejam tomadas medidas para que réus confessos não confundam o regime de delação premiada com licença para a prática de leviandades como a registrada pelo jornal".

Barbosa conversou com o jornal O Estado de S. Paulo na última quarta-feira à noite, quando participava de uma festa para mais de 500 pessoas numa das casas de eventos mais badaladas de Brasília, sem constrangimento. "O constrangimento é de quem roubou", disse. A metralhadora do delator do mensalão candango segue ativa. Além de disparar contra o presidente nacional do DEM, Barbosa afirmou que dirigentes do PMDB se beneficiavam do esquema de corrupção montado no governo Arruda.

O dinheiro, segundo ele, era entregue ao presidente do diretório do partido no DF, o deputado federal Tadeu Filippelli. "Filippelli recebia R$ 1 milhão por mês para o PMDB", afirmou Barbosa. "Inclusive tem um áudio sobre isso", emendou. O ex-secretário se recusou a dar detalhes sobre os supostos pagamentos ao DEM e ao PMDB sob o argumento de que o acordo de delação premiada o impede de falar a respeito de assuntos sob investigação. Ele indicou, porém, que está contando o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Indagado sobre o que tem acrescentado às investigações da Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela PF em novembro passado, Barbosa fez mistério. "Vem muito mais por aí", declarou. Depois, fez mais uma de suas profecias: "Mais uns 60 vão ser presos."

A DIREITA E O ANACRÔNICO PRECONCEITO DE SEU CANDIDATO

Na foto, o principal líder da cracolândia do Serra
Em editorial sob o título "A direita, enfim, achou seu candidato", a Agência Carta Maior qualifica de "levianas e irresponsáveis" as declarações do candidato da direita, José Serra que acusou o governo boliviano de ser "cúmplice de traficantes".

Antes, Serra já se voltara contra o Mercusul. Agora seu no alvo é a Bolívia.
Serra ignora que o mundo mudou. E que muitas mudanças encontram-se em pleno curso.

Para a Carta Maior, a infelicidade de Serra é a felicidade do Brasil e do mundo: a era Bush já ficou para trás.

Serra abraçou por inteiro a agenda da direita no Brasil e, por conseguinte, nas Américas. Ele representa a velha ordem e defende a sua resturação.
Serra é o notável falastrão. Um fanfarrão cujas palavras que profere colidem, trombam assustadoramente umas contras as outras.

Locomotivas descarriladas.
Uma diz uma coisa. Outra ou desmente ou altera o que aquela disse.

“A questão”, ponderou Alice, “é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem tantas coisas diferentes”.
“A questão”, replicou Humpty Dumpty, “é saber quem é que manda. É só isso”.
Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas (cap.6).

As acusações de Serra de não seria possível a exportação de cocaína a partir da Bolívia sem a conivência e/ou participação das autoridades daquele país, poderiam ser defendidas também com com uma pergunta ao ex-governador paulista: Serra é cúmplice do PCC (Primeiro Comando da Capital), da violência e do tráfico de drogas em São Paulo?

“Você acha que toda violência e tráfico de drogas em São Paulo seria possível se o governo de lá não fosse cúmplice?” – pergunta Carta Capital.

É oportuno ainda lembrar as declarações do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, preso em 2007 no Brasil à Justiça Federal em São Paulo: “Para acabar com o tráfico de drogas em São Paulo, basta fechar o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos)”.

A possibilidade de haver corrupção policial em seu governo parece não interessar nem habitar o horizonte de Serra. O pré-candidato foi governador de São Paulo, mas afirma não ter nada a ver com isso. A culpa é da Bolívia.

Há método na aparente loucura do pré-candidato do PSDB. O fato de ter repetido as acusações levianas contra o governo de um país vizinho – e amigo, sim – do Brasil mostra que Serra acredita que pode ganhar votos com elas.

Trata-se de um comportamento que revela traços interessantes da personalidade do pré-candidato e da estratégia de sua candidatura.

Em primeiro lugar, mostra uma curiosa seletividade geográfica: em sua diatribe contra governos latino-americanos, Serra esqueceu de acusar a Colômbia como “cúmplice do narcotráfico”. Esquecimento, na verdade, que expõe mais ainda o caráter leviano da estratégia.

Trata-se, simplesmente, de atacar governos considerados “amigos” do governo brasileiro.

Em segundo lugar, mostra uma postura irresponsável do pré-candidato, tomando a palavra aí em seu sentido literal, a saber, aquele que não responde por seus atos.

Antes de apontar o dedo acusador para o governo de um país vizinho, Serra poderia visitar algumas ruas localizadas no centro velho de São Paulo que foram tomadas por traficantes e dependentes de drogas. Serra já ouviu falar da Cracolândia? Junto com a administração Kassab, um governo amigo como gosta de dizer, fez alguma coisa para resolver o problema? Imagine, Sr. Serra, 200 pessoas sob o efeito do crack gritando sob a sua janela, numa madrugada interminável ... Surreal?

Na Cracolância é normal.
E isso ocorre na sua cidade, não na Bolívia.
Ocorre na capital do Estado onde o senhor foi eleito para governar e trabalhar para resolver, entre outros, esse tipo de problema. Mas é mais fácil, claro, acusar outro país pelo problema, ainda mais se esse outro país for governado por um índio.

E aí aparece o terceiro e mais perverso traço da estratégia de Serra: um racismo mal dissimulado.

Clique aqui para ir ao site da Carta Maior e ler o Editorial na íntegra.






PROGRAMA PARTIDÁRIO DO DEMO NÃO FOI NADA ALÉM DE PROPAGANDA PARA SERRA

José Serra, dizendo o que sempre disse: nada.



O que os demos tem – ou teriam – a dizer em um programa político partidário no rádio e na tevê?
Que o ex-quase vice de Serra – aquele que violou o Painel do Senado e da Caixa de Pandora - só não discursou na noite desta quinta feira ao lado de quem inaugura até maquete, quanto mais obras inacabadas como o Robanel, porque foi descoberto “recebendo uns caraminguás” para comprar pão e distribuir aos pobres de Brasília?
A integral e acintosa ocupação do programa dos demos por José Serra só não o apequena ainda mais pelo simples motivo de que os demos são uma espécie de nanocorrupção na política cujo “átomo” degenerativo da ética é o “tijolo” microscópico e semicondutor da hipocrisia identificada no DNA do Agripino Maia.
Os demos são pequenos por natureza.
Baixos.
Rasos.
O programa dos demos foi um desperdício.
Uma ociosidade de tempo.
Dos demos só três representantes disseram nada.
De resto, só a reprise do discurso de Serra em Brasília, quando lançou sua pré-candidatura à Presidência da República, no dia 10 de abril.
Para dizer amenidades, coisas desconexas sem significado algum.
Aleivosias, mentiras, injúrias.
Serra, o inventor dos genéricos.
Que descobriu a cura da AIDS.
“Criador” o FAT.
O “patrono” dos pobres e “pai” dos velhinhos e aposentados. Ou dos vagabundos, na linguagem do seu cabo eleitoral-mor, FHC.
Porque o Serra não disse que ele criou o maior lago putrefecado de São Paulo, localizado no Jardim Romano?
Não. O Serra prefere dizer que ama o trabalhador.
Mas foge dele no 1º de Maio.
Que ele vê em cada trabalhador a imagem do seu pai.
Mas massacra o trabalhador em SP.
Decerto, massacraria o pai.
Pagando-lhe o pior salário do Brasil.
Um salário que Serra paga a um delegado de Polícia é menor que o pago para um policial do Piauí.
Que cinismo!
Que falta de escrúpulo e pudores!
Usar o pai por alguns minguados votos!
E que não o impedirá de uma nova surra.
Bem que o Ciro Gomes diz a seu respeito que “se for preciso ele passa por cima da mãe”.
Por cima do pai ele já passou.
Ao escorraçar os trabalhadores da Educação e das Polícias Civil e Militar.
Os demos e o Serra novamente fugiram de FHC como o diabo da cruz.
O Zé Agripino tem mais prestígio do que o príncipe da sociologia.
O programa dos demos não acrescentará nada à campanha de José Serra.
Tudo não passou de um festival de bestialidades e campanha antecipada do PSDB em favor de seu candidato.
Resta saber o que fará o TSE com o Serra.
Certamente, nada.
Simplesmente porque ele pode mais.
Inclusive perder de novo.
E perderá.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ESSA GENTE PODE MAIS

Você não vê, mas ele está sem os sapatos
Vermelho: Foi FHC quem pediu para Obama não visitar o Brasil?
Em artigo na edição desta quarta-feira (26) no Jornal do Brasil, o sempre bem informado colunista Mauro Santayana revela que começou a circular – e foi acolhido por um jornal de São Paulo – a informação de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estaria por trás da suposta recusa da chancelaria norte-americana em promover uma visita do presidente Barack Obama ao Brasil nos próximos meses. Veja abaixo a íntegra do artigo:
Só ajuda quem não atrapalha

Por Mauro Santayana
,
É natural que o presidente Barack Obama concorde em postergar a visita que faria ao Brasil ainda durante o governo do presidente Lula. O governo norte-americano tinha interesse na visita de Obama ainda no ano passado, mas as dificuldades da agenda impediram a viagem. A visita foi adiada para este primeiro semestre. O governo brasileiro ponderou que, se ela se fizesse depois disso, poderia “contaminar” o processo eleitoral. Novamente a pressão dos fatos políticos, internos e externos, com a exigência da ação presidencial junto ao Congresso norte-americano, em decisões cruciais para o país, impediu Obama de vir nesta primeira metade do ano. Não há nada, portanto, que se possa considerar desaire para o presidente Lula e o Brasil.

Mas as razões de Estado, que a diplomacia conhece, não as conhecem a inveja nem a esperteza política. Começou a circular – e foi acolhido por um jornal de São Paulo – a informação de que, por detrás dos fatos, houve manobra vitoriosa de contre-diplomatie, praticada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Senhor da intimidade do ex-presidente Bill Clinton, com quem participa de um clube de ex-presidentes (para o qual nunca foi convidado Itamar Franco), o autoproclamado líder da oposição teria persuadido Clinton e sua mulher a dissuadirem Obama de realizar a viagem. Há, nesse boato, que os partidários do ex-presidente se encarregam de espalhar, a intenção deliberada de ofuscar os grandes êxitos da diplomacia brasileira no atual governo – sobretudo quando obtivemos, juntamente com a Turquia, acordo alentador com o governo de Ahmadinejad.

Se houve realmente essa intervenção de Fernando Henrique, tratou-se de chover no molhado, porque, ainda que Obama o quisesse, não lhe teria sido possível vir, e coube ao próprio governo brasileiro desaconselhar a visita no segundo semestre.

Há que se considerar que a vinda de Obama tanto poderia ser favorável à candidata do PT quanto prejudicial. Tudo dependeria das circunstâncias, e as circunstâncias não têm agenda prévia, nem obedecem aos protocolos diplomáticos.

De qualquer forma, coube a Obama seguir a prudência de nosso governo. Ele terá que esperar o próximo governante brasileiro para uma visita, que será importante para os dois países. Por mais o presidente se informe, mediante os canais diplomáticos e a imprensa, do que é o Brasil, a presença pessoal é decisiva para que ele “sinta” o nosso país, para que conheça o nosso povo, com o qual ele se disse identificado, quando ganhou as eleições de 2008. Há uma observação de Ortega y Gasset – e, provavelmente de outros, pela sua forte obviedade – de que qualquer um pode ler dez anos seguintes sobre Paris e não a conhecerá mais do que aquele que nela estiver e a sentir por dez minutos. Por isso mesmo alguns espertalhões enlatavam o ar de Paris e o vendiam aos turistas encantados.

Obama, se tiver a oportunidade de sobrevoar algumas cidades brasileiras, visitar uma universidade pública e conversar com alguns integrantes da verdadeira intelligentsia nacional, na certa entenderá que não somos, como pensam muitos, entre eles certos brasileiros, apenas uma banana republic mais extensa e mais populosa. Entenderá que os Estados Unidos nos devem ter como interlocutores sérios, e não dóceis vassalos. Uma associação livre, honrada, de plena igualdade, entre os nossos dois povos, seria conveniente ao Hemisfério e ao mundo, nestas horas de grande incerteza. Mas, até hoje, a diplomacia norte-americana se tem pautado pela arrogante divisa – atribuída, entre outros, a Summer Welles, e repetida depois por Henry Kissinger – de que “os Estados Unidos não têm amigos; têm interesses”. Esses interesses os fazem aproximar-se de nosso povo, como ocorreu para o esforço comum contra o nazifascismo, e os fazem cooptar os seus deslumbrados admiradores brasileiros, para golpear as nossas instituições, como fizeram em 1954, contra Vargas, e em 1964, contra Jango.

Não faria mal o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desmentir – se é que ainda não o fez – a aleivosia que lhe atribuem. Ela só pode prejudicar a candidatura de José Serra, como a prejudicaram outras trapalhadas de que tem sido protagonista o ex-presidente.

A ARTE LULISTA DE TRANSFERIR VOTOS

Na foto, Lula transferindo seus votos para Dilma na frente do Serra
Mauricio Dias, na Carta Capital:
Candidato do feito vs. candidato do por fazer

Os resultados das pesquisas qualitativas não mostram anseio de mudança dos eleitores

Desapareceu do noticiário a dúvida sobre a capacidade do presidente Lula de transferir votos para Dilma Rousseff. As pesquisas mais recentes, dos institutos Vox Populi e Sensus, que apontam a candidata do PT à frente do tucano José Serra, acabaram com a especulação.

Não há teoria consistente e generalizada que explique essa migração. Mas há premissas que a tornam mais possível. Eis algumas variáveis que ocorreram ao longo dos dois governos de Lula (2002/2010) que possibilitam o contágio eleitoral.

O crescimento do PIB de 500 bilhões para 1 trilhão e 500 bilhões de dólares; reservas cambiais de 35 bilhões para 240 bilhões de dólares; salário mínimo de 80 para 280 dólares; índice de Gini de 0,58 para 0,52, que traduz a melhora na distribuição de renda; o deslocamento de 30 milhões de pessoas das classes pobres para a classe média e outros 10,6 milhões deixando fisicamente as favelas, além do crescimento contínuo do emprego e da renda no País. E isso não é tudo.

“Essas são as condições sociais e econômicas que favorecem fortemente a eleição de Dilma em relação a Serra. Mas não há nada definido”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
Dilma passou a ser a favorita seria a tradução mais informal para a análise de Guedes.
“Com o decorrer do tempo, ela vai se tornando mais conhecida como candidata de Lula, do PT e da continuidade, aumentando progressivamente nas intenções de voto”, observa.

O alinhamento das variáveis positivas do “voto espontâneo” e do “voto estimulado”, além da simulação da intenção de voto no confronto direto em um eventual segundo turno , consolida o favoritismo de Dilma. Guedes destaca que “nada indica, até agora, que ela terá desempenho pior do que o de Serra”.

“Essa é a primeira eleição no Brasil pós-regime militar sem o dado personalista. Estão em confronto dois projetos já vivenciados pelo eleitorado, por meio dos governos do PSDB e do PT. Os partidos prevalecem sobre as características individuais de seus representantes”, explica Ricardo Guedes.
Essa situação, segundo ele, refletiria uma modernização da política e amadurecimento da democracia. Em tese. Derrotada, a oposição poderá partir para uma reação udenista, recorrendo à Justiça com argumentos de descumprimento das leis eleitorais. Tem chance de ganhar quem apostar nisso.

O desempenho de Dilma nas pesquisas não trouxe surpresa, embora ela tenha partido, em fevereiro de 2008, com enorme inferioridade em relação ao adversário: Serra tinha 60% e Dilma, apenas 8% no confronto direto de segundo turno. A petista atingiu agora 41,8% contra 40,5% do tucano.
A eleição tende à candidata da continuidade. As pesquisas qualitativas não apontam anseio de mudança no eleitorado. Assim, é possível que se estabeleça um confronto polarizado entre o candidato do feito e o candidato do vou fazer.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A RIDICULARIDADE DO PIG É QUE ELE SABE QUE É RIDÍCULO

O PIG - Partido da Imprensa Golpista
Conversa Afiada: Fiori no Valor ridiculariza O Globo

Fiori: o que mais irritou (o PiG) foi o sucesso do Lula
O professor José Luís Fiori, da UFRJ, escreveu notável artigo na página A11 do Valor de hoje.

O título é “Um acordo e seis verdades”.

Fiori expõe com clareza cortante por que o acordo do Brasil com a Turquia e o Irã é um marco na história diplomática do Brasil e uma mexida profunda nas forças políticas do xadrez internacional.

Perfeito.

Merece ser acompanhado de uma taça de champagne, ou da leitura do artigo de Mino Carta, desta semana na Carta Capital.

(Não menosprezar a entrevista de Mauro Santayana com Celso Amorim , em que tratam dos lamentáveis “embaixadores de pijama”, o pessoal da GloboNews.)

Este modesto e “ordinário” blogueiro, no entanto, não resiste à tentação de enfatizar a forma sutil e devastadora com que Fiori ridiculariza o Globo.
A epígrafe do artigo é o que disse o Globo NA VÉSPERA (a ênfase é minha – PHA) do acordo: “A mediação bem sucedida de Lula com o Irã alçaria o Brasil no cenário mundial” – O Globo, 16 de maio de 2010, p. 38.

“Lucidez” absoluta, diz Fiori.

Esta “lucidez”, porém, foi pisoteada pelos colonistas (*) e apresentadores da Globo, que, no dia seguinte, passaram a tratar o acordo como um fiasco e Lula, para variar, como um parvo.

Ou seja, o PiG (**) não resiste a si mesmo.

Como acaba de me dizer o Mino Carta ao telefone, enquanto dávamos boas gargalhadas com o artigo do Fiori: esse pessoal não sabe que vai mudar. Mino não sabe se para melhor, mas vai mudar. A Dilma – ele foi um dos primeiros a dizer isso – a Dilma vai ganhar e o PSDB vai acabar como a UDN.

Com tapetão e tudo.

Clique aqui para ler sobre o relançamento da campanha da legalidade, no Tijolaço do Brizola Neto.

Paulo Henrique Amorim

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

ENQUANTO O MUNDO “RASGA” ELOGIOS A LULA, LULA RASGA A GOELA DOS QUE TEM DE ENGOLÍ-LO

Difícl nada. Tá é fácil DILMAis




Com o título 'Le Monde' rasga elogios a Lula, o jornal O GLOBO se contorcia nesta terça feira 25 para dizer que o Brasil se tornou porta-voz dos países emergentes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se apoia apenas em seu carisma para falar alto e forte, mas encarna um Brasil em plena forma, que se aproxima de China e Índia em termos de crescimento e que aspira um assento no Conselho de Segurança da ONU.
A goela da elite brasileira é parecida com a de uma serpente: sua elasticidade é descomunal e não tem limites de abertura.

Só esse fato explica o fenômeno de tantas vezes ela (a elite) ter tido que engolir esse extraordinário e inigualável torneiro mecânico.
Agora quem se derrama pelo nosso Presidente o jornal "Le Monde" em seu editorial publicado na segunda-feira.
O Le Monde parece se reportar aos jornalecos da terra de Lula que tanto o depreciam e ignoram sua liderança e o destacado papel de nossa diplomacia no Mundo.
E crava o espetacular e nocauteante título “O Brasil de Lula em todos os fronts".
Para o jornal francês o Brasil é brilhantemente representado pelo chanceler Celso Amorim, ministro que trabalha mais ativamente para a conclusão da rodada de Doha.
Só o PIG com seus editorias desconexos e desconstrutivos endereçados aos seus adestrados seguidores ridicularizam a intermediação brasileira em favor da paz no impasse sobre o Irã e seu nuclear.
O Le Monde não.
O Le Monde cita o apoio dado pelo Brasil aos Argentinos em relação às Ilhas Malvinas e as reprimendas que Lula deu à Alemanha por suas reticências em salvar a Grécia da crise econômica.
Para o azar do O Globo, o texto conclui que o mundo ainda não ouviu tudo o que tinha para ouvir do "antigo metalúrgico, amigo das favelas e dos investidores".
Aja goela para engolir o pernambucano.

De acordo com o jornal, com eixo do mundo se deslocando ao Sul (vejam bem: se deslocando para o Sul!), o Brasil poderia reclamar com propriedade que os países emergentes sejam mais bem representados nas instâncias internacionais, "a começar pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional", e "sem esquecer do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brasil aspira um assento permanente".

Não é difícil supor o quão inconveniente foi par O Globo ver o "Le Monde" – um jornal cuja superioridade técnica está a anos-luzes a sua frente – reconhecer a capacidade de Lula a ponto de achar justo que o Presidente brasileiro apresente sua candidatura em 2012 para o secretariado-geral da ONU e afirma que Lula deveria lutar para melhorar o G-20 e seu raio de influência.

O Le Monde arremata afirmando que empresas como Petrobras, Vale e Embraer “são apenas o carro-chefe de uma economia industrial de primeira ordem”.
Enquanto o Le Monde “rasga” elogios a Lula, o PIG se rasga de inveja do maior Presidente que este País já teve.

A PISTA DOURADA DA NOVA DIREITA NÃO TEM RANHURAS

Aqui é garantia de derrapagens
Leandro Fortes, na Carta Capital: A nova direita

Aterrissaram na pista dourada da nova direita intelectuais do calibre de Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Nelson Motta e Arnaldo Jabor, grupo ao qual se agregou, para estupefação do humor, o humorista Marcelo Madureira, do abismal Casseta & Planeta

Três eventos distintos, separados em períodos esparsos, definiram nos últimos meses o arrazoado doutrinário e os modos da nova direita brasileira, remodelada em forma e conteúdo, mas não nas intenções, como era de se esperar. Aterrissaram em sua pista dourada intelectuais do calibre de Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Nelson Motta e Arnaldo Jabor, grupo ao qual se agregou, para estupefação do humor, o humorista Marcelo Madureira, do abismal Casseta & Planeta. Essa nova direita, cheia de cristãos novos e comunistas arrependidos tem no DNA um instinto de sobrevivência mais pragmático, gestado nos verdadeiros interesses em jogo, não mais na espuma do gosto popular. Não por outra razão, se ancora menos na ação parlamentar e mais na mídia, onde mantém brigadas de colunistas, e onde também atua, nas redações, de cima para baixo, de modo a estabelecer um padrão único de abordagem sobre os temas que lhe dizem respeito: dinheiro, liberdade irrestrita de negócios, dominação de classe, individualismo, acúmulo de riqueza e concentração fundiária.

Os três eventos aos quais me refiro causaram um razoável revertério na estratégia de comunicação social bolada por esse grupo neoconservador tupiniquim montado na rabeira da história dos neocons americanos. Senão, vejamos:

A surpreendente confissão de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ)

“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.”

Judith, autora da fala acima, primeira mulher a assumir a presidência da ANJ, é diretora-superintendente do Grupo Folha da Manhã, responsável pela publicação do diário “Folha de S.Paulo”. Disse o que disse porque, como chefe da entidade, tinha como certo de que não haveria outra interpretação, senão à dos editoriais dos jornais que representa, todos favoráveis ao papel da imprensa anunciado por ela. Em suma, Judith Brito, embora não seja jornalista, representa bem um dos piores vícios da categoria, sobretudo no que diz respeito à cobertura política: falar exclusivamente para si e para os seus pares de ofício, prisioneira em um círculo de giz no qual repórteres escrevem para outros repórteres, certos de que uns irão repercutir os outros, escravos de uma fantasia jornalística alheia à realidade do mundo digital que está no cerne, por e xemplo, da decadência e no descrédito dos jornais impressos – não por acaso, fonte do poder e da autoridade de Judith Brito.

O acordo nuclear com o Irã, capitaneado por Luiz Inácio Lula da Silva e pelo primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan

O sucesso da diplomacia brasileira nesse episódio criou um paradigma de atuação profissional do Itamaraty até então considerado impossível. De forma pacífica e disciplinada, a operação que resultou no acordo foi conduzida com extrema leveza, a caminhar sobre os ovos de aves agourentas distintas que se odeiam desde as primeiras luzes. Incorporou à biografia de Lula essa aura dos que lutam pela paz, requisito fundamental para a seleção dos premiados do Prêmio Nobel da Paz. Mas, antes que isso aconteça, a mídia brasileira vai finalmente descobrir que o milionário Alfred Nobel inventou a dinamite.

O resultado concretamente político dessa ação no Oriente Médio, apesar da bem sucedida pressão da extrema-direita americana sobre Barack Obama a favor de sanções contra o Irã, foi a desconstrução do discurso conservador da diplomacia brasileira, todo ele montado sobre as teses de alinhamento automático aos Estados Unidos, reação acrítica de atos de barbárie cometidos por Estados ocidentais e a submissão pura e simples às regras financeiras ditadas pelas nações ricas.
Leia a matéria na íntegra clicando aqui.

terça-feira, 25 de maio de 2010

QUEREM TURBINAR O SERRA

Foto do equipamento que turbinará o Serra

PSDB aposta em inserções estaduais de Serra na TV

O PSDB usará as inserções estaduais do partido no rádio e na TV para turbinar o pré-candidato à Presidência da República, José Serra. O objetivo é conferir ao tucano uma "superexposição midiática" nas próximas semanas, de modo que ele recupere a liderança nas pesquisas em junho. Além do programa nacional do partido, no dia 17 do mês que vem, o PSDB requisitou as inserções de trinta segundos aos diretórios estaduais. A ideia é que nos locais em que não haja pré-candidato ao governo estadual o tempo de rádio e televisão migre integralmente para Serra.

O caso de Pernambuco é o mais emblemático. Como o partido não usou nenhuma das inserções a que tem direito - e como o PSDB também não tem candidato a governador por lá -, Serra aparecerá em 40 filmetes de trinta segundos - a quantidade de inserções varia por Estado. O tucano também será protagonista de inserções em outros locais, como no Rio Grande do Norte e na Bahia.

"Foi uma decisão partidária. Todo Estado sem candidato próprio vai ceder seu tempo a Serra. Trata-se de racionalidade", disse o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA). Nos Estados em que há aspirante tucano ao cargo de governador, haverá divisão do tempo. É o caso do Paraná, onde Serra dividirá o tempo com Beto Richa.

O DEM e o PPS, que têm programas na próxima semana e no dia 10 de junho, respectivamente, também resolveram usar parte das programações nacionais em cadeia de rádio e TV, para expor Serra. A exposição na televisão e na mídia regional é a principal aposta que o PSDB faz para reverter as últimas pesquisas de intenção de voto, que apontaram empate entre Serra e a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. Para os tucanos, a petista cresceu nas pesquisas em razão da aparição excessiva na mídia recentemente.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O TETO DO SERRA É O DE SEMPRE


Tiro no pé causa dor de cabeça a ele e ao PIG




A entrevista que Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, deu ao jornalista Ricardo Noblat foi um verdadeiro desastre.
Para o próprio Noblat.
E para o candidato dele, o Serra.
Um tiro no pé.

Mesmo dizendo que “favoritismo não basta para ganhar uma eleição”, Coimbra disse, com todas as letras, que Dilma será a grande vencedora das eleições presidenciais de outubro.
O favoritismo da candidata de Lula é tão grande que, para Coimbra, nem mesmo uma suposta entrada de Aécio Neves na chapa de Serra deve alterar significativamente o cenário desfavorável à oposição.

(Diante do quadro assustadoramente desfavorável em que se encontra, seria muito difícil para Aécio entrar numa chapa na qual sua presença já fora rechaçada).

Minas é 11% do eleitorado. Aumentar 20 pontos no estado é (somente) 2% no total. Pode ser muito pouco no resultado final, diz o Presidente do Vox Populi, para o desespero do PIG.
Além do mais, cerca de 40% do eleitorado mal conhece ou não conhece Dilma.

Ainda.

Ela pode crescer mais 20 pontos.
Já Serra é conhecido por mais de 80% do eleitorado.
Logo, a tendência é que continue na sua ascendência de queda.
Até chegar onde sempre esteve.
Na casa dos 30%.

Leia a entrevista na íntegra.


Noblat: Boa tarde, Marcos Coimbra. Quem tem mais chances de se eleger presidente da República em outubro próximo?
Coimbra: Boa tarde, Noblat. Dilma é favorita, mas favoritismo não basta para ganhar uma eleição.

Noblat: Por que você considera Dilma favorita?
Coimbra: Ela empatou com Serra e tem um espaço de crescimento aberto à frente, junto ao eleitorado que está disposto a votar na candidata do Lula

Noblat: Isso é suficiente para que Dilma se eleja? Serra não tem espaço para crescer?
Coimbra: Serra é conhecido por 80% da população, com menos espaço para crescer. Dilma tem crescido tirando intenções de voto dele.

Noblat: A essa altura, quantos por cento das intenções de voto de Dilma resultam de transferência feita por Lula?
Coimbra: Dilma é a candidata dele, de continuidade do que ele representa. Nesse sentido, toda a intenção de voto que tem vem de Lula e do governo.

Noblat: Dilma corre o risco de o eleitor, a certa altura, concluir que votar nela não significa votar em Lula, não é a mesma coisa?
Coimbra: Claro que não é e o eleitor sabe disso. Quem pensa em votar nela não acha que Lula vai mandar, mas acha que ela preservará o que ele faz.

Noblat: Se os votos de Dilma não são dela, mas de Lula e do governo, o candidato poderia ser qualquer outro bom auxiliar de Lula. Ou não?
Coimbra: Me parece q sim, mas Lula deve ter tido razões para preferi-la. Seu papel no governo, seu perfil técnico, sua identificação com ele.

Noblat: Pelos seus cálculos, quantos por cento a mais de votos Lula ainda poderá repassar para Dilma?
Coimbra: Há ainda cerca de 40% do eleitorado que conhece mal ou não conhece Dilma. Ela pode crescer mais 20 pontos nesse segmento.

Noblat: Fernando Henrique Cardoso tira votos de Serra? Ou freia seu crescimento? Há algum tipo de cálculo a esse respeito?
Coimbra: A imagem de FHC é negativa e a maioria das pessoas acha que o governo dele foi muito pior que o de Lula. Isso é ruim para Serra.

Noblat: Por que Dilma cresceu tanto em maio? Exposição em programas partidários na TV? Companhia de Lula no programa do PT? Ou cresceria de todo jeito?
Coimbra: Todas as opções estão corretas. A propaganda do partido ajudou, Lula também, e ela estava em crescimento, lento, mas firme.
Noblat: Em junho, Serra terá muito espaço nos programas de TV de partidos. Automaticamente ele crescerá?
Coimbra: Ele é muito conhecido, o que limita essa hipótese. Mas deve melhorar, nem que seja por sustar o crescimento natural de Dilma.

Noblat: Lula já foi multado 4 vezes por fazer propaganda de Dilma antes do tempo. Faz mais de um ano que ele está em campanha por ela. Isso não a ajudou?
Coimbra: Mais que ajudou, é a explicação de tudo. Ele antecipou a campanha, todo mundo entrou em campo e ele teve tempo para apresentar sua candidata.

Noblat: Todo mundo, não. Serra não entrou. E ninguém dispunha do grau de exposição de Lula e de Dilma.
Coimbra: Desde 2009, todos os programas partidários foram eleitorais, PT, PSB e PSDB. Quanto à demora de Serra, a decisão foi dele e só dele.

Noblat: Serra tem um "teto" de votos que dificilmente ultrapassará? Qual seria?
Coimbra: Serra tem um piso alto e um teto limitado pela eleição que fazemos, onde o eleitor se pronuncia sobre politicas e governos e não sobre biografia

Noblat: E o teto de Dilma e de Marina Silva?
Coimbra: O teto de Dilma é o desejo de continuidade, que é muito alto. Marina corre o risco de ficar espremida entre dois grandes e não conseguir crescer.

Noblat: O que Serra precisaria fazer para driblar esse quadro desfavorável e ganhar? Ou não tem como?
Coimbra: Tentar trazer a eleição para o campo dele, a comparação de currículos. Torcer para que Dilma erre muito. Mas sua posição é de desvantagem.

Noblat: Aécio de vice poderia ajudar Serra a se eleger ou não acrescentaria grande coisa?Coimbra: Aécio só é bem conhecido em MG, onde Lula é muito querido. Serra está bem e é dificil avaliar se um ganho em Minas faria diferença.

Noblat: Não dá para avaliar se um ganho em Minas faria diferença para Serra? Ou você prefere não avaliar?
Coimbra: Minas é 11% do eleitorado. Aumentar 20 pontos no estado é 2% no total. Pode ser muito pouco no resultado final.

Noblat: Últimas perguntas. Por que a História registra erros tão clamorosos cometidos por institutos de pesquisa?
Coimbra: Os erros existem e todos procuramos reduzi-los ao mínimo. Mas os institutos brasileiros estão entre os que mais acertam no mundo.

Noblat: É certo que institutos pesquisem ao mesmo tempo para partidos e meios de comunicação?
Coimbra: É nossa tradição, mas é natural que seja discutida. Pode ser um dos itens a tratar na reforma política que aguardamos.

Noblat: Por fim - Montenegro, presidente do IBOPE, disse à VEJA no ano passado que a eleição de Serra era segura. Era na época ou ele estava errado?
Coimbra: Acho que seria melhor perguntar isso a ele.

ELEGER PROTÓGENES, O DESAFIO DO PC do B

Eleger Protógenes é ganhar do PIG

Protógenes: caminhada cívica nacional contra corrupção
Na última sexta-feira (21) o delegado e pré-candidato à Câmara Federal pelo PCdoB, Protógenes Queiroz, proferiu uma palestra sobre a corrupção no Brasil, na Ordem dos Advogados de Bragança Paulista. O evento reuniu representantes das forças de segurança da região, advogados e estudantes de Direito. Também participaram do encontro o deputado estadual Pedro Bigardi, e o presidente do Comitê Municipal do PCdoB, Kelmer de Lima.

O evento, definido por Protógenes como uma “caminhada cívica nacional”, integra um ciclo de palestras realizado em diversas cidades brasileiras há cerca de 19 meses. Durante aproximadamente uma hora, o delegado falou sobre os sucessivos escândalos envolvendo políticos brasileiros e enfatizou a necessidade de novos investimentos na área da segurança.

“Chegamos a um ponto neste país onde o certo é o errado, e o errado se tornou o certo. Vivemos um momento em que a corrupção passou a ser regra e os políticos não temem mais a justiça”.

O delegado defendeu também o envolvimento e a união de diversos segmentos da sociedade brasileira no combate à corrupção. Protógenes criticou as alterações no projeto Ficha Limpa aprovado recentemente pelo Senado. “Esse é um projeto de iniciativa popular que reuniu mais de dois milhões de assinaturas. Devemos lutar pela aprovação do texto original, para impedir que esses políticos processados voltem à política”.

Protógenes criticou também a política neoliberal de sucateamentos de serviços públicos brasileiros e voltou a falar sobre os motivos que o levaram a se filiar ao PCdoB. “O PCdoB tem uma história de luta pela ética e pela moral semelhante à minha própria história”.

Mariana Viel, da Redação

domingo, 23 de maio de 2010

SERRA PODE MAIS. ELE MATOU DEUS


Em desvantagem, Serra apela: Deus morreu
O Almanaque da Crônica tem o prazer de publicar o excelente texto de Gilson Caroni da Carta Maior: Quando Serra pôde mais, trabalhador pôde menos
Serra e a morte de Deus.


Do
Viomundo

José Serra precisa de ajuda. Não basta aquela que lhe é oferecida por uma mídia favorável. É necessário que alguém reavive seu senso de oportunidade. Um dos males que costumavam atacar com muita frequência o brasileiro, principalmente aquele que vivia de salário (a maioria, portanto) consistia na tendência de ser enganado com facilidade. Faz cerca de oito anos que o PSDB deixou o governo e ainda não se deu conta de que a percepção da realidade mudou. Jogar palavras ao vento, com fez o pré-candidato tucano para uma platéia de militantes (?) do PPS, é um exercício arriscado, uma manifestação que mescla soberba e desespero em dosagem tão hilariante quanto assustadora. Mas nada disso nos permite duvidar de sua capacidade e argúcia analítica. Afinal, como diz o slogan de campanha dos tucanos: “o Brasil pode mais”. Resta saber o quê. E para quem.

Ao afirmar, em uma tentativa de crítica à política econômica do governo Lula que ” nós estamos voltando rapidamente a um modelo que não atende à demanda de emprego que o país possui”, o ex-governador paulista aposta no total alheamento do eleitor brasileiro. Tamanha credulidade espanta, tendo em vista que o mundo do trabalho — a principal vítima do modelo neoliberal orquestrado pelo tucanato — aprendeu direitinho, na própria pele, o que significou o mercado desregulado como chave para o crescimento econômico e as virtudes do “Estado musculoso”, elementos centrais no discurso serrista.

A afirmação sobre empregos não é piada, nem brincadeira de um notívago diletante, mas desespero de um candidato que, em face de uma conjuntura que lhe é totalmente adversa, tem que produzir discursos a todo e qualquer custo. E de Serra, pode-se afirmar várias coisas, menos a de não ser um ator político que sabe o que faz. Sua eventual perdição, entretanto, antes de ser festejada pelas forças progressistas, deve causar desconfiança e vigilância redobrada. Pois é inevitável que os ânimos se acirrem em seus dois principais pólos de apoio: a mídia corporativa e o Poder Judiciário.

Mas a comparação suscitada por suas declarações é inevitável. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o número de vagas criadas no mercado de trabalho bateu recorde no primeiro trimestre de 2010, com um saldo acumulado até março somando 657.259 empregos. Convém retornar no tempo e observar como se comportava a economia brasileira quando o pré-candidato tucano era ministro do Planejamento e Orçamento do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.

O desemprego na indústria atingia 5,7% em 1997 em relação a 1996, resultado fortemente influenciado pela taxa de dezembro, quando a queda foi de 2,6% em relação a novembro, a pior desde dezembro de 1990, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma idéia do tamanho da retração nos empregos, os dados do instituto mostravam uma queda anualizada de 7,3%. Quando Serra pôde mais, o trabalhador pôde menos.

Até então, o governo FHC registrava um desemprego industrial de 19,77%. Mas o “Brasil que não podia mais”, aquele que os colunistas econômicos tanto enaltecem, vivia um amargo processo de ajuste, acentuado em 1996, com a atividade econômica represada e a queda no emprego apresentando taxas expressivas. Ao contrário do que afirma Serra, foi sob a batuta da modernização neoliberal que “o Brasil adotou uma política econômica desastrosa.”

Mas o discurso do tucano foi além, mirando também o campo da ética, com críticas a supostas práticas de corrupção no governo petista. Como fazem as vestais tucanas, destampou um poço de demônios para sentenciar: “se aquele que era o guardião da moral, da ética, do antipatrimonialismo toma outro rumo, o rumo oposto, para muita gente Deus morreu”. Que metafísica, o ex-governador paulista quer superar com essa alusão a Nietzsche?

Decerto não deve ser a do governo ao qual serviu em dois ministérios. Fernando Henrique não teve escrúpulos de usar métodos condenáveis para evitar investigação da banda podre da administração federal. A retirada de assinaturas para esvaziar a criação da CPI da Corrupção, em 2001, é um belo exemplo. O arrastão de favores para livrar o governo de qualquer constrangimento ficou como um dos mais baixos momentos de um presidente eleito e reeleito pela ansiedade ética na vida brasileira.

Fernando Henrique liberou por bravata os parlamentares de sua base política para subscrever a CPI e, na hora H, liberou verbas estocadas e fez nomeações para cargos públicos. Junto com ACM e José Roberto Arruda, FHC afrontou o sentimento ético da cidadania falando em “linchamento precipitado” quando sua posição anterior incentivava a punição exemplar e imediata. E onde estava José Serra em meio a tudo isso? No Ministério da Saúde, definindo a criação da CPI como uma “brincadeira”,” pretexto eleitoral”, ” instrumento para prejudicar a governabilidade.”

Em sua campanha, o tucano terá que se confrontar com questões sobre ética e economia. Mas com muita cautela, evitando o reaparecimento de fantasmas incômodos. Eles podem dizer que foi naquela época, e não hoje, que “para muita gente Deus morreu”. Um deus imanente, amoral e, tal como os dirigentes aboletados no Estado, servil ao mercado que o pagou.