quarta-feira, 28 de abril de 2010

PSB QUER SOMAR E AVANÇAR UNIDO À DILMA

Saiu no vermelho: PSB decide apoiar Dilma para "somar, unir e avançar"

O PSB oficializou nesta terça-feira (27) que Ciro Gomes não será candidato à Presidência da República. Após reunião da Executiva, o partido decidiu não indicar candidato próprio para a disputa. A legenda avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura de Ciro Gomes. A tendência é que o PSB declare apoio à candidatura de Dilma Rousseff, do PT. Durante o anúncio, foi lida uma nota afirmando que Ciro é um "administrador vitorioso" que "engrandeceu o debate republicano".
"Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria", afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Em nota distribuída à imprensa, o partido afirma que "a Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano", diz o documento.

Eduardo Campos afirmou que ele e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, se reunirão com Ciro ainda nesta terça-feira ou amanhã no Rio de Janeiro, onde ele está, para discutir o futuro político do deputado. O presidente da legenda afirmou que falou com Ciro assim que a Executiva tomou a decisão e que o deputado recebeu a notícia com tranquilidade. O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Entre os diretórios regionais do PSB, apenas sete queriam que o partido apresentasse candidato próprio. Na reunião de hoje, apenas dois membros da Executiva votaram a favor de lançar um candidato.

Nos últimos dias, Ciro deu várias declarações polêmicas que refletem seu estilo pessoal mas que ao ganharem ampla repercussão contribuíram para sepultar suas chances de disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Ciro já havia se candidatado à Presidência em 1998 e 2002, quando ainda era filiado ao PPS.

Tratamento igualitário

Eduardo Campos afirmou que o partido se reunirá na próxima terça-feira (4) com o PT para tratar do apoio da legenda à pré-candidata petista Dilma Rousseff. Campos marcou a reunião com presidente do PT após a decisão da Executiva.

Na internet, corre a versão de que o PSB irá cobrar uma "fatura alta" do PT em troca da desistência de disputar a Presidência. Mas o presidente do PSB negou que a decisão de não ter candidatura própria esteja vinculada a qualquer contrapartida do PT dentro dos Estados. Segundo Campos não há nenhum acordo sobre as disputas regionais. Campos afirmou que a única exigência será a não discriminação de candidatos do partido. "Não estamos condicionando a decisão daqui a qualquer acordo com relação aos candidatos a governador [...]. O que não vamos aceitar é tratamento com discriminação com os candidatos do PSB. O que valer para o candidato do PT vai valer para os candidatos do PSB", disse Campos.

O PSB quer o apoio do PT em quatro Estados, especialmente no Piauí, onde terá como candidato ao governo Wilson Martins, no Espírito Santo, onde Renato Casagrande será o candidato do partido ao governo, na Paraíba, onde a legenda lançará Ricardo Coutinho, e no Amapá, onde a disputa terá Camilo Capiberibe. O PSB também terá candidatos próprios ao governo em pelo menos outros seis Estados: Ceará (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iberê Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em São Paulo, com Paulo Skaf. Neste último, o PT ainda tenta atrair o apoio dos socialistas para a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo estadual, oferecendo a vaga de vice a Paulo Skaf. Mas o PSB paulista tem dito que as chances de Skaf ser vice de Mercadante são, hoje, as mesmas de Mercadante ser vice de Skaf.

Dilma diz querer Ciro de volta e mais perto

Mais cedo, antes do PSB tomar a decisão de não ter candidatura própria, a pré-candidata Dilma Rousseff disse querer uma reaproximação com Ciro Gomes. Nos últimos dias, Ciro deu declarações que a imprensa repercutiu como sendo críticas à pré-candidata petista. "Não vou responder ao deputado Ciro Gomes. O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais próxima agora", disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. "Para mim, o Ciro sempre foi um apoio", resumiu.

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, seguiu na mesma linha e afirmou que Ciro foi um homem 'leal' ao presidente, por isso suas palavras não foram mal interpretadas pelo Palácio do Planalto. "Tudo o que ele falar não vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. Não há nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas", disse.

A adesão do PSB à pré-candidatura de Dilma Rousseff é uma grande reforço para a campanha da ex-ministra da Casa Civil. Além de aumentar ainda mais seu tempo de propaganda no rádio e na TV, o PSB oferecerá boa estrutura nos estados e colocará sua militância e dirigentes para pedirem votos para a candidata petista.

A saída de Ciro Gomes da corrida presidencial também reforça o caráter plebiscitário da disputa, tal como deseja o presidente Lula. Ainda que Marina Silva (PV) tente se apresentar como uma alternativa intermediária, a campanha deve mesmo se concentrar na comparação dos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso no Planalto com os 8 anos do governo Lula.

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