domingo, 4 de abril de 2010

PESSACH, JÁ É PÁSCOA

Páscoa, na linguagem universal da vida
O Ocidente contempla a Lua na sua fase Cheia.
A primeira Lua Cheia depois do Equinócio, quando o Sol corta o Equador.
Equinócio, do latim aequinoctium, significa “noite igual”.
No Equinócio as noites e os dias tem a mesma duração em toda a Terra.
O Sol, ainda que aparentemente, cruza do hemisfério sul – que entra na primavera para o hemisfério norte – onde tem início o outono.
É o Equinócio Vernal que ocorre no dia 21 de março.
A passagem do Sol do hemisfério sul para o hemisfério norte e a duração equitativa entre os dias e as noites prenuncia uma nova fase de vida para os povos antigos.
Com a luz incidida pelo Sol sobre a Terra vem a esperança de fatura e de fertilidade. Abre-se o Pessach, ou melhor, a passagem para uma vida nova.


É a Páscoa.

Quando durante o Pessach, os judeus se libertam do domínio do Egito. É o Êxido.
E passam da escravidão para a liberdade, da escravatura para a Terra prometida. Do inverno para a primavera e da escuridão para a Luz.
Daí advém o termo.

A Páscoa cristã está íntima e simbolicamente ligada aos costumes pagãos e também pela posição da Páscoa no calendário.
A última ceia que Jesus celebrou com seus apóstolos antes de sua morte coincide com a data que relembra as dez pragas do Egito onde todos os primogênitos foram mortos, exceto os israelitas.
Deus mandou que se identificassem suas casas com o sangue de um cordeiro. Vendo o sangue na porta, Deus saberia que ali morava um israelita e este seria poupado.
A Páscoa é a festa instituida pelos judeus para lembrar a morte dos primogênitos do Egito e a libertação dos israelitas.
Mas é também marcada por costumes pagãos e comercialmente explorada pela indústria do lucro.

Os ovos e os coelhinhos de páscoa já foram bem mais inofensivos e inocentemente puros.
Sob o pretexto de simbolizarem alegria e fertilidade os ovos, que antes eram de aves, hoje são de árvore – o cacauseiro.
Essa espetacular descoberta do Povo Maia que findou por “inventar” o chocolate. O cacauseiro foi introduzido pelos maias na península de Yucatán, no México, por volta do ano 600.
A busca de melhorá-lo para o sonsumo resultou em uma bebida deliciosa, o xocoaltl, que, no entanto, ficou reservada à elite.
Ainda bem que só naquele momento.
Porque hoje todas as classes tem acesso ao consumo desenfreado e comem com acentuada gula e sem culpa essa irresistível delícia.
Comem porque podem comprar e porque faz bem.
Ao paladar, à saúde e à alma.

O chocolate é nutritivo e energético e deve ser o lanche consumido pelos deuses nos intervalos alimentares. Saboreá-lo na terra é se elevar à divindade de Ostera, a deusa mitológica da fertilidade.

Melhor que o chocolate dos maia só o cupua-açu dos paraenses.

A Páscoa tem o dom generoso de elevar as vendas de chocolate no mundo. Aliás, os fabricantes de ovos de chocolate vivem em função desse evento cristão.
Em relação ao ano passado a procura é tão grande que a produção dos ovos aumentou 20% nesta páscoa.
E os lucros também, obviamente.
Só a Kopenhagen tem previsão de faturamento na ordem de 200 milhões em 2010.
A Kopenhagen investiu nada menos do que 4 milhões somente na campanha para divulgar o seus produtos.
Outra grande indústria do setor, a Cacau Show, espera expansão de 50% nas vendas e 42% só na produção de ovos.
Até hoje, a Cacau Show planejava chegar a 800 o número de unidade de vendas no País. Antes, tinha somente 140 lojas.

A Páscoa é um prato cheio – de preferência de chocolate – para o crescimento do emprego e abertura de postos de trabalho.
Levantamentos apontam que 61,5 mil vagas temporárias serão abertas. Dessas, pelo menos 13% podem ser efetivadas após a Páscoa.
A venda de chocolate, como tudo com a política econômica do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, no Brasil, cresce desde 2006, a um ritmo superior a 4%.
Para 2010, sem crise (só a Mirian Leitão viu a crise no Brasil), a estimativa é de uma alta ainda maior: ao menos 7%.
Ou mais de 25 mil toneladas de chocolate.

Por isso o ritmo de otimismo da indústria que aumentou a produção para quase 121 milhões de ovos.
O que equivale a 270 mil toneladas de chocolate sob todas as formas de ovos, no total.

Contando toda essa inutilidade do que é a Páscoa, suas origens e sentido, fica a religiosidade e o espírito restaurador e vivificante deste evento marcante para os cristãos.
A passagem da morte para a Vida de Jesus – o Sol que ilumina com sua nova Luz os “hemisférios” da nossa alma.
A vida renovada pelo doce do chocolate mais doce, fruto do mais fértil “cacauseiro” plantado pelo Criador que renasce mais belo, verdejante e florido.

O sentido da Páscoa, mesmo que isto enseje prazer e felicidade, não está em dar e receber chocolate apenas.
Mas em viver a vida feliz e prazerosamente... e se lambuzar fraternalmente nos doces momentos que ela propicia tal como a criança ao se deparar com o seu bombom... de chocolate.
Sob a Lua Cheia e o Sol do Equinócio – símbolos da Luz de Cristo...

Uma doce e Feliz Páscoa!

Um comentário:

  1. Caro amigo, desculpe o atraso tivemos ausente por uns dias e não passamos aqui pra te desejar uma Feliz Páscoa, mas saiba q o casal deseja...
    Que o seu coração sempre
    esteja em páscoa...
    Páscoa consciência,
    páscoa vida,
    páscoa família
    e consigo mesmo
    Abraços dos
    Amigos Joel e Lúcia

    ResponderExcluir

DEIXE O SEU COMENTÁRIO